A sua pesquisa

  • Se já nos parece estranho atribuir o sucesso ou insucesso do indivíduo unicamente às suas características pessoais ou biológicas (cor da pele, gênero etc.), estranheza maior causa a constatação de que esses discursos são recorrentes há, no mínimo, um século. Pensar essa questão recuperando o eixo naturalista dos movimentos higienistas e eugenistas oficialmente presentes nas primeiras décadas do século XX, na sociedade brasileira, é o conteúdo deste artigo. Atualmente, com o benefício do tempo transcorrido, observa-se que muitas orientações e encaminhamentos oferecidos pelos higienistas para os problemas, geralmente de caráter social, foram justificados pelas dificuldades de adaptação do indivíduo na luta pela vida, advindas da sua origem intelectual, natural e hereditária. E nesse percurso, diga-se de passagem, o instrumental da psicologia foi de grande valia na descrição e classificação dos indivíduos. É claro que a naturalização dos problemas de ordem social não era um discurso hegemômico. Existiam vozes divergentes, como costuma acontecer. Sem entrar no mérito dessa questão, aqui estamos tentando chamar a atenção para os discursos que se perpetuam sob a égide da ciência. E a medicalização de questões de ordem pedagógica e psicológica é um exemplo disso, observado em nossos dias.

  • Partindo do pressuposto de que a Psicologia, como construção socioistórica, somente pode ser compreendida se remetida às condições histórico-culturais de sua produção, este trabalho teve como objetivo estudar a implantação da Psicologia da cidade de Natal, Rio Grande do Norte, em conexão com o seu processo de modernização urbana. São apresentados e discutidos os três momentos dessa implantação: a introdução das idéias psicológicas e seu impacto no desenvolvimento da escola secundária nos primeiros anos do século XX, a inserção da Psicologia no ensino superior e a consolidação da Psicologia, com a criação dos cursos e serviços de Psicologia.

Última atualização da base de dados: 09/06/2025 10:24 (UTC)