A sua pesquisa
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A propósito da confirmação da morte de Aldir Blanc naquele dia 4 de maio de 2020, uma declaração de João Bosco nas redes sociais convoca a mim um rigor estético. No turno daquela taciturna segunda feira o texto em sua força crepuscular, reproduzido integralmente a seguir, dissipou minha neblina.
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O artigo expõe análises das pesquisas-intervenção realizadas com formação e com estudos foucaultianos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Cartografa movimentos que nos desprendem dos exercícios de poder, servindo de reveladores para as transformações do sujeito. Para tanto, traz três dispositivos. Primeiro, as linhas tecidas no dispositivo aula, recorrendo ao curso A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault, e colocando em pauta a anarqueologia como atitude prática para pensar/fazer uma formação que se desvincule de pedagogias capacitadoras. Em seguida, as linhas do dispositivo se delineiam por meio de entrevistas e de alguns escritos de intercessores de Foucault para indagar se a formação perspectivada pela invenção pode ser uma formação outra, problematizadora. Em um terceiro momento, apresentam-se estratégias singulares de formar professores que privilegiam práticas éticas e políticas regulares e trabalhos dotados de continuidade, porém sem efeitos de coerção.
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Neste artigo apresentam-se práticas de estudo em torno da leitura e da escrita como práticas de pesquisa, pensa-se como estas práticas constituem a pesquisa como espaço de interrogação e como através delas se vai inventando um corpo que escreve na formação de professores. A questão central é: como se cria um espaço em que este corpo possa se constituir? Para responder a esta questão, explicitam-se entendimentos de leitura e escrita, suas relações e as condições para que elas aconteçam na sala de aula a partir de movimentos produzidos na formação de pesquisadores em educação. A partir de Barthes, Foucault, Anzaldúa, Prado Coelho ou Murakami discute-se a possibilidade de experimentação de uma física da leitura e da escrita no campo da pesquisa em educação e suas implicações, apresentando alguns elementos que compõem as práticas apresentadas.
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Este artigo visa compartilhar e colocar em análise um percurso de extensão e pesquisa-intervenção trilhado, durante uma década no município de Cariacica/ES, por um Programa de Extensão e Pesquisa de uma universidade pública. Os objetivos das intervenções efetuadas consistiam em fomentar a produção de redes entre políticas públicas, e finalizou focalizando ações da juventude de periferia. Este artigo focaliza algumas das ações efetuadas no âmbito deste Programa de Extensão e Pesquisa nos últimos 04 anos, quando o foco do trabalho incidiu nas questões relativas à juventude negra da periferia, apontando a pesquisa intervenção como método de fazer pesquisa e extensão.
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A presente pesquisa teve como objetivo estudar, a partir da perspectiva histórica inspirada na genealogia foucaultiana, os discursos e práticas normativas e disciplinares no nascimento da psicologia. Nessa perspectiva, o trabalho foi dividido em duas etapas: (1) investigar o nascimento da psicologia no contexto das instituições de sequestros e encarceramento com base na obra de Michel Foucault; (2) estudar as origens da psicologia no âmbito do movimento higienista brasileiro a partir das publicações realizadas nas duas primeiras edições dos Archivos Brasileiros de Hygiene Mental no ano de 1925. Concluímos que o movimento higienista brasileiro influenciou a constituição da psicologia no início do século XX que, fundamentada em tecnologias normativas atravessadas pelo disciplinamento de corpos e por estratégias de controle biopolítico, ainda podem estar presentes em discursos e práticas psicológicas na atualidade.
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Versão do texto originalmente publicado na revista Futur Antérieur, numéro 10: 1992/2, sob o título Pouvoir, assujettissement, subjectivation. Republicado na Entre-là em 14 de março de 2013 e disponível em: http://xn--entre-l-fwa.net/pouvoir-assujettissement-subjectivation-par-bruno-karsenti/ . Último acesso: 01/10/2019. Tradução: Sandra Raquel Santos de Oliveira, Larissa de Moura Cavalcante e Maria Cândida Santos e Moura. Supervisão: Manoel Carlos Cavalcanti de Mendonça Filho. Desenvolvido como atividade do GEPEC/UFS, coordenado por Marcelo de Almeida Ferreri. Obs sobre a tradução: ao final das páginas, encontram-se as notas das tradutoras. Ao final do texto, as notas originais do autor, em que as páginas indicadas correspondem às publicações francesas).
