A sua pesquisa
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O artigo “L’expérience russe – L’éducation sociale des enfants” (Antipoff, 1924), reproduzido a seguir, foi escrito pela psicóloga e educadora russo-brasileira Helena Antipoff (1892-1974) e publicado na revista La Semaine Littéraire , em Genebra, em 1924. Trata-se de documento expressivo, original, uma espécie de documento-monumento, no sentido proposto por Zumthor (1960), peça histórica única, testemunho de uma época e de ações humanas empreendidas em um determinado contexto com sentido propositivo, destinado a se tornar um clássico para a posteridade. A narrativa é constituída por um relato de primeira mão sobre o projeto de educação social formulado na Rússia pelos bolcheviques nos primeiros anos após a revolução comunista de 1917 e seus desdobramentos, observados na aplicação prática dos princípios idealizados. Resulta de observação da autora como participante direta de instituições encarregadas de colocar em operação propostas educativas decorrentes das políticas implantadas no território russo naquele período conturbado, de grande instabilidade social. Período marcado também pelas tentativas nem sempre bem sucedidas de realizar os ideais revolucionários inspirados na crítica ao capitalismo formulada por Karl Marx e interpretada pela primeira geração de líderes bolcheviques.
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As relações entre estudos em história da psicologia e estudos de representações sociais são analisadas, visando evidenciar as convergências entre objetivos e metodologias utilizados. Argumenta-se que, no caso dos estudos em história da psicologia de orientação externalista é importante demonstrar as conexões entre o contexto sócio-cultural e a elaboração das teorias em psicologia, seja no período pré-científico, seja no período de desenvolvimento da psicologia científica. Também os estudos das representações pretendem demonstrar as conexões entre o contexto sócio-cultural e a elaboração e difusão de redes de significados compartilhados que constituem o saber do senso comum, muitas vezes observando as relações entre conhecimento científico e senso comum. As metodologias de análise das representações sociais são semelhantes às metodologias de estudo da história de conceitos científicos.
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In Memoriam Sílvia Tatiana Maurer Lane (1933-2006)
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Através do método de análise de conteúdo, procedeu-se a uma investigação sobre os conceitos de interesse, afetividade e inteligência em um conjunto de textos de Édouard Claparède, de 1905 a 1938. Os significados e funções desses conceitos foram identificados, assim como as relações entre eles. Percebeu-se a importância do conceito de necessidade, o qual se encontra na base de todos os outros. Explicita-se o papel desses conceitos na educação funcional, bem como a maneira de se atrair o interesse das crianças, nessa perspectiva: através do jogo. Apresenta-se, ainda, a posição de Claparède com relação a alguns autores com quem dialogou acerca desses temas.
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In Memoriam Josef Brožek (1913-2004)
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Comentários ao texto "Definição de idiotia e imbecilidade", por sua vez uma comunicação de 1910 feita por Binet e Simon. No texto, as autoras explanam sobre a psicologia da época e questões atuais
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A trajetória da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, do Conselho Federal de Psicologia, é analisada, no contexto das comemorações de seus 25 anos, evidenciando o processo de transformação que a levou a ser avaliada como periódico de nível A pela CAPES, em 2000, acompanhando as transformações teóricas e práticas da Psicologia no Brasil, atingindo, assim, a excelência em seu campo de atuação. Seu percurso é analisado a partir de dados das seguintes partes da revista: capa, contra-capa, editorial, ficha técnica, sumário, seções e temas dos artigos, utilizando como fontes todos os números publicados entre 1979 e 2004 (56 exemplares). Psicologia: Ciência e Profissão revela-nos os psicólogos como profissionais que escutam a sociedade onde vivem, produtores de práticas que têm, cada vez mais, referência nesta sociedade. Nesses 25 anos, a revista registrou a produção de uma nova identidade para a Psicologia brasileira, construída a partir tanto do diálogo com os diversos campos de atuação quanto da produção de outros olhares sobre esses diversos campos, mostrando como a profissão se deslocou de uma posição mais elitista para uma outra comprometida com a ampliação dos espaços de atuação do psicólogo junto a camadas desprivilegiadas da população brasileira, conhecida como de um maior compromisso social.
