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Apresenta conversas e experienciações de uma psicóloga do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus São Mateus. Expõe os modos de trabalho da profissional de psicologia que emergem nessa escola. Traz pistas de como fortalecer os processos formativos que valorizem as problematizações e superem os modos hegemônicos de ser psicólogo(a), em prol de outros modos de pensar, criar, sentir, agir e viver. Discute a formação como processualidade, ou seja, as experienciações podem produzir no(a) profissional de psicologia uma abertura à sua própria transformação. Desse modo, abrem possibilidades para problematizações, desnaturalizações e produção de outros modos de trabalho do(a) psicólogo(a) na escola.
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Este artigo apresenta, de modo singular, o entrecruzamento de pesquisas que partilharam um campo comum no município de Serra/ES. As pesquisadoras trabalham a noção de intervenção em duas direções: o movimento de implementação de comissões de saúde no trabalho da educação básica e a política de narratividade oriunda desta experiência. Uma pesquisa-narrativa afirma-se nas ferramentas do pensamento-escrita e dos conceitos-arma, exercício de transmissão dessas pesquisas enquanto experiência de narração apontando para a Erfahrung benjaminiana. As noções de história aberta, do pensamento como mônada, da imagem dialética e do tempo de ruptura no contemporâneo forjam a política de escrita deste artigo. Localizar a memória de lutas menores e dos vencidos da história dão o tom analítico para a prática da escrita como processo de pesquisa-intervenção. Esta é a constelação que problematiza a dimensão da subjetivação que atravessa políticas de produção de conhecimento da psicologia em sua interface com a educação.
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A Reforma Psiquiátrica brasileira e o movimento da Luta Antimanicomial são importantes ao processo de (re)invenção do lugar social da loucura, na produção de políticas locais e intersetoriais e na criação de redes em serviços substitutivos territoriais, em superação ao modelo asilar. Pensar como os CAPS em Vitória-ES que cuidam das pessoas em sofrimento psíquico grave têm acolhido o processo da crise quando esta acontece no cotidiano foi o norteador desta pesquisa. Ao participar de diversos espaços de cuidado nos equipamentos pode-se acompanhar como a atenção à crise se desenrola no cotidiano dos serviços, como os afetos são mobilizados para produzir um cuidado que não fragmenta a vida. Testemunhou-se que questões cotidianas quando são discutidas em assembleias produzem além de efeitos terapêuticos, um exercício democrático, torna-se lugar de pactuações que reverbera na vida dos usuários ampliando sua autonomia.
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O neoliberalismo tem acelerado a mercantilização da educação e das políticas públicas conquistadas pela população brasileira desde o fim da ditadura militar. No estado do Espírito Santo este processo foi ampliado desde a segunda gestão do governo de Hartung, mediante o fechamento de escolas do/no campo. O objetivo deste artigo é analisar as práticas de resistência de educadores e educandos da EEEF “Paulo Damião Tristão Purinha”, do assentamento Sezínio Fernandes de Jesus, no município de Linhares, no estado do ES, para dar visibilidade ao processo de afirmação da vida dos trabalhadores em suas atividades de resistência e nos princípios filosóficos, pedagógicos e políticos que afirmam no plano de estudos, na auto-organização, na agroecologia e mística como práticas formativas que se dão desde o chão da escola.
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Esse estudo busca problematizar modos hegemônicos de vida dos povos da cidade em sua relação com a terra e com o consumo. Para isso, lança um olhar para a feira livre orgânica como maneira de transitar entre modos de vida que fissuram as formas economicistas de nos relacionarmos com o universo ao redor, em diálogo com as cosmovisões dos povos originários. Às brechas liberadas no fazer feira chamaremos antídotos. Entende-se que os feirantes, pequenos agricultores, ofertam saberes que podem contribuir para a construção de outros mundos que não se orientam pela lógica de consumo monocultural. Esse texto caminha, pois, na direção de uma aposta ética no posicionamento inventivo pela criação de vínculos e de mundos.
