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O objetivo do trabalho é a análise de um sermão pregado pelo jesuíta Antônio de Sá em Salvador no ano de 1660, na Catedral da Sé, na ocasião da celebração do desagravo pelo ato sacrílego ocorrido naquele local, que destruiu parcialmente a estátua de Nossa Senhora das Maravilhas. O sermão introduz ao significado complexo da imagem sagrada na cultura católica da Idade Moderna, assim como foi sendo elaborado ao longo da tradição atualizada pelas normas do Concílio de Trento. Destacam-se três dimensões fundamentais: os efeitos da imagem no dinamismo anímico; o valor místico da imagem; o valor sacramental da mesma, pelo qual esta torna-se sinal do corpo da comunidade cristã na Bahia.
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In Memoriam Josef Brožek (1913-2004)
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O artigo aborda a discussão ocorrida em instituições educacionais da Companhia de Jesus sobre a função da psicologia no currículo de estudos, nas primeiras décadas do século XX na Europa. O estudo baseia-se num levantamento histórico de fontes inéditas no arquivo geral da Companhia de Jesus em Roma. A análise dos dados levantados evidencia que um dos temas mais debatidos é aquele das relações entre psicologia experimental e psicologia racional. Os resultados apontam que esta discussão é perpassada pela tensão entre tradição e inovação, que caracteriza a posição intelectual da Companhia como um todo; e pelo critério jesuíta da acomodação (acomodatio), ou seja, a necessidade da adequação ao contexto espaço-temporal de atuação. Mostram também que foi grande o interesse pela psicologia experimental no âmbito da Companhia naquele período histórico.
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O objetivo deste artigo é a análise da dinâmica retórica e dos conteúdos propostos num sermão proferido por Padre Antônio Vieira aos escravos de um engenho da região da Plataforma do Recôncavo Baiano pertencentes à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, em 1633, sendo o primeiro sermão pregado pelo jesuíta. Para isso, a História dos Saberes Psicológicos é utilizada como referencial teórico para interpretação após o processo de escolha das imagens a serem analisadas. O sermão discute a questão do bem-comum para os escravos, utilizando-se de elementos clássicos da retórica como a composição de imagens, visando a construção de argumentos persuasivos. A análise aprofunda o uso das imagens no que diz respeito ao seu efeito mobilizador do dinamismo psíquico dos ouvintes e a decorrente força persuasiva no que diz respeito aos argumentos propostos.
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Festas e brincadeiras são fenômenos culturais presentes em Plataforma, região do Recôncavo da Bahia. Os objetivos do estudo são recuperar a memória histórica relacionada às festas e brincadeiras de origem colonial na referida região e compreender a função formativa dessas práticas através de sua influência sobre o dinamismo psíquico dos participantes. O estudo se pauta na perspectiva dos saberes vigentes no tempo histórico em que tais práticas foram elaboradas e transmitidas. Através de fontes primárias do período colonial, como cartas jesuíticas, bem como de fontes secundárias, o resgate histórico feito proporcionou a obtenção de dados sobre festas e brincadeiras de Plataforma, como a Festa de São João e a corrida de Argolinha. Fica claro que a proposta destas práticas culturais era de comunicação e persuasão e, para tanto, visava atingir as potências psíquicas (sensações, sentidos e entendimentos) dos participantes através de uma construção que articulava retórica, saberes psicológicos e pedagogia.
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O artigo aborda o conceito de vaidade como paixão da alma no livro de Matias Aires Ramos da Silva de Eça (1705-1763), Reflexões sobre a vaidade dos homens (1752), à luz da perspectiva metodológica da história dos saberes psicológicos. Da análise do texto resulta que a visão de homem de Aires é influenciada ao mesmo tempo pelo pensamento jesuítico e pelas ideias iluministas francesas. A concepção de vaidade como paixão da alma se insere na tradição filosófica aristotélica tomista e também dialoga com teorias filosóficas contemporâneas como as de Espinosa, Descartes, Hobbes. É muito interessante a discussão da relação entre vaidade e temporalidade, pois nela podem-se observar mudanças de concepção entre Aires e autores do período histórico anterior.
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O artigo estuda um grupo de cartas elaboradas no âmbito da Companhia de Jesus: as Litterae Indipetae, pelas quais jovens jesuítas pedem ao Superior geral da Companhia para servirem nas Missões. As Indipetae transmitem a particularidade da vivência de cada autor, na busca de explicitar suas motivações quanto ao desejo de ir atuar nos contextos missionários do além-mar. Configura-se assim a grande riqueza desta documentação do ponto de vista psicológico. Nossa hipótese é a de que tais fontes carregam significativos conteúdos de elaboração pessoal, tendo em vista a definição do próprio projeto de vida. O recorte espaço temporal de nossa análise compreende dois grupos de cartas elaboradas por jesuítas italianos respectivamente no século XVII (período da Antiga Companhia), XIX e XX (período da Nova Companhia). Os resultados da análise apontam para aspectos de continuidade e descontinuidade e evidenciam na vontade o motor principal do processo subjetivo documentado na narrativa.
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Os sete sermões de Antonio Vieira (1608-1697) sobre o tempo litúrgico do Advento explicitam a articulação, através da ars retorica, entre os aspectos da visão de mundo jesuítica inerentes ao período do Advento (período em que se abordam questões como a finalidade da vida terrena, a ação humana e seu valor histórico, a natureza humana e seu destino transcendente) e os movimentos que se esperava obter do universo anímico dos ouvintes através do uso da palavra. Vieira compõe a dinâmica dos afetos de modo a relacioná-los com o entendimento. O homem envolvido em uma dinâmica afetiva pode ter em seu interior a fonte de todos os enganos, mas também da salvação. São as relações travadas entre conhecimento e afetos que definem o modo pelo qual o ser humano perceberá o mundo e conceberá a si mesmo, e como tal atuará na realidade.
