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A cidade de Cariacica-ES foi sede do primeiro hospital psiquiátrico público do estado - local que produziu marcas na memória de uma cidade, que se acostumou a manter a loucura à distância, trancafiada nos muros do manicômio. Com as lutas provenientes da Reforma Psiquiátrica, os manicômios tiveram seus muros abalados e a proposta de um cuidado territorial começou a ser posta em prática: a loucura passou a habitar outros espaços da cidade. O presente artigo foi construído a partir de uma experiência investigativa que teve como objetivo conhecer os modos como a loucura foi acolhida em Cariacica-ES para além do espaço manicomial, a partir dos Serviços Residenciais Terapêuticos, após a abertura dos muros físicos do antigo Hospital Adauto Botelho.
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O artigo parte do problema apontado por Michel Foucault na primeira aula do curso A Hermenêutica do sujeito, datada de 6/01/1982, a saber: o que se passa com o ser do sujeito em sua relação com a verdade? Para desenvolver tal indagação, o filósofo analisa, entre outros aspectos, saberes e práticas característicos da espiritualidade no período de ouro do cuidado de si (séculos I e II). Além de acompanhá-lo em parte desse percurso, pretendemos, com nosso texto, pôr em cena as inflexões que ele implica tanto para o campo da psicologia como para o da formação de professores. Em ambos, é comum que emerjam polêmicas quanto às teorias a adotar como base para uma intervenção mais eficaz ou, preferencialmente, mais crítica. A diferenciação clássica entre ciências naturais e ciências humanas jamais se ausenta desse debate. O presente artigo adota caminho distinto, pois buscamos um modo de arrancar de nossas entranhas o momento cartesiano, arriscando-nos a adotar posturas antipsicologistas e eventualmente antiepistemológicas. Melhor dizendo, indagamos: como, na psicologia e na educação, a constituição de si por si mesmo pode se transformar em uma ética metodológica (ou metodologia ética) de trabalho?
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Este ensaio tem o objetivo de problematizar os efeitos e movimentos produzidos pelas ações de educação em saúde quando massificadas, em especial, no contexto da pandemia de covid-19. Para tanto, incialmente, ele retoma o histórico do desenvolvimento das atividades de educação em saúde no Brasil, buscando entender os diferentes formatos que ela assumiu, e assume ainda hoje, nas políticas e nos serviços públicos de saúde. A educação popular em saúde, que tem como base teórica os trabalhos de Paulo Freire aparece, então, como um importante desdobramento destas atividades em nosso país, a partir dos anos de 1980. As análises que se seguem utilizam os trabalhos de Michel Foucault notadamente os conceitos de biopolítica e governamentalidade para pensar criticamente, este processo, aprofundando o debate sobre o tema no contexto atual, imerso na pandemia da covid-19. Mesmo diagnosticando o lugar paradoxal que ocupa a educação em saúde no interior da saúde pública e da governamentalidade neoliberal, procura-se estabelecer um diálogo a partir dela, no intuito de facultar a invenção de novos sentidos, a produção de novas realidades.
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O artigo caracteriza dois momentos na história da Análise Institucional (AI) no Brasil, com ênfase no panorama da cidade do Rio de Janeiro: o do início do século XXI, quando a AI poderia ser considerada como um “paradigma sem passado”; e o dos últimos seis anos, aproximadamente, quando se “rouba o nome aos bois”, tecendo uma rede entre a AI e outros discursos e práticas, como as lutas ligadas a concepções não jurídicas de direitos humanos, as racializadas e/ou generificadas, as decoloniais-anticoloniais etc., que repotencializam o paradigma. Em paralelo, essa abordagem se volta para a caracterização das diferentes gerações de institucionalistas brasileiros, principalmente a partir de experiências em universidades públicas. O intuito do texto é efetuar um diagnóstico do presente, e esta primeira experimentação, decerto parcial, está voltada principalmente à construção de uma genealogia ético-política da AI em nosso país, em articulação com os percursos da psicologia como saber e profissão.