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Neste ensaio, propomos tensionar o conceito da história e a questão sobre quem não é indígena, a partir de diversos autores, como Benjamin e Castro, para que daí pontilhemos pistas nubilosas de constituição de uma posição ética decolonial no ato de pesquisar. Investigar-se-á, nas teses sobre o conceito da história, as passagens que forçam o pensamento ao exercício crítico de vetorizar o lugar daqueles tidos como não-indígenas. É nos assombros do cotidiano contemporâneo que enxergamos as atualizações das práticas e discursos colonialistas, nas quais se sustenta uma esclerosada hegemonia, que resulta na perpetuação da relação unívoca com a história universal. Buscar-se-á compreender como nós não-indígenas podemos ocupar um lugar de implicação, através do agenciamento de um texto em linhas, cada uma guardando uma intensidade e experimentando reflexões que apontem para uma ética de implicação decolonial, sem que haja uma ordenação ou continuação das linhas umas em relação às outras.
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O artigo discute contribuições psicanalíticas para uma clínica da violência, a partir da experiência do projeto de extensão Supervisão clínico-institucional para a equipe do Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência de Vitória (SASVV). O projeto, orientado à luz da psicanálise, propõe três eixos de trabalho: político-institucional, teórico-crítico e prático-clínico. Descrevemos a metodologia utilizada, inspirada nas conversações psicanalíticas (MILLER, 2005) e em outras propostas de psicanálise em situações sociais críticas (BROIDE; BROIDE, 2016). Discorremos também acerca de contribuições psicanalíticas para tratar da complexidade envolvida nas situações de violência, como as noções de ancoragens (BROIDE; BROIDE, 2016) e alçamento (GUERRA; MOREIRA, 2020), para pensar estratégias clínicas de trabalho em rede e com os pacientes; e a noção de prática entre vários (DI CIACCIA, 2005), para lidar com a multiplicidade de saberes envolvidos na abordagem clínica da violência.
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O objetivo desse artigo é discutir os ‘estados alterados da consciência’ como um dispositivo para a produção de processos de desterritorialização e singularização no campo da clínica esquizodramática. O método de trabalho parte de um estudo teórico sobre a consciência na esquizoanálise e no esquizodrama. Substituímos o termo estados alterados da consciência por modos conscienciais. Propomos um modelo de consciência enquanto máquina e agenciamento, dividido em cinco modos: I. dicotômico, II. plural, III. caósmico, IV. caótico e V. cronificado. O modo consciencial plural possui mais quatro subdivisões, ao ser articulado com os distintos diagramas de forças sociais. A partir dessa concepção teorizamos como se efetua a transição entre os modos conscienciais, em que, de uma posição consciencial cronificada, pode-se chegar a um modo consciencial plural ecosófico.
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Este artigo compartilha os movimentos e alguns resultados de uma pesquisa de Mestrado que buscou acompanhar os modos de participar dos estudantes e suas interferências nos processos de formação e gestão no Ifes – Campus Serra/ES. Este percurso de pesquisa foi construído a partir dos referenciais da pesquisa-intervenção e aconteceu por meio da tessitura de conversas com participantes de movimentos sociais, estudantes e trabalhadores desta Escola. Neste artigo debatemos as formas de participação não institucionalizadas efetuadas por estudantes, partilhando as produções do jornal No Muro. Concluímos apontando que estes modos de participar interferem nos processos de formação e gestão do Ifes e colocam em análise práticas cotidianas, muitas vezes silenciadas no cotidiano da Escola.
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Esse artigo problematiza o trabalho de pesquisa com povos indígenas, apontando o exercício de modos de pesquisa ético-políticos numa visada contra colonizadora; fruto de interpelações quanto aos modos de produção de conhecimento e suas possíveis reproduções colonialistas neste gesto. A partir do território do estado do Espírito Santo onde encontram-se as etnias Guarani e Tupinikim, o trabalho teve como mote o propósito de realizar uma pesquisa atenta a outras bases de pensamentos e práticas. Os principais elementos contra colonizadores construídos foram: a problematização de bases epistemológicas colonialistas; a força da memória e seu cultivo; a relação de imanência com a terra; os conhecimentos orgânicos e a formação de um ethos transespecífico.
