A sua pesquisa
Resultados 36 recursos
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Esta pesquisa objetiva refletir aspectos relacionados à biografia de Abraham Maslow, seu projeto de Psicologia Humanista e o estado corrente de suas ideias no Brasil. Introduzimos, inicialmente, um esboço biográfico de Maslow. Depois, situamos a participação dele no desenvolvimento da Psicologia Humanista nos EUA. Posteriormente, apresentamos três investigações bibliográficas que analisam a recepção e a circulação das ideias de Maslow no Brasil: a primeira faz uma revisão narrativa em duas bases de dados; a segunda examina os livros de e sobre Maslow publicados no Brasil; a terceira minuta as ideias de Maslow em livros gerais de Psicologia e Administração. Evidenciamos que a vida e a obra de Maslow possibilitam uma articulação com a Psicologia Humanista, para a qual ele tinha propósitos definidos antes, durante e depois de sua ascensão. A Psicologia de Maslow é recebida parcialmente no Brasil e a circulação de suas ideias ocorre, hegemonicamente, em textos relacionados aos campos da Administração e da Psicologia Organizacional. Finalmente, apontamos outras possibilidades de pesquisas para desenvolver o legado de Maslow no cenário brasileiro.
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Objetivamos analisar o estado corrente de produções sobre a formação do psicólogo nas bases SciELO e PePSIC, segundo uma revisão sistemática de 118 artigos, categorizados conforme ano, periódico, autoria, filiação, região, tipo de pesquisa, método e tema. Os resultados demonstram: aumento de produções nesta década; concentração de publicações na revista Psicologia: Ciência e Profissão; ampla variedade de autores e filiações, com proeminência de produções no sudeste; preponderância de metodologias empíricas que usam análise documental; prevalência de temáticas relacionadas à formação acadêmico-científica. Indicamos que existe uma dispersão sobre o que seria formação do psicólogo. Há muitos estudiosos que fazem incursões pontuais sobre o tema. Necessita-se de mais discussões sobre a formação nos interiores brasileiros, que atualmente concentram a maioria de alunos matriculados. Concluímos com um questionamento sobre as diferenças formativas de um psicólogo graduado na capital daquele educado em uma instituição interiorizada.
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Este artigo objetiva refletir os limites da ideia de consideração positiva incondicional como uma epoché, de modo questionar o que é suspenso. Para isso, apresenta as noções husserliana de epoché e rogeriana de consideração positiva incondicional. Depois, situa as origens das apropriações da epoché pela clínica fenomenológica e pela abordagem rogeriana. Posteriormente, desenvolve reflexões que demarcam alguns limites entre essas atitudes. Conclui que a consideração positiva incondicional poderia ser a suspensão dos juízos que procedem dos afetos de simpatia, apatia e antipatia. Em uma meta-teoria, isso serve para descrever o procedimento de escuta não-diretiva sem julgamentos, a qual parte da assimilação de uma visão de mundo oriunda da Fenomenologia, mas não se trata de uma Fenomenologia pura, filosofia fenomenológica ou Psicologia Fenomenológica. A consideração positiva incondicional é uma atitude de escuta que se desenvolveu fora do método fenomenológico e não precisa ser legitimada pela epoché, não propõe nenhuma redução, não suspende a crença na tendência à autorrealização e sua suspensão não é fenomenológica.
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This study aims to analyze the fundamental aspects of training and intervention processes of professionals intending to work in emergency psychological services. Based on a person-centered approach and phenomenology, we consider the psychologist’s openness and presence in the relationship as fundamental to dealing with their own alterity and the alterity of the patient seeking help. We highlight empathy as a way for psychologists to make themselves present and available to decenter and focus on the other. This decentralization can only occur if the psychologist can connect to the present and to what is occurring with themselves, with the other, and especially with the relationship. We conclude, therefore, that emergency psychological service requires being open to the uniqueness of the present and putting the prescriptions of psychotherapy handbooks aside, although without denying them.
