A sua pesquisa
Resultados 75 recursos
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O objetivo deste trabalho é descrever e analisar o laboratório de psicologia da Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Belo Horizonte. A temporalidade estudada coincide com seu funcionamento - 1929 a 1946 e nossas fontes foram textuais e iconográficas. Nolaboratório, circularam diferentes sujeitos, tais como políticos mineiros, especialistas europeus e estudantes-professoras da Escola de Aperfeiçoamento. O laboratório estava equipado com cerca de 60 instrumentos diferentes, dentre aparatos de bronze e vidro, bem como, de testes psicológicos. Os resultados indicam que o laboratório foi uma ferramenta importante no ensino e na pesquisa em psicologia, permitindo a realização de estudos psicológicos que contribuíram para a formação prática das estudantes-professoras. Essa formação prática possibilitou a aprendizagem de conhecimentos psicológicos sobre a escola, a infância brasileira e a professora primária. Concluímos que o laboratório de psicologia da Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Belo Horizonte contribuiu para a organização e a circulação da psicologia, nas primeiras décadas do século XX, no Brasil.
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Este trabalho apresenta uma narrativa histórica sobre os laboratórios de Análise do Comportamento no Brasil, mais precisamente, os da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em decorrência dos impactos da Análise do Comportamento na UFMG durante a década de 1970, o período investigado situa-se entre 1969 e 1981. A caixa decondicionamento operante foi o principal objeto analisado. A caixa, como instrumento científico, permitiu a elaboração de discursos sobre os laboratórios e sobre aqueles que o utilizaram. Como aporte para a análise dos percursos da UFMG, utilizou-se de parte da história do behaviorismo na Universidade de São Paulo (USP) entre 1961 e 1965. Isso se deveu às influências da USP na UFMG no tocante à Análise do Comportamento. Foram referenciais teóricos, trabalhos da História da Psicologia e dos Estudos Sociais da Ciência. Foram utilizadas técnicas de História Oral, Iconografia e Análise Documental para o levantamento e análise dos dados. Dentre os documentos analisados, encontram-se:fotografias; cronogramas, ementas e planos de ensino de disciplinas; cartas; relatórios de atividades; relatórios de compra de equipamentos; periódicos; e anais de eventos. Além disso, foram analisadas entrevistas realizadas com professores que atuaram nos laboratórios de Análise do Comportamento durante o período estudado. Os resultados indicaram que a caixa de condicionamento operante e, consequentemente, os laboratórios de Análise do Comportamento, foram apropriados como elementos de ensino e pesquisa no período.Especificamente na UFMG, eles foram utilizados primordialmente como recursos de ensino. Dessa maneira, o laboratório didático de Análise do Comportamento ficou em evidência. Pode-se interpretar que isso ocorreu por quatro motivos principais: (a) os professores envolvidos no desenvolvimento inicial da Análise do Comportamento acreditavam em uma Psicologia científica; (b) esses sujeitos comungavam da crença da importância do laboratório para uma Psicologia científica; (c) o acentuado interesse desses docentes na criação de condições de ensino de uma Psicologia científica experimentalista; e (d) a necessidade de formação específica para atuar nos laboratórios de pesquisa experimental em Análise do Comportamento. Observou-se, ademais, a caixa de condicionamento operante acentuando aimportância do laboratório de Psicologia Experimental no imaginário de uma Psicologia científica no Brasil. Dessa forma, o laboratório didático de Análise do Comportamento foi mais um dos elementos intimamente relacionados à formalização dos primeiros currículos de Psicologia no Brasil, justificados em bases científico-experimentais e à institucionalização da Psicologia como ciência e profissão.
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Historical studies of neuroscience in Brazil have focused on many aspects, including the relationship between brain and behavior. We present some notes on the concept of behavior, based on documents related to two Brazilian scientists identified as behavioral neuroscientists: Miguel Rolando Covian (1913-1992) and César Timo-Iaria (1925-2005). These neuroscientists used the concept of behavior in their debates about the connections between the nervous system and the environment. This use was influenced by physiological - especially neurophysiological - and experimental psychological studies. Describing and analyzing such documents and their authors, helps us to understand aspects of the history of neurosciences in Brazil during a period in which neuroscience was spreading rapidly in different countries.
