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Resultados 11 recursos
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Diante de um cenário de catástrofes no qual coabitamos com desigualdades sociais crescentes, poluição, envenenamento por agrotóxicos, esgotamento das fontes, diminuição do volume dos lençóis freáticos, desmonte de políticas públicas e acirramento de processos excludentes, nossa proposta metodológica, inspirada na obra de Ailton Krenak - Ideias para adiar o fim do mundo -, consiste em contar histórias, como forma de enfrentar o presente e forjar saídas em companhia dos povos originários. Há perguntas que funcionam como disparadoras do campo problemático de nossa escrita coletiva: De que modos podemos nos engajar em experimentações coletivas que buscam tecer possibilidades de um futuro aberto à alteridade e sua própria tessitura comum? Buscaremos responder aos chamamentos de povos da terra como pistas que orientam nossa escritura/ação/coletiva, atentando-nos para o imperativo de politizar o cuidado em relação às redes de interdependência que nos constituem.
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Desobedecer, no tempo presente, afirma um imperativo ético, uma aposta na vida aliançada com a coragem intrínseca aos riscos das modulações do fascismo contemporâneo. Entre cenas da educação e da saúde, percorreremos a tríade desobediência-coragem-alteridade de maneiras diferentes, implicadas em um certo modo de relação com outros que passa ou não pela produção de práticas de liberdade. Escrita que se realiza entre-duas, no feminino, compondo encontros entre psicologia e educação. A historicização da obediência parece vir acompanhada de um estreitamento de possibilidades e de uma localização específica e assimétrica, se opondo às práticas de liberdade. A tríptica composta por três cenas que abrem este texto, e os três eixos de análise e de intervenção — desobediência, coragem e alteridade — desenha um arco que abriga dispositivos conceituais do filósofo Michel Foucault. Trata-se de uma composição de um quadro geral de análise que aposta na ampliação de estratégias de enfrentamento das práticas sociais.
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O artigo parte do problema apontado por Michel Foucault na primeira aula do curso A Hermenêutica do sujeito, datada de 6/01/1982, a saber: o que se passa com o ser do sujeito em sua relação com a verdade? Para desenvolver tal indagação, o filósofo analisa, entre outros aspectos, saberes e práticas característicos da espiritualidade no período de ouro do cuidado de si (séculos I e II). Além de acompanhá-lo em parte desse percurso, pretendemos, com nosso texto, pôr em cena as inflexões que ele implica tanto para o campo da psicologia como para o da formação de professores. Em ambos, é comum que emerjam polêmicas quanto às teorias a adotar como base para uma intervenção mais eficaz ou, preferencialmente, mais crítica. A diferenciação clássica entre ciências naturais e ciências humanas jamais se ausenta desse debate. O presente artigo adota caminho distinto, pois buscamos um modo de arrancar de nossas entranhas o momento cartesiano, arriscando-nos a adotar posturas antipsicologistas e eventualmente antiepistemológicas. Melhor dizendo, indagamos: como, na psicologia e na educação, a constituição de si por si mesmo pode se transformar em uma ética metodológica (ou metodologia ética) de trabalho?
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A entrevista foi realizada em 21 de julho de 2020, de modo remoto pelo zoom, atendendo ao momento pandêmico que vivemos no Brasil. Ela foi gravada e transcrita por Mychell Christiano Pires de Mello e Fabiana de Mesquita do Patrocínio Dias. Desde o Rio de Janeiro, Rosimeri e Heliana, e desde Porto Alegre, Alfredo, a entrevista-conversa acontece de modo itinerante para dar visibilidade e fazer ver e falar o trabalho dos estudos foucaultianos para o campo da educação.
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O artigo expõe análises de pesquisas-intervenção realizadas com formação de professores na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Cartografa movimentos que nos desprendem dos exercícios de poder, servindo de reveladores para transformações do sujeito. Lança mão de três dispositivos: as linhas tecidas no dispositivo aula, recorrendo ao curso A Hermenêutica do Sujeito e à noção de arqueologia; as linhas que se delineiam na atualidade mediante entrevistas de Foucault e escritos de seus intercessores; e as estratégias singulares de formação que privilegiam práticas ético-políticas regulares e trabalhos dotados de continuidade, embora sem efeitos de coerção.
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O artigo expõe análises das pesquisas-intervenção realizadas com formação e com estudos foucaultianos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Cartografa movimentos que nos desprendem dos exercícios de poder, servindo de reveladores para as transformações do sujeito. Para tanto, traz três dispositivos. Primeiro, as linhas tecidas no dispositivo aula, recorrendo ao curso A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault, e colocando em pauta a anarqueologia como atitude prática para pensar/fazer uma formação que se desvincule de pedagogias capacitadoras. Em seguida, as linhas do dispositivo se delineiam por meio de entrevistas e de alguns escritos de intercessores de Foucault para indagar se a formação perspectivada pela invenção pode ser uma formação outra, problematizadora. Em um terceiro momento, apresentam-se estratégias singulares de formar professores que privilegiam práticas éticas e políticas regulares e trabalhos dotados de continuidade, porém sem efeitos de coerção.
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O artigo parte de um projeto de formação inventiva de professores apoiado nos trabalhos de Gilles Deleuze. Tal característica permite distanciar esse projeto de abordagens outras, recognitivas e capacitadoras, aproximando-o, outrossim, do tema da invenção. Para fortalecer esse modo de pensamento e ação, Proust e os signos, livro de Deleuze, é trazido centralmente à cena, dando ênfase à correlação entre encontro, signo e pensamento. Narrativas e trechos dos diários de campo de alguns participantes do projeto são apresentados, no intuito de ligar o acaso do encontro (que força a pensar) e a necessidade do pensamento (que só ocorre se a tanto forçado). A efetiva vinculação entre universidade e escola básica é também enfatizada, com vistas à construção de perspectivas problematizadoras da formação de professores, indispensáveis no presente, um tempo de ‘escola sem...’.
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Os organizadores deste pequeno dossiê e tradutores do fragmento da longa conversa entre Michel Foucault e Thierry Voeltzel, datada de 1976 e publicada em 1978 no livro Vingt ans et aprés, apresentam brevemente a tradução de tal fragmento, que ganhou por título O anti-cu. Situam-no no cruzamento de duas sÈries que atravessam a produção foucaultiana e tÍm singular importância resistencial no contempor‚neo: a sÈrie da polÌtica do anonimato e a série da crítica da sexualidade-identidade.
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Trata-se de conversas que expressam uma escolha ético-estético-política para mostrar as tessituras do trabalho com dispositivos da análise institucional, da cartografia, das políticas de cognição e da formação inventiva de professores nos territórios distintos da escola e da universidade. As conversas são tecidas entre professoras da escola e da universidade, para evidenciar a pesquisa pelo meio, lá onde ela acontece: no chão da escola. Há conceitos que funcionam como dispositivos de resistência em campos tão predefinidos, tais como: micropolítica e formação inventiva de professores. Micropolítica é uma experimentação ativa, pois não se sabe antecipadamente como é que se desenha o traçado de uma experiência. Formação inventiva de professores é uma questão de aprendizado de como manter vivo um campo problemático, deixando vibrar as forças intensivas para que estas possam criar formas e desformar cristalizações nas trajetórias de vida. Conversas coletivasque enunciam diferentes modos de viver escola e universidade.
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