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Essa pesquisa apresenta um levantamento bibliográfico de fontes de difusão das idéias psicológicas em Minas Gerais entre 1830 e 1930. As palavras-chave utilizadas foram: psicologia, psychologia, moral, moraes, moralidade, hygiene, higiene, aluno, estudante, alumnos, professor, mestre, educador, manual, programas, programmas, inteligência, instrução, educação e escola. Bibliotecas pesquisadas: Arquivo Público Mineiro, Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Sistema de Bibliotecas da UFMG e suas Coleções especiais, Biblioteca da UFSJ e suas obras raras, Biblioteca Municipal de São João Del Rey e Sistema de Bibliotecas da PUC-MG. Os 244 títulos localizados foram analisados por idioma, acervos e datas. O acervo com o maior número de títulos foi a Biblioteca Pública, com 53,79% da pesquisa bibliográfica. Os idiomas encontrados foram o francês, português, espanhol e inglês. O número de publicações aumenta a partir de 1920, o que pode ser explicado pelas reformas de ensino então realizadas e pelo próprio desenvolvimento cultural do país.
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A proposta inovadora de uma nova área de pesquisa denominada Escolologia – a ciência da escola - iniciada pela psicóloga e educadora Helena Antipoff na Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Belo Horizonte, nos anos de 1930, é examinada através de investigação documental. A Escolologia apoiava-se em conceitos da Psicologia da Criança e da Pedagogia Experimental, de Édouard Claparède, e no método de Experimentação Natural, de Alexander Lazursky, visando obter uma síntese objetiva das relações entre o desenvolvimento físico, mental e social dos escolares, suas origens sociais e as práticas culturais de suas famílias, os procedimentos pedagógicos adotados e o funcionamento institucional das escolas. Os estudos escolológicos permitiram identificar os fatores que influenciavam no aproveitamento escolar dos alunos, tais como: o alto índice de retenção no primeiro ano de escolarização, as condições de higiene e nutrição das crianças, o método pedagógico, a organização escolar e as condições socioeconômicas e culturais das famílias.
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Studies of the history of Brazilian psychology generally focus on the reception and circulation of Western psychological theories and techniques and their application in research and practice within the country. This approach must be complemented by studying the transformation and production of psychological knowledge originating in Brazilian culture, including its popular levels, and its interaction with imported ideas. There are at least four sources that participate in the formation of Brazilian culture: the native Indians’ ideas on human nature and development; the contributions of African culture to the understanding of the psychological world brought by the Africans sold into slavery and transferred to Brazil between the 16th and the 19th centuries; European views received through the teaching of philosophical psychology, introduced into Catholic educational institutions in colonial times; and scientific psychology, introduced into public medical schools and teacher training institutions from the 19th century onward. The profession of psychologist, born of the confluence of the professions of physician and educator, was regulated in 1962. The tasks of the psychologist were then defined: psychological evaluation through mental tests and the diagnosis of mental and behavioral troubles, psychological guidance, and psychotherapy. The profession was primarily designed for the intellectual and social elites. From the 1990s onward, with the increasing numbers of graduates, the participation of psychologists in public health, education, and social services institutions expanded rapidly. In consequence, psychologists began to develop intervention practices and techniques more fitted to the demands of the low-income population, immersed in the beliefs and practices of Brazilian popular culture. This dialogue contributed to the construction of innovations in psychology, making it more sensitive to the worldviews arising from the cultures that compose the Brazilian cultural landscape and producing original contributions with a profound impact on modern psychology. Today, Brazilian psychology professionals constitute one of the largest communities of psychologists in the world, with a strong presence in mental health, educational, and social services networks. The work of psychologists, strongly influenced by theoretical perspectives that emphasize the relationship between sociocultural dynamics and psychological elaboration, is at present considered relevant in the realization of human rights ideals.