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O ingresso de alunos com deficiência nas universidades públicas pelo sistema de cotas foi estabelecido com a lei 13.409 e desde 2018 a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem recebendo esses estudantes. Para além do desenvolvimento de dispositivos pedagógicos que garantam a acessibilidade desses alunos, coloca-se o problema das relações com professores, bem como entre alunos com e sem deficiência. Um dos problemas é a presença do capacitismo, que se manifesta em atitudes preconceituosas e práticas de opressão em relação às pessoas com deficiência. Uma formação universitária fundada na aquisição de competências e habilidades pode concorrer para que a política cognitiva capacitista seja perpetuada e mesmo acirrada. O conceito de formação inventiva (DIAS, 2011;2012) vai contra a lógica da capacitação e visa produzir outras políticas de cognição por meio de diferentes estratégias e dispositivos de formação. O objetivo do artigo é analisar a experiência de estudantes de iniciação científica e estagiárias em oficinas de formação inventiva no contexto de projetos de pesquisa-intervenção e de extensão com pessoas com deficiência. O estudo utiliza o método da cartografia (DELEUZE, GUATTARI, 1995; ROLNIK, 2006; PASSOS, KASTRUP e ESCÓSSIA, 2009; PASSOS, KASTRUP e TEDESCO, 2014) e analisa diários de campo, com ênfase na narrativa de encontros dos estudantes com pessoas com deficiência. O estudo identifica experiências de problematização da imagem da deficiência como incapacidade, analisa o papel do corpo aprendiz e das experiências multissensoriais em oficinas de formação inventiva, indicando possíveis deslocamentos na política cognitiva capacitista.
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Depois de uma apresentação do momento presente e da crise do capitalismo com a atual pandemia do COVID-19, o texto busca pensar as seguintes perguntas: qual seria o papel de uma formação inventiva de professores no atual cenário de suspensão aberto pela pandemia, que nos abre a possibilidade de novas formas de vida (nas escolas e fora delas)? O que fazer, em nome de uma formação inventiva de educadores, a partir de um momento crítico como o presente? O artigo o faz a partir de uma leitura da frase “inventamos ou erramos”, de Simón Rodríguez, e da inspiração de pedagogia menina da pergunta de Paulo Freire.
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Neste ensaio, de natureza teórica, discutimos a medicalização da vida, em sua faceta neoliberal, e como esta se efetua em práticas que visam potencializar processos de subjetivação conduzem à formação de biocidadãos empreendedores de si e endividados. Para tal, as reflexões se pautam por contribuições de Michel Foucault e por contribuições recentes a respeito da bioeconomia e processos de subjetivação. Argumentamos que em confluência com as reflexões sobre biocapital e capital vivo, o governo da vida medicalizada requer uma dimensão produtiva e de capitalização subjetiva necessária à engrenagem neoliberal.
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Capítulo VII (Des indicateurs sociaux aux analyseurs sociaux) do livro L’État-inconscient. Paris: Les Éditions de Minuit, 1978, p. 125 a 138.Tradução: Solange L’Abbate. Revisão: Yvone Greis. Notas do trabalho de tradução - As aspas, itálico e palavras no meio do texto iniciadas com letra maiúscula foram mantidos como aparecem no texto original. Há apenas uma nota de rodapé do texto original, que está indicada; as demais foram acrescentadas no decorrer do trabalho de tradução. Ao final, encontra-se uma relação dos autores citados no texto, que foi organizada por doutorandos em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas: Daniel Vannucci Dóbies; Ana Cristina dos Santos Vangrelino; Juliana Dorigan Hespanhol; Lia Bissoli Malaman e Tatiana Loiola.
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O foco da análise empreendida neste artigo é a formação inventiva de uma professora-pesquisadora no encontro com mulheres ciganas. O texto é desdobramento de uma pesquisa mais abrangente em que problematizamos o processo de constituição de três mulheres ciganas em um acampamento na cidade de Juiz de Fora/MG. Para isso, utilizamos a perspectiva foucaultiana como embasamento teórico-metodológico, sobretudo os modos de constituição dos sujeitos e os efeitos dos discursos nas formas de conhecer, de ser e de estar no mundo. Ao longo da investigação, as relações de gênero e o sentido de educação foram as questões que mais chamaram atenção nas falas da professora-pesquisadora, que serão tomadas como análise.
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O estágio supervisionado na graduação em Psicologia é o plano de experimentação coletiva que emerge como aposta de formação na encruzilhada entre clínica e arte. Uma prática clínica transdisciplinar que se aproxima da arte de Hélio Oiticica como “forma de atividade” onde “possa emergir uma coletividade” por meio de apostas que propiciem “estados de invenção”. Desse modo, afirmamos a dimensão estética da clínica por meio de dispositivos que engajem os estudantes na criação de si mesmos como terapeutas e na invenção de relações de cuidado singulares entre o próprio grupo e com os clientes. Tal direção nos aproxima de Foucault e suas proposições do cuidado de si e da estética da existência para tomar a formação do psicólogo como construção de um ethos. Arte, corpo e clínica se entrelaçam na constituição de uma experiência de formação que transita entre os planos intensivo e extensivo da existência e expressa os efeitos deste trânsito como criação de si, de objetos, de mundos ao experimentar ressonâncias, dissonâncias e partilhas.
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Andamos pela cidade, tomamos um café na varanda, conhecemos vidas que a sociedade tentou apagar. Vidas marcadas por internações manicomiais e que foram durante muitos anos caladas. Durante encontros semanais em uma casa na cidade de Cariacica – ES, conversamos com alguns senhores e em alguns momentos escutamos histórias de vida, geralmente narrativas fragmentadas feitas de vestígios e, nesse trabalho, contamo-las: são nossas conchas. Amadoramente fotografamos pedaços, restos e expressões. Compomo-nos junto, nos misturamos e sentimos. Aqui são apresentadas poucas palavras que narram vidas, que narram histórias, que narram o cotidiano. Habitamos essa casa, mas também caminhamos, pois entendemos a cidade como lugar de potência, de criação e de desconstrução – somos andarilhos da beira da praia. Sim, a praia, mais precisamente a água nos acompanhará nesse percurso. As ondas nos guiam, o mar nos fortalece, a areia nos tira do conforto.
