A sua pesquisa

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  • O artigo trata-se de uma pesquisa em história da psicologia que teve por objeto o estudo histórico conceitual do conceito de Pessoa em algumas obras de dois autores que se destacaram no contexto alemão do início do século XX: Edith Stein (1891–1942) e William Stern (1871–1938). Entre os dois autores existem semelhanças no que diz respeito aos tópicos estudados e também uma precisa relação histórica destacada em suas biografias: Stern lecionava psicologia em Breslau e Stein frequentou suas aulas como aluna em 1911–1912. Contudo, as pesquisas que retomam a relação teórica entre ambos são escassas. Nesse sentido, o objetivo do artigo foi retomar o percurso por meio do qual ambos propuseram suas análises a respeito da constituição do objeto psíquico, bem como as implicações dessas definições para a psicologia. Foram utilizadas como fontes primárias as edições em língua alemã, espanhola e inglesa das obras de Edith Stein e de William Stern. O ponto principal de encontro é a proposta de fundamentação da psicologia a partir do conceito de Pessoa. As definições divergem, mas o ponto de partida é compartilhado: as preocupações com a redução da ciência da alma ao mecanicismo das ciências naturais. Não há como separar a psicologia da filosofia sem reduzi-la, por um lado, ao naturalismo cientificista (representado atualmente pelo campo das neurociências) e, por outro, às ciências humanas (hoje orientadas pelos movimentos pós-estruturalistas relativistas). Somente uma elaboração filosófica (rigorosa) do conceito de Pessoa poderá integrar natureza e cultura sem reduzir uma à outra e fornecer à psicologia uma fundamentação válida e autonomia no diálogo com as demais ciências naturais ou culturais.

  • A questão da causalidade permeia os fundamentos das ciências. Em particular, a questão da causalidade psíquica subjaz os fundamentos das diversas abordagens da psicologia atual, ainda que não seja explicitada ou mesmo reconhecida. Recorrer a essa temática pode ajudar a esclarecer questões de cunho epistemológico que delineiam a psicologia científica. Nesse sentido, o objetivo do trabalho é apresentar a concepção de causalidade psíquica presente na obra de Edith Stein (1891-1942), Causalidade Psíquica (2010). Foi utilizado o método de investigação histórica. A autora apresentara críticas à psicologia experimental emergente, que se submetia ao reducionismo psicologista e naturalista ao separar-se da filosofia. Edith Stein defendeu a possibilidade de uma psicologia científica sustentada pela definição (fenomenológica) de pessoa humana. Sua compreensão acerca da causalidade psíquica enquadra a distinção entre as vivências imanentes e as vivências intencionais do fluxo de consciência. Stein diferencia o âmbito dos acontecimentos causais determinísticos daqueles âmbitos das relações de motivação que não são submetidas a conexões deterministas. Conclui-se que somente uma elaboração filosófica rigorosa dos diversos tipos de legalidade às quais o fenômeno psíquico está submetido pode fornecer à Psicologia uma fundamentação válida e autonomia no diálogo com as demais ciências naturais ou culturais.

Última atualização da base de dados: 09/03/2025 19:32 (UTC)

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