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Este artigo objetivou analisar a organização do ensino da disciplina de História da Psicologia, baseando-nos em cursos de graduação em Psicologia, no estado do Mato Grosso do Sul. Inicialmente, inventariaram-se as instituições que possuem cursos de Psicologia, acessando os seus sites e aplicando questionários aos seus coordenadores. Em seguida, organizaram-se algumas características gerais dos cursos e das instituições anuentes. Posteriormente, discutiu-se como o ensino da História da Psicologia auxilia na formação de estudantes, introduzindo-os ao estudo da Psicologia e às suas contendas científicas e profissionais. Ele contribui, com críticas, ao que se empreende no presente, embora apresente dificuldades de proporcionar algo introdutório mesclado a reflexões avançadas em uma disciplina. Por fim, observou-se que ele pode ser alocado e articulado com outras disciplinas, fazendo interface com os domínios da Ontologia, Epistemologia, Lógica e Ética.
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Este ensaio objetiva refletir os aspectos epistemológicos, históricos e contemporâne-os do serviço de plantão psicológico. Situa o campo do plantão psicológico de modo a pensá-lo a partir da ideia de um serviço, e não uma abordagem ou área. Indica os aspectos epistemoló-gicos do serviço pelo surgimento do campo do aconselhamento psicológico, pela transição da Psicologia experimental para a Psicologia aplicada, norteada pelos saberes funcionalistas, psi-cométricos e personalistas, em que Carl Rogers foi determinante na proposição de uma inter-venção não-diretiva. Disserta como o aconselhamento não-diretivo foi recebido no Brasil e se institucionalizou como disciplina e prática de estágio em centros de formação em Psicologia, transformando-se no serviço de plantão psicológico, havendo (des)continuidades em relação à modalidade anterior. Pondera alguns aspectos contemporâneos do plantão psicológico ao reconhecer que ele: está restrito a uma prática universitária de prestação de serviço que, ainda, precisa ser consolidada no campo profissional; requer mais discussões em relação as suas apli-cações on-line, avaliações e apropriações pela abordagem cognitiva-comportamental. Conclui que essa reflexão reapresenta o plantão psicológico em seu passado, presente e futuro.
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A História da Psicologia é considerada um campo de pesquisas, discussões, ensino e formação profissional, que tem se propagado e circulado, no Brasil e em outros países, a partir de várias manifestações culturais acadêmicas. Este artigo descreve e analisa produções brasileiras em História da Psicologia, segundo uma análise bibliométrica de artigos publicados de 1996 a 2019. Obtivemos 112 textos em que os dados foram categorizados em três grandes grupos: perfil dos autores; características da produção; e aspectos dos estudos. Os resultados indicam preponderância de autor principal feminino e, independentemente do gênero, há prevalência de doutores como primeiro autor, com predominante filiação institucional do Sudeste. As produções versam, principalmente, sobre temas como Educação, História dos Saberes Psicológicos e Política. Por fim, os resultados sugerem um uso pouco uniforme do termo “história da psicologia”, que vem ligado tanto a trabalhos propriamente historiográficos quanto a estudos que fazem “históricos” ou “introdução/conceitualização” de temáticas, bem como a ocorrência de títulos, resumos e palavras-chave pouco precisos.
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We aim to reflect on how the INEP’s censuses may provide a criterion to analyze the professional education of psychologists in Brazil. We established a methodological strategy based on bibliographic-research and document analysis. We contextualized the INEP’s emergence and its logic of establishing higher education census through the figures of Lourenço Filho and Anísio Teixeira, their stays at Columbia University and appropriations of psychological, educational and administrative ideas. We examed such censuses, between 1940-2010, to understand the educational expansionism and professional education of psychologists. In the 2020 census, we observe: predominance of private courses over public ones; educational expansion in inland courses; expression of a commodified Psychology; discrepancy between the Bachelor’s and the Teaching License Degree in the education of psychologists; equivalence and reduced offers of Psychology Degree courses in public and private education. We conclude that the analysis undertaken helps to understand the psychologist professional education field in its historical, political, statistical, social and educational nuances.
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Este artigo analisa os programas universitários de pesquisas em intervenções clínicas voltadas à mudança da personalidade, desenvolvidos por Rogers. No Brasil, esse legado científico é pouco difundido pela falta de tradução de suas obras metodológicas. Apresenta como ele estruturou o programa em Chicago e, depois, avaliou sua terapia com pessoas esquizofrênicas em Wisconsin. Reflete as repercussões disso na carreira e no pensamento de Rogers. Aponta que esse legado é desenvolvido fora do Brasil e inspirou algumas correntes comportamentais e cognitivistas. Porém, nacionalmente, predomina outro legado experiencial-relacional, que restringe a herança científica de Rogers. Considera alguns caminhos para ampliar pesquisas rogerianas.