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A formação do psicólogo, sua profissionalização e regulamentação da Psicologia são temáticas recorrentes de pesquisas e discussões, no Brasil. Nessa direção, objetivamos identificar e caracterizar condições do campo científico-profissional da Psicologia que estiveram envolvidas no processo da regulamentação da profissão entre as décadas de 1940 e 1950. Metodologicamente, esta é uma pesquisa na interlocução entre História Social da Psicologia e a História do Tempo Presente. As fontes primárias foram prioritariamente aqueles presentes no Dossiê Legislativo vinculado à proposição da Lei nº 4.119/62. Os resultados indicam a existência de condições típicas das comunidades científico-profissionais (e.g., sociedades, revistas, exercício profissional, etc.) antes da referida regulamentação. Tais condições respondiam ao projeto de “modernização” nacional a partir de aplicações e da formação de “especialistas” em Psicologia. Assim, o que nos parece é que, para que profissão e a formação fossem legisladas, parte das condições necessárias para sua existência já estavam presentes no país.
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As biografias têm ganhado espaço na História das Ciências, no geral e, em específico, na História da Psicologia. Elas têm permitido compreender a atuação de personagens relevantes na história da Psicologia, em diversos locais e, entre eles, no Brasil. Este artigo se constitui como uma biografia de Reinier Johannes Antonius Rozestraten (1924-2008). A partir de fontes textuais (e.g., memoriais, relatórios, etc.) e orais (entrevista com ex-colegas e ex-alunos), apresentamos cidades pelas quais o biografado passou e parte de suas atividades vinculadas ao campo científico-profissional da Psicologia. As fontes foram analisadas a partir de seu conteúdo. Vemos um ator interessado em uma Psicologia científica, capaz de se envolver em questões aplicadas, do que a de uma personagem vinculada a uma teoria, em especial. Ademais, observamos uma atuação que concorreu à criação e desenvolvimento de Sociedades científico-profissionais. Assim, sua trajetória nos permite compreender os caminhos da Psicologia, no geral, e da Psicologia do Trânsito, em específico, no Brasil.
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Esta pesquisa objetivou descrever e analisar publicações veiculadas nos Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, vinculadas à Psicologia Aplicada ao Trabalho, entre 1949 e 1968. Metodologicamente, é uma investigação em História Social da Psicologia que se apropria de estratégias de sociobibliometria e História Digital da Psicologia. Os resultados encontrados sugerem que a Psicologia esteve presente com estudos e intervenções à serviço das diretrizes desenvolvimentistas estabelecidas pelo Estado, e também contemplou o indivíduo e sua relação com o meio como eixo de estudos que repercutissem na vida do trabalhador, a partir da interação sujeito-trabalho. Assim, historicizar a Psicologia Aplicada ao Trabalho permitiu tatear contribuições de diferentes propostas teórico-metodológicas que viabilizaram novas perspectivas e repercutiram no desenvolvimento da própria Psicologia brasileira, em especial à voltada para o trabalho e as organizações, e que repercutiram na constituição da Psicologia enquanto profissão.
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Esta pesquisa em História Social da Psicologia produz uma narrativa histórica sobre o curso de graduação em Psicologia das Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT). Ela assume que as memórias pessoais e documentais são construtos socioculturais e, assim, utiliza fontes textuais e orais para produzir tal narrativa. Os resultados apontaram que o curso atendeu a uma demanda de “modernização” da cidade de Campo Grande por meio do desenvolvimento do ensino superior. Além disso, atendia a demandas sociais, políticas e econômicas da expansão do Oeste, capitaneadas pelo governo militar brasileiro à época. Isso ocorreu a partir de um currículo operacionalizado de forma particular se comparado aos indicativos legais, com uma tônica no campo da educação. Este artigo contribui para a preservação das memórias da Psicologia em um dos primeiros cursos de graduação do estado, ampliando saberes sobre a história da Psicologia no país.