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Neste texto tomamos alguns fatos da politização brasileira dos últimos anos como sintomas analisadores para pensarmos os efeitos que retroagem sobre seus contextos de produção e aparecimento, forçando-nos a pensar sobre suas causas e suas consequências. Diante desse cenário, avançaremos nossa análise para pensar não apenas a produção subjetiva atual, mas principalmente para entender o porquê dessa divisão política na contemporaneidade, que chamamos aqui de esquizofrenização. Primeiramente vamos analisar a dualidade do conceito de povo em Agamben, para, em seguida, pensarmos a polaridade da subjetivação, sempre social e histórica, em Deleuze e Guattari, e por fim nos perguntaremos como a Psicologia como ciência e profissão tem sofrido e agido diante dessa transformação política e subjetiva contemporânea, esboçando uma resposta possível para a seguinte questão: a psicologia tem algo a dizer diante dessa divisão subjetiva do povo brasileiro?
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Este artigo apresenta narrativas de um trabalho realizado durante a formação em psicologia em duas Residências Terapêuticas no município de Cariacica, ES. As Residências Terapêuticas são um dispositivo da Reforma Psiquiátrica propostas com o objetivo de contribuir para o processo de desinstitucionalização da loucura. Discutem-se neste artigo as vicissitudes cotidianas enfrentadas no trabalho realizado, narram-se algumas experiências a partir das quais acompanhamos processos de produção de autonomia em gestação e apresentam-se alguns conceitos operativos da Análise Institucional que funcionam como ferramentas para orientar as análises dos acontecimentos que perpassam o cotidiano. A direção do trabalho é a de habitar a tênue linha do cuidado que não resvala em tutela e cerceamento dos processos de autonomia. Conclui-se que a saída dos usuários de saúde mental dos hospitais psiquiátricos para as Residências Terapêuticas não garante a produção de práticas de liberdade e cuidado, exigindo-se que haja constantes enfrentamentos das instituições produtoras de exclusão ainda incrustadas nas subjetividades contemporâneas.
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Neste artigo propomos uma aproximação entre a luta antimanicomial e o movimento antiproibicionista no Brasil, a partir de uma leitura contracultural. Para isso, vamos estabelecer relações entre o pensamento de Deleuze e Guattari presente no livro O Anti-Édipo, influenciado pela experiência de maio de 68 na França, e as práticas estéticas e políticas do movimento da Tropicália e do cinema marginal. Destacamos os filmes “Meteorango Kid, o herói intergaláctico” (1969) e “Louco por Cinema” (1994) de André Luiz Oliveira, que apresentam algumas questões sobre o cuidado e a violência. Essa aproximação nos permite abrir novas possibilidades para as experimentações clínico-políticas que articulem as dimensões críticas, estéticas e existenciais presentes nessas lutas sociais.
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Para pensar a relação entre clínica e política na psicologia brasileira, consideramos importante retomar alguns aspectos da história da psicanálise e de sua chegada no Brasil. Reconhecendo as oscilações clínico-políticas que ocorreram ao longo desse processo histórico, ora produzindo ácidas problematizações, ora recrudescendo em sólidos conservadorismos, recortamos quatro momentos dessa história. Partindo dos textos de Freud sobre a situação social e política de seu tempo, bem como de sua condição de exilado político no final da vida, passando por Lacan que se autodenominou excomungado após sua expulsão da IPA e fundou uma nova experiência político-institucional em sua escola, sem deixar de mencionar Deleuze e Guattari em suas contundentes críticas à psicanálise, chegaremos ao Brasil e veremos que, através de grupos heterogêneos, a psicanálise se mostra eminentemente política – seja através do caráter conservador sustentado por determinados grupos, seja através de seu caráter problematizador sustentado por outros grupos.
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O presente artigo promove uma reflexão acerca da tríplice estrutura de dominação, o capitalismo patriarcal colonial, que sustenta a opressão, as desigualdades, a violência, a subalternização, a marginalização, a exploração, a vulnerabilidade e a exclusão social, e que coloca em um extremo o homem branco rico e no outro a mulher negra pobre. A mulher negra é alocada como sendo o outro do outro nos campos político, econômico, cultural e social, em virtude de ser o outro do homem e o outro do branco, uma antítese da masculinidade e da branquitude, estando, portanto, hierarquicamente na posição mais vulnerável na supremacia patriarcal e colonial do capitalismo. Para a superação dessa realidade, é necessária a transformação da lógica capitalista, que só é possível através de um processo de retirada de máscaras brancas das peles negras, rompendo-se o silêncio, fazendo-se usos da raiva, para, enfim, viver de um amor ético, estético e político.
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