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  • O presente artigo descreve os principais elementos que constituíram o pensamento, a história e os posicionamentos éticos e políticos da Psicologia brasileira no que se refere às relações raciais. Estes elementos são alinhados e comentados da seguinte maneira: a) um primeiro debate que se inicia no fim do século XIX, no qual o pensamento psicológico sobre o problema racial descreve o negro como “objeto da ciência”; a ideia de raça é, neste ponto da história, determinada biologicamente; b) o período compreendido entre 1930 e 1960, caracterizado pelo impacto da obra de Gilberto Freyre, em que o conceito de raça aparece como determinante cultural e posteriormente foi marcado pela crítica ao mito da “democracia racial”; c) um momento que se inicia no fim da década de 1970, sob influência de estudos de desigualdades raciais, da abertura política e do processo de redemocratização do país, quando os movimentos sociais negros, através de seus atores, ativistas e intelectuais, produzem a ideia de raça como constructo social e pautam uma agenda política redefinindo o debate racial, e na qual a Psicologia passa a discutir o negro não mais como “objeto da ciência”, mas sim como agente produtor de sua própria história.

  • O artigo analisa a história da Psicologia no Brasil através da figura e da obra de Mira y López, que foi um dos principais ícones da expansão da psicologia no país e da regulamentação da profissão de psicólogo em 1962. Neste sentido o texto mostra como o projeto capitalista brasileiro, incrementado no Estado Novo, propicia o desenvolvimento da área de seleção profissional. Para isto, é necessária a constituição de um novo tipo de agente, o "psicotécnico", cuja formação ocorrerá principalmente no ISOP, órgão da Fundação Getúlio Vargas criado por Mira y López. Mira será o principal nome da chamada psicologia aplicada, atacada ferozmente pelos catedráticos da então Universidade do Brasil, adeptos da psicologia acadêmica, que farão oposição ao projeto de profissionalização da Psicologia. A trajetória de Mira no ISOP mostra um confronto entre discursos que buscam ser considerados o "oficial" e o "verdadeiro", ao mesmo tempo em que é proposto a divulgação da Psicologia.

Última atualização da base de dados: 09/03/2025 19:32 (UTC)