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O presente trabalho buscou analisar as concepções de corpo vigentes em nove sermões do pregador português Antônio Vieira, do século XVII. Foi utilizado o método histórico, que se fundamenta na leitura e análise de fontes secundárias (textos da tradição clássica, medieval e renascentista sobre o tema) e de fontes primárias (os próprios sermões). Foram encontradas quatro significações para o termo corpo, que se mostram intrinsecamente relacionadas: físico, animado, sacramentado, místico. Vieira possui uma visão de corpo onde são integradas as dimensões pessoais e sociais, sendo possível falar da pessoa por meio do corpo, sem excluir os demais aspectos da experiência humana.
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O trabalho estuda a utilização da “acomodação” - recurso retórico que implica o conhecimento psicológico do outro como base para o estabelecimento de novas relações sociais – como descrita nos relatos acerca das pregações jesuíticas destinadas à população indígena no Brasil do século XVI. Os relatos - cartas e documentos informativos contendo narrativas de pregadores e visitadores - mostram a função e o uso desse recurso para uma comunicação eficaz diante de uma população culturalmente diferente. Mostra-se que a partir da concepção de uso da palavra com função doutrinária e persuasiva ensinada e praticada pelos jesuítas, a pregação era considerada como meio de transmissão de doutrinas, valores e práticas, mediada pela diversidade cultural dos destinatários. Tal mediação permitiria estabelecer uma comunicação persuasiva e o menos coercitiva possível, a coerção não condizendo com a afirmação da liberdade pessoal, doutrina básica da teologia católica reafirmada na Modernidade diante dos abusos em nome de ideologias religiosas praticados pelas políticas coloniais. Nessa perspectiva, a norma retórica da acomodação proposta por Cícero no De Oratore foi utilizada pelos jesuítas como propiciadora da mediação: exemplo histórico da busca de métodos mais humanos de interação em contextos conflituais, baseados na adaptação e atenção à psicologia do outro.
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Objeto do artigo são os conhecimentos psicológicos transmitidos e produzidos em instituições de ensino superior e secundário na cidade do Rio de Janeiro, durante o século XIX (até 1870), visando-se evidenciar por meio da análise critica a significação conceituai e a função social doe mesmos no fimbito do contexto brasileiro da época. Através de um levantamento de material documentário relativo a algumas escolas importantes do Rio de Janeiro, no século XIX, foi possível reconstruir o quadro dos conteúdos e das práticas psicológicas objeto de ensino e de elaboração em tais escolas, evidenciando-se a coexistência de diferentes propostas em termos de abordagens doutrinárias, de enfoques metodológicos, de objetivos visados.
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O objeto do trabalho é a Psicologia transmitida e elaborada em instituições de ensino da cidade de São Paulo no século XIX (até 1870). O material documentário,levantado nos acervos de tais instituições e considerado interessante para o tema da pesquisa foi consultado, reproduzido ou transcrito,e selecionado, procurando-se identificar, entre outras coisas, sua importância e difusão na época.
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Este artigo analisa alguns sermões pregados entre os séculos XVII e XVIII no Brasil, baseados em metáforas alimentares. O uso das metáforas, recorrente nos sermões do período colonial, fundamenta-se em dois alicerces: 1) na teoria aristotélica do conhecimento, em que o sensorial ocupa um papel prioritário, como porta de acesso para a compreensão das idéias mais abstratas e para a mobilização dos afetos e da vontade visando à modificação do comportamento dos ouvintes; 2) na doutrina platônica sobre a importância das imagens para conservar a memória das idéias. A oratória sagrada do período desperta interesse para a história cultural, uma vez que os sermões constituíram-se numa importantíssima fonte de transmissão de doutrinas e de modelagem dos comportamentos numa sociedade em que a oralidade era a principal forma de difusão dos conhecimentos.
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O trabalho pertence ao domínio da História das Idéias Psicológicas, entendida como parte da História Cultural cujo objeto é o estudo dos conceitos referidos ao ambiente cultural onde foram construídos. Portanto, aparece clara a pertinência de uma linha de pesquisa que investigue o significado dos conhecimentos psicológicos no âmbito da área multifacetada da cultura, ao longo do tempo. O presente estudo aborda os conceitos acerca dos fenômenos psicológicos formulados no âmbito da literatura espiritual e da produção filosófica da Companhia de Jesus ao longo dos séculos XVI e XVII. A experiência psicológica é interpretada em termos das noções elaboradas pelos tratados filosóficos, os quais por sua vez fundamenta-se na tradição aristotelico-tomista. A "psicologia" jesuítica possui uma dimensão filosófica, relativa ao ensino e à produção intelectual da Companhia, juntamente a uma dimensão prática, fundada na antiga tradição da Medicina do ânimo.
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Este ensaio procura reconhecer e avaliar as idéias psicológicas que circularam no Brasil no final do século XIX, em sua representação na obra machadiana, tomada como documento histórico e como veículo transmissor de idéias. Para isso, foram examinadas as ocorrências do conceito de inconsciente na obra de Machado de Assis em três diferentes âmbitos. Primeiro, na terminologia empregada pelo autor. Segundo, nos discursos expositivos dos narradores machadianos. Terceiro, na descrição dos estados subjetivos das personagens. Depois de feitas as análises, as idéias e noções encontradas foram confrontadas com algumas das principais formulações acerca do conceito de inconsciente em outros autores de sua época.
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- Artigo de periódico (205)
- Livro (20)
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- Tese (2)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (51)
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Entre 2000 e 2025
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- Entre 2000 e 2009 (116)
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