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A relevância adquirida pelo pensamento de Michel Foucault no Brasil contemporâneo é circunstância bem conhecida. A despeito disso, poucos têm se dedicado a investigar suas cinco visitas a nosso país, datadas de 1965, 1973, 1974, 1975 e 1976. Sendo assim, a autora desenvolveu a pesquisa “Michel Foucault no Brasil: presença, efeitos e ressonâncias”, cujos objetivos incluem o estabelecimento de uma “audiografia” da presença do Foucault-corpo no Brasil – análise do modo como ele aqui ocupou os espaços de fala –, bem como de uma “geo-epistemologia” – busca das condições geopolíticas de produção do saber – e de uma “cronobibliografia” das ideias de Foucault entre nós – exame analítico-crítico das temporalidades associadas à primazia conferida a determinados procedimentos, categorias, problemáticas e conceitos pelos intelectuais e militantes brasileiros. Para tanto, foram utilizados documentos escritos e fonográficos relativos às visitas, artigos, coletâneas e livros brasileiros voltados à discussão das perspectivas de Foucault, e narrativas orais tanto dos que com ele conviveram nas passagens por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Belém como daqueles que, atualmente, exibem efeitos e ressonâncias de seu pensamento nos âmbitos acadêmico, profissional e político. Os ensaios que compõem este livro já haviam sido publicados aqui e ali, e foram apenas ligeiramente modificados – evitando repetições excessivas, mas mantendo alguma reiteração, para que possam ser apreciados em qualquer ordem, ou mesmo selecionados conforme os interesses específicos dos leitores.
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Os artigos que compõem este livro, anteriormente dispersos por periódicos e coletâneas voltados a problemáticas variadas, foram aqui reunidos no intuito de promover intercessões ― e não interseções, frise-se ― entre a genealogia foucaultiana, a Análise Institucional e a história oral. Autores-ferramenta como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Felix Guattari, René Lourau, Georges Lapassade, Cornelius Castoriadis, Bruno Latour, François Tosquelles, Alessandro Portelli, Alistair Thomson, Paul Thompson, Cecília Coimbra, René Schérer, Guy Hocquenghem, Gregório Baremblitt, Regina Benevides, Robert Castel, Franco Basaglia, Bernardo Kucinski, Margareth Rago, Marcelo Hoffman, Mathieu Lindon, Giovanni Levi, Pierre Bourdieu, Jorge Larrosa, Valentin Galván, Gabriel Tarde, Michel de Certeau, Michael Pollak, Roger Chartier etc. entram aqui em diálogo, nem sempre harmonioso, mas sempre apto a construir um equipamento ético-político-conceitual com vistas à pesquisa ― pesquisa-intolerância, melhor dizendo ― e à intervenção ― que, ao contrário do sentido hegemônico adquirido em nosso país, é o que "vem entre" as instituições, ampliando a gama de ação possível, e não de cima para baixo, limitando o movimento de corpos e vidas. O livro conta ainda com um belo prefácio de Adriana Rosa e uma pequena apresentação da autora.
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L'ouvrage enquête sur les cinq visites de Michel Foucault au Brésil, entre 1965 et 1976. Le philosophe visita alors São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife et Belém. Michel Foucault a laissé une trace profonde dans le Brésil de la dictature militaire. Les objectifs de cette recherche comprennent une audiographie de la présence du Foucault-corps au Brésil, ainsi qu'une analyse critique de la primauté conférée à quelques procédures, catégories, problématiques et concepts foucaldiens par les intellectuels et militants brésiliens.
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O artigo expõe análises das pesquisas-intervenção realizadas com formação e com estudos foucaultianos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Cartografa movimentos que nos desprendem dos exercícios de poder, servindo de reveladores para as transformações do sujeito. Para tanto, traz três dispositivos. Primeiro, as linhas tecidas no dispositivo aula, recorrendo ao curso A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault, e colocando em pauta a anarqueologia como atitude prática para pensar/fazer uma formação que se desvincule de pedagogias capacitadoras. Em seguida, as linhas do dispositivo se delineiam por meio de entrevistas e de alguns escritos de intercessores de Foucault para indagar se a formação perspectivada pela invenção pode ser uma formação outra, problematizadora. Em um terceiro momento, apresentam-se estratégias singulares de formar professores que privilegiam práticas éticas e políticas regulares e trabalhos dotados de continuidade, porém sem efeitos de coerção.
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Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (109)
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- Seção de livro (100)
- Tese (2)
Ano de publicação
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Entre 1900 e 1999
(26)
- Entre 1970 e 1979 (2)
- Entre 1980 e 1989 (3)
- Entre 1990 e 1999 (21)
- Entre 2000 e 2025 (197)
- Desconhecido (1)