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O artigo visa a trazer algumas contribuições da psicanálise sobre a agressividade, considerando seu caráter constitutivo para a subjetividade. O diagnóstico de Transtorno Opositor Desafiador (TOD) tem feito com que algumas manifestações agressivas, essenciais para a organização subjetiva de uma criança, sejam vistas como comportamentos patológicos a serem eliminados através do tratamento terapêutico ou medicamentoso. Uma passagem por autores de diferentes orientações psicanalíticas, incluindo textos iniciais de Lacan, admite outras leituras da agressividade, da oposição e do desafio, que ampliam as possibilidades do fazer clínico e, por conseguinte, do universo simbólico em que uma criança pode circular e se situar. Considerar a agressividade enquanto constitutiva, multifacetada e contextual é dar voz ao que muitas vezes tentamos silenciar sem levantar questões.
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Este artigo compartilha análises apresentadas em pesquisa de dissertação de mestrado que focalizou as políticas de juventude no estado do Espírito Santo. A dissertação objetivou contribuir no debate acerca dos processos de criminalização e silenciamento da juventude negra e pobre capixaba, moradora das periferias urbanas. As temáticas abordadas foram delimitadas a partir de análises acerca da vivência profissional da autora principal, atuando como psicóloga no âmbito de políticas voltadas à juventude. Delimitamos alguns eixos desta experiência profissional para debater o modo com as políticas governamentais são efetuadas, em boa parte dos casos sem uma escuta cuidadosa e analítica acerca das demandas deste segmento da população. Almejamos colocar em análise a chamada ‘onda jovem’ que significou o crescimento da população juvenil, o incremento à participação dos jovens na construção de políticas públicas para este segmento, assim como as ações que vêm fomentando de forma cada vez mais intensa o processo de criminalização da juventude pobre e negra.
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Por meio do diálogo com autores que se situam no campo das discussões sobre trabalho, foi analisado o ofício de sapateiro e a cooperação como dimensão importante desse gênero profissional. A cooperação é um aspecto importante para o desenvolvimento do trabalho e para o estabelecimento de regras do ofício. Em intercessão com Walter Benjamin, a pesquisa foi realizada na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo, Brasil, por meio de narrativas com os sapateios sobre seu ofício e a sua relação com a cidade. Foi observado que os sapateiros, ao trabalharem, mobilizam a cooperação engendrando formas coletivas e inventivas de agir para realizarem suas atividades frente às demandas que se apresentam. A cooperação não foi tomada como aumento da força produtiva, mas como uma dimensão do trabalho que faz emergir uma força coletiva, uma nova força produtiva.
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Este artigo é um exercício de escrevivência com o objetivo de analisar as vivências de mulheres negras periféricas. Fizemos uso do paradigma interseccional como ferramenta metodológica de análise da produção das opressões de raça, gênero e classe, bem como as estratégias de enfrentamento. A pesquisa de campo foi feita a partir de rodas de conversas em três Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) na capital do Espírito Santo, Vitória. Os CRAS estão localizados no Território do Bem, região periférica da cidade. Os resultados da pesquisa apontaram que as Imagens de Controle como uma ferramenta na produção de discursos violentos que naturalizam a violência contra as mulheres negras. Ressaltamos os exercícios de resistência que as mulheres negras periféricas efetuam e que são construídos a partir desse lugar que ocupa e fabrica estratégias de enfrentamento às diversas violências, criando fissuras nas máquinas produtoras de opressão.