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O método de ensino do desenho para crianças da arte-educadora Louise Artus-Perrelet foi sistematizado no livro Le Dessin au Service de l’Éducation, traduzido e publicado no Brasil em 1930, quando a autora visitou o país para conferências. O trabalho de Artus-Perrelet é analisado como proposta de educação estética na formação de professores primários, relacionando-o aos princípios modernistas na arte e ao movimento da Escola Nova. Artus-Perrelet dialoga com processos pedagógicos e de criação de Paul Klee e Wassily Kandinsky, professores na Escola Bauhaus, e com a pedagogia ativa genebrina. Seu método foi apropriado no contexto brasileiro por meio de relatos da poeta Cecília Meireles publicados no Rio de Janeiro, e no trabalho de seu aluno Jean-Pierre Chabloz, artista plástico e educador.
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As diretrizes que regulam a ética na pesquisa com seres humanos no Brasil, em especial no que se refere às áreas das ciências humanas e sociais e às ciências da educação, são analisadas em suas relações com a bioética e as ciências da vida. As dificuldades levantadas por pesquisadores da área de humanas no diálogo com os comitês de ética interdisciplinares são consideradas, inclusive a possibilidade de desvincular a autorização da pesquisa nessas áreas do sistema CEPs-CONEP, sistema nacional de Comitês de Ética na Pesquisa gerido pelo Conselho Nacional de Saúde. Argumenta-se, contudo, que o foco principal do sistema da ética na pesquisa é a proteção da saúde física e mental dos participantes, o que configura uma questão afeita à bioética e à área da saúde, de maneira ampla, como processo biopsicossocial. Observa-se também que as técnicas de coleta de dados desenvolvidas pelas ciências humanas e sociais (entrevistas, questionários, observações participantes ou não) são também utilizadas pelas ciências da vida. Essas considerações indicam que o diálogo entre as áreas, propiciado pela composição de Comitês de Ética interdisciplinares, é salutar e necessário ao bom funcionamento do sistema, em que pese a possibilidade, admitida na legislação, da existência de comitês específicos para o julgamento da ética na pesquisa em ciências humanas e sociais. Propõe-se que novas pesquisas sejam feitas para o acompanhamento do funcionamento dos comitês de ética em universidades e instituições de pesquisa visando ao aprimoramento do sistema de regulação.
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Aspectos da circulação e apropriação de ideias e propostas escolanovistas no Brasil são apresentados, por meio do trabalho realizado pela psicóloga e educadora russo-brasileira Helena Antipoff nos cursos de formação para professores do Complexo Educacional da Fazenda do Rosário, em Ibirité, Minas Gerais, no período de 1948 a 1974. Foram coletados depoimentos de ex-alunas encontrados em cadernos de diários arquivados na Fundação Helena Antipoff, em Ibirité/MG, e realizadas entrevistas com ex-participantes dos cursos. Verificou-se que o processo de circulação e recepção de conhecimentos científicos em educação nessa instituição estava sustentado em princípios da Escola Nova e métodos da Escola Ativa, enfatizando a relação teoria-prática, a tomada de decisões com base na observação dos educandos e da situação de ensino, o trabalho em grupo e o self-government. Esses conhecimentos provinham de experiências vivenciadas na Europa pela educadora, e inspiraram a elaboração de propostas educativas originais e adaptadas à realidade encontrada no Brasil.
