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O objetivo deste trabalho é o estudo das relações entre identidade pessoal e política, tempo e história assim como delineiam-se em algumas obras de Padre Antônio Vieira. Nos detemos sobre textos especialmente significativos no que diz respeito à afirmação das concepções acerca do homem, do tempo e da história. A análise demonstra que, para Vieira e toda a tradição judaico-cristã à qual ele se remete, o sentido da história e a prática política constituem-se em dimensões essenciais da identidade humana. A reciprocidade profunda entre a história e o homem proporciona o reconhecimento de uma identificação do destino histórico pessoal e o da humanidade, de modo que cada um reconhece sua própria existência individual como parte da história da humanidade. Portanto, tempo e fatos históricos não são concebidos como fatores estranhos à interioridade do sujeito, mas como pertencentes à consciência que este tem de si mesmo.
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O presente artigo é o resultado de uma pesquisa realizada numa ex-colônia de imigrantes italianos situada em Cascalho, município de Cordeirópolis, estado de São Paulo. A vida religiosa dessa colônia organizou-se em torno do padre Luis Stefanello (1878-1964), que foi o formador e orientador de várias gerações de fiéis. A fama de exorcista espalhou-se por todo o interior do Estado de São Paulo, transformando Cascalho em lugar de romarias. A pesquisa revela o que sobrevive da imagem do padre Stefanello na memória dos mais velhos da comunidade e a ação de um homem ”cheio de poder” por meio de suas bênçãos e exorcismos, mostrando as ressonâncias dela no comportamento populacional. Por outro lado, o artigo examina as relações entre a história e memória do grupo social, evidenciando que a experiência do relacionamento entre o padre e o povo de Cascalho foi geradora de um elo que perdura até o presente.
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Analisando um tipo específico de correspondência jesuítica - as Litterae Indipetae -, evidenciou-se um dinamismo de elaboração da experiência revelador de um modo de vida baseado no que comumente chamamos psicologia filosófica aristotélico-tomista. É a este vivido descrito nas cartas e a este modo de viver específico (com suas devidas implicações fundamentais) que se dedica este artigo, buscando responder à pergunta: em que medida o conhecimento de si expresso a partir de lugares comuns próprios do gênero de correspondência que são e da forma de pensar dos jesuítas (num âmbito histórico-cultural-institucional peculiar) pode interessar à psicologia moderna? Resulta desta investigação, que a elaboração do conhecimento de si, neste âmbito preciso, parte do pressuposto de que o homem é uma unidade (corpo e alma, razão e fé, sensação e intelecção) e de que, vivendo ordenado (em si mesmo e no mundo que o circunda), realiza-se o seu ser por analogia ao Ser Divino.
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Este estudo compreende o conceito de indiferença, questão analisada a partir das Litterae Indipetae, cartas em que jesuítas dos séculos XVI e XVII pediam à Companhia de Jesus para servirem nas Missões. O documento revela a particularidade de cada relato, principalmente devido às justificativas do desejo de servir no além-mar, configurando sua riqueza do ponto de vista psicológico, religioso e social. A análise do conteúdo foi baseada na contextualização dos documentos, destacando a compreensão da estrutura formal das cartas, da retórica da época, assim como da base filosófica da Ordem e das regras que a caracterizam. O objetivo funda-se no estudo de cartas em que jesuítas declaram-se indiferentes frente à escolha do lugar a servir. Verifica-se então, que a indiferença é um conceito próprio da espiritualidade jesuítica sendo importante para a compreensão da psicologia da época, pois se associa ainda às idéias de coragem, deliberação do desejo e meio-termo.
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A aplicação da fenomenologia como método de análise e estudo das culturas força à via regressiva que conforma uma arqueologia. A proposição de realizar uma busca das origens (arche) das manifestações culturais emprega os fundamentos fenomenológicos primeiramente elaborados por Edmund Husserl e posteriormente revisitados por Angela Ales Bello. A exemplo do método regressivoe subtrativo da descrição das essências, o artigo contextualiza a proposta da arqueologia fenomenológica das culturas, aponta as principais tendências que influenciaram as definições da fenomenologia, a concepção de consciência em sua dimensão noética e a importância do retorno à materialidade na análise da constituição do mundo da vida, ou seja, sua dimensão hilética. Para compreensão das culturas outras é preciso, como constata Ales Bello, haver subtração da concepção egocentrada de consciência que tende a visualizá-la sempre por uma perspectiva intelectual. Chega-se, então, ao primado da corporeidade para a realização de uma subjetividade que só a partir deste estrato sensório-perceptivo inicial pode se formar e se exercer.
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O estudo da oratória sagrada no Brasil colonial é um campo heurístico de grande interesse para a história cultural, sendo os sermões uma importante fonte de transmissão doutrinária e de modelos de comportamento numa sociedade na qual a palavra era a modalidade comum de transmissão do conhecimento. Este artigo aponta para a importância e a finalidade da pregação quaresmal no contexto do Brasil colonial dos séculos XVII à XVIII. O artigo mostra entre as funções assumidas por esta prática, a de contribuir ao auto –conhecimento e à reforma dos costumes dos ouvintes e dos pregadores.
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O estudo da oratória sagrada no Brasil do período colonial é um campo heurístico de grande interesse para a história cultural, sendo que os sermões constituíram-se numa importantíssima fonte de transmissão de doutrinas e de modelagem dos comportamentos numa sociedade onde a oralidade era a modalidade principal de difusão dos conhecimentos. O percurso traçado no artigo aponta para evidências claras da importância, da freqüência e do grande alcance das atividades da pregação no contexto do Brasil do século XVI ao século XVIII. Esclarece também as funções assumidas por estas atividades: a catequese, a doutrinação dos ouvintes, a reforma dos costumes abrangente toda a realidade pessoal, social e política dos emissores e dos destinatários.
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- Artigo de periódico (205)
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- Tese (2)
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- Entre 1900 e 1999 (51)
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