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Os laboratórios científicos contribuíram para os processos de institucionalização e disciplinarização da psicologia, nos séculos XIX e XX. Tais contribuições foram registradas em diversos textos memorialísticos, que foram tomados com características historiográficas, além de outros, celebratórios. A partir da década de 1960, houve críticas à história dos laboratórios de psicologia, as quais produziram um hiato na produção historiográfica sobre eles. Diante disto, nosso objetivo é apresentar os laboratórios científicos como objeto presente na história da psicologia e, consequentemente, como um objeto de pesquisa historiográfica. Para tanto, expomos uma panorâmica da historiografia sobre os laboratórios de psicologia, notas sobre tal historiografia no Brasil e possibilidades contemporâneas de estudos sobre os laboratórios. Assim, mostramos os laboratórios científicos como objetos que permitem dizer sobre diferentes aspectos da história da psicologia.
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A profissionalização da Psicologia, no Brasil, ocorreu em meio a embates entre diferentes profissionais envolvidos com suas aplicações, na primeira metade do século XX. Parte desses embates estava circunscrita às aplicações clínicas dos métodos e técnicas psicológicas, elementos que circulavam entre a Psicologia, a Psiquiatria e a Psicanálise. Nessa direção, esta pesquisa lança luz historiográfica a práticas e conhecimentos psicológicos que circularam nos Arquivos de Neuro-Psiquiatria, entre 1943 e 1962. Os resultados sugerem a presença de métodos e técnicas psicológicas para lidar com quadros clínicos variados, sendo prevalente a apropriação de teorias psicodinâmicas. Nota-se, portanto, apropriações clínicas da neuropsiquiatria que auxiliam em uma compreensão ampliada de embates científico-profissionais quando da regulamentação da formação e da profissão de psicólogo, no país.
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O artigo apresenta a recepção e circulação da instrução programada na Universidade Federal de Minas Gerais, como exemplo da apropriação da análise do comportamento no Brasil, e ilustra parte de tal apropriação nos anos 1960-1970, no contexto de reforma da educação superior e da influência sociointelectual estadunidense. Os resultados indicam que o recurso da instrução programada, para tornar-se autóctone, preconizou o protagonismo do aluno e sua autonomia do professor. As fontes indicam embates decorrentes de concepções preestabelecidas sobre o processo de ensino-aprendizagem e a influência estadunidense como elementos centrais para compreender a recepção e a circulação da instrução programada no Brasil.
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Recorrentemente, o psicólogo-historiador se vê diante da questão, endereçada por seus pares ou alunos: por que estudar História da Psicologia? Tal questão é tão recorrente que livros-texto de História da Psicologia reservam um espaço para apresentar respostas, justificativas, a tal provocação. Diante disso, este artigo endereça uma resposta a tal questão, a partir da hipótese de que a História da Psicologia é uma ferramenta para compreensão de rupturas e permanências de fenômenos históricos vinculados aos campos Psi e, esta compreensão, nos auxilia em uma visão mais crítica do presente. Para atingir tal objetivo, são apresentados dois exemplos de questões históricas, mais ainda contemporâneas, na Psicologia brasileira: (a) a definição de campos de atuação e técnicas de atuação do psicólogo e (b) discursos e práticas normatizantes com pessoas homossexuais. Assim, a partir de tais exemplos que nos permitem ver a história na Psicologia e, também, a Psicologia na história, conclui-se que a História da Psicologia pode, sim, contribuir com uma análise mais crítica do momento presente. Para tanto, faz-se necessário a pesquisa em História da Psicologia e o ensino de sua história, para uma formação crítica do psicólogo brasileiro.
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Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (45)
- Seção de livro (28)
- Tese (2)
Ano de publicação
- Entre 2000 e 2025 (74)
- Desconhecido (1)