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O artigo visa apresentar a proposta de psicologia de Nietzsche e sua relação com seu método crítico de análise genealógica. Para a elucidação desta psicologia, bem como exemplo de seu funcionamento, apresentou-se as interpretações genealógicas de Nietzsche sobre a formação histórica da concepção moderna da alma e da emergência do aparelho da consciência. Trabalhou-se a concepção da “grande psicologia” como ferramenta do método crítico genealógico que busca se distanciar dos preconceitos morais metafísicos, como “atomismo anímico”, centralidade do “eu” e do órgão da consciência no campo da existência humana, e o conceito de “livre-arbítrio”. Através da eleição do corpo e da “grande razão” como alicerces da existência, a psicologia nietzschiana poderia realizar análises genealógicas do órgão da consciência baseando-se na construção do humano a partir da formação de comunidades, da produção de comunicação entre seus pares, e da limitação desta comunicação por parte da malha gramatical que determinaria sua perspectiva.
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Considerou-se, neste artigo, as normalizações das sexualidades e dos gêneros dissidentes, e os jogos de verdade que as acompanham, na constituição de discursos que legitimam a Psicologia como campo disciplinar alinhado aos discursos patologizantes das subjetividades. Ao questionar-se o privilégio desses discursos em relação à produção de conhecimento que emerge dos ativismos e vivências dissidentes, abordou-se, no campo dos currículos em Psicologia, os processos de subjetivação na produção desses saberes. Afirmou-se, contudo, a produção de discurso acadêmico como campo estratégico, no qual somos convocadas(os) a posicionamentos e implicações que se articulam a esses e outros ativismos e movimentos sociais. Na transversalidade desses percursos, e por análise de implicações, entre essas dissidências, acompanhou-se os deslocamentos do lugar de um não-homem, pela descolonização do sujeito epistêmico e de sua universalidade, transicionando-se dos binarismos de gênero ao coletivo das enunciações.
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O presente artigo busca compartilhar experiências inventivas nos caminhos metodológicos de pesquisa, a partir de narrativas. Tecendo percursos atravessados pela violência, pela cidade, pelo viver apesar da morte e pela pandemia, buscamos compor esta escrita com mulheres que se abriram ao encontro com outras mulheres – escrita, “escrevivências”, construção e destruição de lugares – mulheres, mães, pesquisadoras, narradoras. Diálogos, narrativas, cuidado; autoras e narradoras vivenciando o contexto de pandemia, isolamento e morte, apostamos nas narrativas como afirmação de pesquisas impregnadas de vida, tecidas na arte do encontro, da escuta e dos olhares sensíveis.
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Para uma pessoa acometida por sintomas que a levam a crer que esteja doente, conhecer o nome da doença que lhe causa sofrimento é algo de grande importância e que muda a maneira como ela se relaciona com seu adoecimento. Frente à escassez de estudos que abordem qualitativamente como a ausência de nomeação de uma doença pode influenciar a vivência de adoecimento próprio ou de um familiar, buscamos explorar essa questão. Utilizamos a metodologia da História Oral para construir entrevistas com pacientes e familiares de pacientes internados na enfermaria de Neurologia do Hospital São Paulo. Posteriormente, as entrevistas foram analisadas por meio da análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. Foram obtidas categorias temáticas relacionadas às questões de causalidade, culpa, dificuldade de acesso a recursos, expectativas ambivalentes e sentimento de esperança ao chegar no hospital. Esses temas se mostraram de acordo com a experiência prática e com a literatura estudada.
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O artigo objetiva ‘tensionar’ o funcionamento da política de Assistência Social no contemporâneo, partindo de perguntas-resistência que problematizaram as táticas de gerência/governo dos corpos que habitam os ‘ditos’ territórios vulneráveis e de risco onde se inserem os equipamentos da Assistência Social. As análises foram tecidas articulando à produção histórico-política dos conceitos que embasam a atual Política Nacional de Assistência Social (2004) as interpelações advindas de perguntas-resistência, enunciadas por personagens surpreendentes e imprevisíveis, que colocaram em circulação problemas e questões importantes no funcionamento desta política no contemporâneo. A aposta político-metodológica afirmada possibilitou um exercício de escuta-experimentação como abertura aos movimentos da vida que se forjam em meio àquilo que a pretende naturalizada.
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Entre 2000 e 2025
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