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O artigo aborda o tema da memória como proposto num sermão de Vieira (1654), buscando reconstruir as matrizes conceituais (a concepção de memória de Agostinho e de Bernardo) e práticas (a tradição da ortopraxis desenvolvida nas comunidades monásticas na Idade Média). Para ambos, a memória é concebida como processo ativo e abrangente, intimamente associada à emoção e à imaginação: não apenas rememora, mas organiza experiências e conceitos segundo um esquema norteado por lugares e percursos, tornando-os disponíveis para a invenção e a construção cognitiva.
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Este estudo apresenta o arcabouço de idéias humanísticas desenvolvido por Miguel Rolando Covian no âmbito da universidade: como cientista que foi, através de artigos científicos e de várias iniciativas concretas buscou enfrentar o problema da atual crise no campo das ciências modernas e na formação humanística do estudante universitário. No pensamento de Covian verifica-se a particular contribuição de três autores contemporâneos, muito lidos e comentados por ele, representantes de três diferentes áreas do conhecimento – Teilhard de Chardin, José Ortega y Gasset e Thomas Merton. A relevância teórica e testemunhal destes autores para o pensamento de Covian evidencia-se na estreita relação de idéias entre eles e nas citações feitas em seus artigos aos autores. O estudo desta relação nos permitiu aprofundar a concepção de humanismo em Covian e identificar as suas principais matrizes teóricas.
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O artigo aborda algumas etapas do percurso conceitual que levou à elaboração e transmissão do conceito de pessoa e dos métodos para o seu conhecimento ao longo da história da cultura ocidental e da cultura brasileira, desde a antiguidade grega até ao século XIX. Evidencia que o conceito de pessoa é inerente à modalidade própria do homem ocidental conhecer a si mesmo e seus semelhantes e que este saber constituiu-se desde a origem num dinamismo caracterizado por um duplo e paradoxal movimento, cujo foco é simultaneamente voltado para a interioridade e aberto para a alteridade. Conclui que o conceito de pessoa e o seu conhecimento representam ainda hoje um desafio para a psicologia contemporânea.
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The evolution of the historiography of psychology in Brazil is surveyed, to describe how the field has evolved from the seminal works of the pioneer, mostly self-taught, psychologists, to the now professional historians working from a variety of theoretical models and methods of inquiry. The first accounts of the history of psychology written by Brazilians and by foreigners are surveyed, as well as the recent works made by researchers linked to the Work Group on the History of Psychology of the Brazilian Association of Research and Graduate Education in Psychology and published in periodicals such as Memorandum and Mnemosine. The present historiography focuses mainly the relationship of psychological knowledge to specific social and cultural conditions, emphasizing themes such as women's participation in the construction of the field, the development of psychology as a science and as a profession in education and health, and the development of psychology as an expression of Brazilian culture and of the experience of resistance of local communities to domination. To reveal this process of identity construction, a cultural historiography is an important tool, coupled with methodological pluralism.
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O artigo descreve os procedimentos metodológicos utilizados na área dos estudos históricos em psicologia, apontando para suas derivações dos métodos da historiografia geral e da história das ciências, por um lado, e para as interações entre ciências humanas, psicologia e historiografia, de outro. Aponta como a história da psicologia, nas duas vertentes de história dos saberes psicológicos e de história da psicologia científica, nasce neste terreno. Nesse âmbito, discute: as relações entre o trabalho histórico e a preservação e a memória; a existência de diversas abordagens metodológicas dependentes da diversidade dos objetos escolhidos; a importância das fontes e de seus gêneros como ferramentas básicas da pesquisa. Por fim, discute as modalidades de escrita da história da psicologia.
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Da análise de algumas cartas Indipetae, chegamos a descrever um dinamismo de elaboração da experiência revelador de um modus vivendi construído sobre as bases da chamada psicologia filosófica aristotélicotomista. Com o presente artigo pretendemos apresentar um aspecto desse vivido e suas influências e implicações, tomando como referência os contextos histórico e institucional de produção do gênero de documentos com o qual trabalhamos – correspondência epistolar jesuítica –, bem como o horizonte retórico dessa produção. O aspecto a que nos dedicamos, presentemente, é à “obediência”: segundo passo de um dinâmica – a que demos o nome de “experiência de liberdade” – composta de três momentos: “conhecimento de si”, “obediência” e “consolação”. Como resultado da investigação, identificamos uma forma de compreensão da obediência somente possível na medida da consideração do Homem Total, na sua unidade biopsíquicosócioespiritual, típica da mentalidade da Antiga Companhia de Jesus.