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Objetivou-se revisitar a relação de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia na Psicologia estadunidense, empregando a noção historiográfica de recepção para investigar o que foi contatado por ele, em seus aspectos históricos internalistas e externalistas. Baseados nas menções de Rogers à Fenomenologia, identificaram-se sete momentos característicos de tal relação, entre 1940-1970. Como resultado, foi constatado que a Fenomenologia que Rogers menciona não é a oriunda da Filosofia europeia, mas advém de um paradigma de ciência alternativo ao positivismo hegemônico no behaviorismo. No contexto clínico, Rogers percebeu implicações desse movimento para o desenvolvimento de pesquisas e intervenções sobre o self. No campo filosófico, ele esboçou uma teoria do conhecimento baseada na experiência tácita e pré-conceitual. Na pesquisa, ele foi simpático ao desenvolvimento de investigações fenomenológicas empíricas, mas não chegou a desenvolver uma. Conclui-se que a Filosofia fenomenológica não influenciou diretamente Rogers, mas o movimento fenomenológico na Psicologia estadunidense sim.
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Este estudo objetiva analisar as teses educacionais de Carl Rogers. Inicialmente, argumenta que Rogers pensou o fenômeno da Educação desde a sua formação em Psicologia até os seus trabalhos clínicos de aconselhamento e psicoterapia e intervenções educacionais e grupais. Em seguida, apresenta uma estratégia metodológica de pesquisa bibliográfica e conceitual que seleciona e distribui os textos rogerianos, ao longo de quatro fases de pensamento, compreendidas de 1928 a 1987, de modo a: mapear os principais conceitos/ideias educacionais presentes nos escritos de Rogers; levantar as teses educacionais que ele indicou, contestou e propôs; e, sintetizá-las em um esquema. A partir disso, foi possível elaborar interpretações referentes: às aplicações do método educacional rogeriano; às percepções de Rogers sobre o ambiente educacional; aos objetivos do método educacional rogeriano; à sua teleologia metodológica. Conclui-se que as teses educacionais de Rogers não podem ser encaradas como estagnadas, pois ele teceu reflexões críticas sobre a Educação em variados momentos da construção de sua teoria/prática e se esforçou para ultrapassar as limitações impostas pelas instituições de ensino ao vislumbrar possibilidades de aprendizagens significativas.
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Recently, several historical studies have been conducted on the institutionalization of psychology in Latin America using, among other sources, serialized primary data sources, such as scientific journal articles and undergraduate curricula. In this context, the present study describes and analyzes the characteristics of publications from the Arquivos Brasileiros de Psicotécnica (ABP) [Brazilian Archives of Psychotechnics] during its existence from 1949 to 1968. It was elected because was one of the first Brazilian psychology journals; its editorial board was involved in the application of psychology and its legal regulation. Methodologically, this study is a historiographical investigation that used bibliometric strategies and different software for data analysis. The results of this investigation indicate that ABP played the dual role of a scientific journal and newsletter. In addition, a concentration of articles was found among some authors, with Emilio Mira y López being the most productive. Although there was a predominance of male authors, both genders showed similar publication frequency. The results help to understand the institutionalization of the scientific-professional field of Brazilian psychology.
