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Resultados 63 recursos
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Tivemos como objetivo investigar como os coveiros lidam com aspectos míticos e numinosos referentes ao fenômeno da morte no mundo da vida cotidiana e ao espaço do cemitério. Realizamos entrevistas semiestruturadas com coveiros atuantes no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram utilizadas entrevistas de três sujeitos, e para a análise fenomenológica seguimos as diretrizes metodológicas de van der Leeuw. Foram encontrados quatro núcleos de sentido de experiências de coveiros diante do numinoso: a) o aspecto assombroso do cemitério; b) atravessamento da fronteira de “lá” para “cá”; c) a passagem do aquém para o além; e d) a manifestação da fronteira entre o além e o aquém. Concluímos que, ao lidarem com a fronteira porosa e flexível que separa o familiar do estranho, cada coveiro estabelece a distância e a relação com essa fronteira e com os aspectos míticos referentes ao fenômeno da morte.
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Na comunidade de Morro Vermelho (MG), encontramos uma grande devoção a Nossa Senhora de Nazareth, padroeira do distrito. A ela, dedica-se a festa da Cavalhada, iniciada há 310 anos pelos moradores do lugar. Na década de 80 do século XX, nasce também ali uma nova tradição: a Cavalhada Mirim, encenada por crianças. Entrevistamos três responsáveis pela Cavalhada Mirim de gerações diferentes, no intuito de compreender como eles vivenciam a responsabilidade em criar a festa, mantê-la e transmiti-la a outras pessoas que possam assegurar sua existência. Como resultado, observamos uma legitimação da presença das crianças nas festas tradicionais de Morro Vermelho e um relacionamento pessoal com a figura de Nossa Senhora. Notamos ainda que cada sujeito incorpora um momento dessa trajetória de vida em Morro Vermelho: da iniciação na devoção e nas tradições, até a resposta como responsabilidade, culminando na preocupação pela transmissão às gerações seguintes.
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Objetivamos apreender modos de elaboração da experiência ontológica na análise fenomenológica da autobiografia Minha infância e mocidade de Albert Schweitzer (1875-1965), buscando evidenciar especificidades da metodologia utilizada. Apreendemos que a escolha dos episódios e pensamentos descritos, e a organização do texto intentam atestar a constância do autor. Suspendendo o caráter moralizante do conteúdo comunicado, focalizamos a estrutura da vivência dos valores reconhecidos como irrenunciáveis. Emerge que a elaboração da experiência ontológica em Schweitzer liga-se à vivência do problema da verdade. Dialogando com a noção de Experiência Elementar, identificamos a exigência de verdade como aspiração radical que sustenta a curiosidade diante do mundo e se apresenta na pergunta pelo significado global da existência, contemplando o nexo pessoa-totalidade. Como conclusão, compreendemos que na autobiografia de Schweitzer a elaboração da experiência ontológica, ao coincidir com a elaboração sobre aderir ao que reconhece como verdadeiro, abre-se para horizonte totalizante em que a realidade concreta é acolhida como sinal e a vida é concebida como jornada de concretização dos valores não escolhidos, mas intuídos pela consciência. Conclui-se também que focalizar a estrutura das vivências, reconhecendo o dinamismo das exigências humanas, abre caminho para analisar a subjetividade em autobiografias sem incorrer em subjetivismo ou psicologismo.
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Dada a atualidade da discussão da significação do voluntariado em determinado contexto religioso, objetivamos investigar a inter-relação entre voluntariado e experiência religiosa vivida e revelada pelos sujeitos da experiência. Para tanto, selecionamos uma instituição espírita como ocasião de apreensão dessa inter-relação pois, além de compreender que o Espiritismo propõe o voluntariado de modo próprio, percebemos como a religiosidade daquelas pessoas se apresenta enquanto elas se dedicam ao trabalho voluntário. Os dados foram coletados em entrevistas semi-estruturadas e analisados fenomenologicamente. A análise indica que (1) ação voluntária é vivida como abertura à experiência religiosa: doando-se ao outro em gestos, a pessoa reconhece sua ação sustentada por presenças transcendentes e direcionada à afirmação de horizonte absoluto; (2) vivência da religiosidade ordena a compreensão da realidade, fundamentando e direcionando a ação reconhecida como dever correspondente a si. Conclui-se que realização de si é fator estruturante da mútua-constituição entre voluntariado e experiência religiosa.
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Originários do XIII Simpósio de Intercâmbio Científico em Psicologia da Anpepp , os cinco artigos contribuem para a discussão acerca dos processos de subjetivação e de suas relações com as culturas. Uma coletânea que auxiliará ao ensino de graduação em História da Psicologia, Psicologia, Psicologia Social e Psicologia da Cultura e aos apreciadores dos vários percursos e interpretações do pensamento psicológico
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Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (54)
- Livro (3)
- Seção de livro (6)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (7)
- Entre 2000 e 2025 (56)