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O objetivo de um pregador é mudar juízos e atitudes. O instrumento que possibilita o sucesso da pregação é a palavra eficaz. Os jesuítas compartilhavam a concepção da arte retórica clássica e moderna de que o poder da palavra decorre da capacidade de atingir e mobilizar o dinamismo psíquico dos destinatários. Nas psicologias filosóficas formuladas por Aristóteles e Tomás, o mundo anímico estrutura-se em potências sensoriais externas e internas, afetivas, cognitivas e volitivas. A palavra do pregador move tais potências, também conhecidas como sentidos internos, que fornecem os objetos imateriais intimamente relacionados com as coisas no mundo e através dos quais o entendimento pode identificar e separar a natureza das coisas. No Sermão da Oitava da Páscoa de 1656, pregado por Antônio Vieira em Belém, estes elementos convergem para possibilitar o ”˜desengano'. A tristeza pelas minas não encontradas deveria ser mudada em alegria pelo bem maior do Reino Português, as almas.
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Este artigo busca refletir sobre a contribuição dos intelectuais jesuítas no dsenvolvimento dos saberes sobre o psiquismo humano especificamente à história dos saberes psicológicos. Deve-se destacar a contribuição da Companhia de Jesus à criação de formas, métodos e justificativas de um tipo de conhecimento da subjetividade e do comportamento humanos que darão origem à Psicologia moderna.
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O artigo analisa imagens e metáforas construídas com base na experiência sensorial em sermões e narrativas de cerimônias no Brasil colonial, elaborações retóricas destinadas à transmissão de conhecimentos e práticas junto à população pela comunicação oral e baseadas nos métodos da retórica clássica e da correspondente teoria do conhecimento (Aristoteles, Cícero e Agostinho de Hipona) A pesquisa é realizada segundo o método histórico. A hipótese é que o uso de imagens pertinentes à experiência sensorial tinha a função de impressionar os ouvintes remetendo-os a vivências do seu cotidiano (conforme o preceito retórico da accommodatio), sendo parte de um processo de elaboração do conhecimento com fundamento sensorial. Os resultados evidenciam a importante função atribuída às potências psíquicas sensoriais pela retórica utilizada no Brasil do período colonial aplicada para a construção dos sermões ou no preparo das celebrações e representações na ocasião de datas importantes da vida civil e religiosa e na elaboração de suas narrativas.
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O trabalho apresenta novas questões e abordagens metodológicas na área de história dos saberes psicológicos. Discute-se a pertinência de se realizar estudos deste tipo no âmbito da cultura brasileira, evidenciando a relevância desta abordagem para que a construção dos saberes e práticas psicológicas no Brasil de hoje aconteça em harmonia com as características peculiares da cultura e da sociedade brasileira. Do ponto de vista metodológico, enfatiza-se a necessidade de considerar o fato que as fontes utilizadas para a reconstrução histórica pertencem a gêneros específicos. Por fim, coloca-se a possibilidade de construir diferentes narrativas históricas a partir de diferentes abordagens metodológicas.
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Evidenciam-se contribuições da Fenomenologia à discussão sobre o conceito de experiência na Psicologia contemporânea. Negação da experiência enquanto categoria gnosiológica leva a fragmentação do vivido, redução a representação ou a reações, negação do sujeito. Husserl aponta as raízes: objetivação do sujeito questiona fundamentos da cultura ocidental. Duas posições decisivas na formulação daquele conceito e constituição da Psicologia: (1) experiência subentende juízo; (2) experiência como sensação. Esta fundamenta a Psicologia moderna. Tal redução do conceito leva à crise da Psicologia científica: a inviabiliza como ciência da pessoa. A Fenomenologia (Husserl e Stein) repropõe a centralidade da experiência distinguindo vivência de experiência; síntese passiva de síntese ativa; a atitude própria das Ciências Naturais daquela das Ciências do Espírito. Experiência tem como centro a pessoa: eu-no-mundo; agente por ter experiência determinada e ordenada do mundo, podendo habitá-lo; tem experiência privilegiada do corpo próprio.
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- Artigo de periódico (205)
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- Tese (2)
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- Entre 1900 e 1999 (51)
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