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Tese dividida em quatro estudos, cujo eixo central é o entendimento de que toda Psicologia é local e expressa em seu respectivo contexto de desenvolvimento uma hibridização que depende dos seus processos históricos de recepção e circulação. Aplicou-se esse entendimento ao argumento de que a Psicologia Humanista de Carl Rogers, em seu desenvolvimento nos EUA e no Brasil, foi sensível a esses processos, havendo especificidades que os distinguem em cada localidade. A perspectiva que se escolheu para investigar tal argumento ocorreu mediante as relações da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) com a Fenomenologia. Ressalta-se que todos os estudos são independentes, entretanto cada qual versa historicamente essa perspectiva ao seu modo. O primeiro estudo tem um cunho teórico sobre a noção de recepção e circulação e suas implicações para pesquisas históricas em Psicologia. O segundo estudo se inspira na abordagem historiográfica de Josef Broek para analisar as diversas relações que Rogers estabeleceu com a Fenomenologia. Para isso, o estudo 2 se divide em duas análises: a primeira levanta o número de filósofos citados e referenciados por Rogers ao longo de suas obras; a segunda examina sete momentos relacionais de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia pela Psicologia estadunidense, nas décadas de 1940- 1960. Rogers, efetivamente, somente citou e referenciou 1 fenomenólogo, Martin Heidegger. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, que ele viu com ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e de estudos da personalidade. O terceiro estudo, novamente inspirado pela historiografia de Broek, divide os momentos de recepção da Psicologia Humanista de Rogers no Brasil, de 1945 a 1990, analisa as obras rogerianas traduzidas para o português brasileiro, nos anos de 1970-2000, e realiza um levantamento bibliográfico para entender o tipo de ACP que circula em periódicos brasileiros, de 2002 até 2014. Os resultados do estudo 3 apontam que: a ACP de orientação fenomenológica se estabeleceu em um período de crise, no final da década de 1980; atualmente, há uma escassez de produção de artigos sobre Rogers; existe uma hegemonia de produções teóricas e clínicas; a ACP brasileira se distingue da ACP de Roger por concretizar uma relação com a filosofia fenomenológica europeia em suas discussões teóricas. O quarto estudo reflete, a recepção e circulação da noção rogeriana de consciência na ACP brasileira de linhagem fenomenológica. Aponta-se para o cenário brasileiro, onde existe uma tensão epistemológica em aproximar da Psicologia Humanista de Rogers a Fenomenologia, pois a ideia rogeriana de consciência procede de uma base pragmatista-funcionalista que difere do esteio fenomenológico; entretanto, historicamente, é possível entender essa relação em termos de um desenvolvimento local. No transcurso dos estudos, concluiu-se que há uma série de potencialidades teórico-conceituais na aproximação da ACP com a Fenomenologia. A atitude historiográfica sobre essa relação possui, em seu cerne, um aspecto compreensivo as dimensões locais que afetam historicamente a Psicologia Humanista de Rogers e a ACP brasileira.
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Objetivamos compreender o processo formativo de psicólogos docentes de uma instituição pública de ensino superior situada na cidade de Vitória da Conquista, interior do estado da Bahia. A pesquisa foi orientada qualitativamente pelo método fenomenológico empírico de Amedeo Giorgi e foi conduzida por meio de entrevistas semiestruturadas com quatro docentes. As experiências dos professores apontam para várias dificuldades relacionadas a: adequação da matriz curricular; distanciamento administrativo da sede localizada em Salvador; uma sobrecarga de trabalho, decorrente do número reduzido de docentes. Contudo, as experiências docentes demonstram significados positivos, especialmente do ponto de vista formativo e pessoal para lidar com o desenvolvimento local e institucional, dos aspectos relacionais proximais entre discentes e docentes e do retorno à terra natal. Concluímos, ainda, com o apontamento de pesquisas comparativas entre o processo formativo docente na capital e no interior, além de uma análise do Projeto Político Pedagógico e da matriz curricular do curso pesquisado para entender como ele se configura em suas especificidades na capital e no interior.
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O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de publicações da revista Memorandum: memória e história em psicologia (MMHP), em seus dez anos de existência, de modo a refletir suas variabilidades de publicações em fenomenologia. As análises foram efetuadas com base em um levantamento bibliográfico que selecionou todas as publicações com descritores concernentes a fenomenologia. Essas foram organizadas em: ano de publicação; autor(es); caráter (teórico ou empírico); tema abordado; e perspectiva de fenomenologia. Foram elaboradas categorias analíticas do perfil fenomenológico da revista. Os dados demonstram que a MMHP possui: (1) um fluxo homogêneo de publicações em fenomenologia; (2) uma tendência para discussões teóricas em fenomenologia; (3) uma perspectiva fortemente husserliana; (4) um perfil interdisciplinar de discussões entre fenomenologia-filosófica, psicologia fenomenológica e memória-história da fenomenologia. O conhecimento documentado na MMHP permite afirmar que a revista possui critérios que a qualificam como um periódico relevante para o desenvolvimento da Psicologia fenomenológica brasileira.
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