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Com base em documentos do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, apresenta-se estudo de caso do “2º Curso de Férias de Ensino Emendativo para professores de classes especiais e estabelecimentos de crianças excepcionais” realizado em 1962, no Instituto Superior de Educação Rural (ISER), na Fazenda do Rosário, em Ibirité, Minas Gerais, por iniciativa da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, e coordenado pela educadora Helena Antipoff (1892-1974), com a participação de seus colaboradores locais e convidados de São Paulo e do Rio de Janeiro. A metodologia histórica descritiva foi utilizada para análise das fontes, focalizando os objetivos do Curso, sua organização e as perspectivas teóricas e técnicas que o orientaram, no contexto da história da Educação Especial. Os resultados evidenciam que o Curso, com duração de um mês (26 disciplinas e 215 horas-aula), foi frequentado por 76 normalistas, de nove estados brasileiros. Helena Antipoff e seus colaboradores, inspirando-se nos princípios da Escola Ativa de Genebra, enfatizavam que o conhecimento e a compreensão do educando pelo professor eram pré-requisitos para o sucesso da educação. A observação sistemática era o caminho seguro para conhecer as necessidades e os interesses do estudante e construir instrumentos pedagógicos adequados para cada um. A relação entre teoria e prática era priorizada, as alunas/professoras tinham a oportunidade de aprender vivenciando as técnicas que iriam utilizar com seus futuros alunos. Combinando assim a observação e o know how adquirido, apostava-se na possibilidade de os educadores construírem estratégias e caminhos alternativos para a resolução dos problemas de aprendizagem dos alunos.
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O Brasil tem avançado muito em relação às políticas públicas relacionadas à educação inclusiva. Várias leis, decretos e portarias dos últimos anos buscaram garantir o acesso dos alunos com deficiências às escolas comuns. A partir da análise documental em fontes primárias e secundárias, foi construída a premissa de que, em Minas Gerais, seria possível localizar três fases do processo de consolidação da educação inclusiva. Essas fases não seriam estáticas, elas coexistiriam, se sobrepondo e permitindo visualizar a identidade de cada época. Os resultados demonstram que, na primeira fase (1930-1950), crianças com deficiência, que até então estavam afastadas das escolas, passam a frequentá-las, nas chamadas classes especiais. As classes especiais mineiras foram concebidas com o objetivo de receber crianças com deficiência em um modelo baseado nos ideais da Escola Nova. Na segunda fase (1950-1990), as escolas especiais multiplicam-se, fortalecendo esse modelo de escolarização. Uma das consequências do aumento das escolas especiais foi a migração dos alunos com deficiência para essas instituições, enquanto as classes especiais acabaram se tornando local para os chamados alunos com problemas de aprendizagem. Em uma terceira fase (1990 -), a educação inclusiva consolida-se como Lei de Estado, obrigando as escolas especiais e as escolas comuns a reinventarem seu papel. Nessa fase, as classes especiais são extintas e a Educação Especial provoca novos questionamentos. Dentre eles, o desafio de efetuar a educação para todos sem deixar de lado as especificidades de um público tão diverso.
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O artigo relata atividades de pesquisa desenvolvidas a partir do acervo documental do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, instituição criada em 1980 com a finalidade de preservar a memória e de divulgar a obra da psicóloga e educadora russo-brasileira Helena Antipoff (1892-1974). A riqueza e a diversidade do acervo, que documenta capítulos importantes da construção e circulação das ciências da educação no século 20, no âmbito das relações entre a Europa e o Brasil, favorecem a realização de pesquisas sobre o desenvolvimento teórico-prático da psicologia e das ciências da educação, assim como sobre os trabalhos realizados nas inúmeras instituições criadas e orientadas por Antipoff no Brasil. São referenciados trabalhos de pesquisa conceitual, sobre a história de modelos de trabalho em psicologia desenvolvidos em instituições educacionais criadas sob a liderança de Antipoff e trabalhos sobre formação de educadores na tradição antipoffiana. Conclui-se que a realização desses estudos contribui para o melhor conhecimento da história da psicologia e das ciências da educação e de sua circulação internacional, fornecendo modelos relevantes para se pensar o desenvolvimento contemporâneo dessas áreas científicas.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (58)
- Livro (2)
- Seção de livro (85)
- Tese (2)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (33)
- Entre 2000 e 2025 (114)