A sua pesquisa
Resultados 206 recursos
-
Este artigo pretende explorar as relações de resistência de dois internos, asilados em instituições psiquiátricas, frente aos espaços nos quais se viram confinados. A partir das respectivas produções de Lima Barreto e Bispo do Rosário (um escritor, outro artista), refletimos o modo como cada qual foi capaz de reinventar as relações ali de antemão colocadas que supunham rigidez e obediência, implicando em uma dessubjetivação dos internos. Diante disso, ambos foram capazes de estabelecer atividades criativas, produzindo outras modalidades discursivas, subvertendo a lógica desses espaços, permitindo-lhes reagir frente à trama da reclusão que lhes foi imposta.
-
Este texto opera como una bitácora de distintos relatos intermediados por diversos conceptos sobre formas de gubernamentalidad, contraconductas, movimientos sociales y de insurrección, ensamblando actores humanos (movimientos insurgentes, movimientos fachos, enfermos, carabineros, milicos, gobernantes) y no humanos (perros, coronavírus, ñandús, medicamentos) entre Brasil y Chile en una espiral de historias turbulentas que comprende un corto período de menos de un año. El intento es destacar, en estos países, colectivos con elementos extremamente semejantes, formando caleidoscopios con sentidos absolutamente diversos y que presentan en un espacio de 10 meses cambios intensos y casi diarios de una configuración que podría ser descrita, en términos foucaultianos, como de guerra civil. La pretensión de este texto no tiene como fin abordar todos los aspectos de estas configuraciones bélicas, sino, aquellos elementos que resultan singulares de estos colectivos transhumanos. El texto presenta su propuesta en forma de bitácora o de diario de guerra considerando los acontecimientos desde el estallido social en octubre de 2019 en Chile, pasando por la entrada en escena de la pandemia de coronavirus y cerrando con lo ocurrido hasta agosto de 2020 para percibir la manera cómo todo ese conjunto produce en Brasil y Chile la configuración de colectivos con elementos muy semejantes, pero con sentidos singulares en las respectivas batallas.
-
El principal objetivo de este trabajo es comprender las prácticas cotidianas de gestión de usuarios en los dispositivos post-reformistas en el campo de salud mental brasileño. Por medio del trabajo genealógico sobre las prácticas de gobierno, entendidas como formas de conducción de la conducta ajena, es posible abrir un campo para el estudio de las prácticas de los saberes psi, en cuanto formas de gestión que actúan por medio de los actos libres y naturales de los individuos. Nuestro objetivo es examinar las prácticas cotidianas en algunos dispositivos reformistas como los CAPS por medio de los archivos de los usuarios. Básicamente se han encontrado dos modelos de conducción en los nuevos dispositivos:1) Casos con franca intervención de producción de compromisos y acuerdos con los usuarios, buscando el ingreso de estos a actividades variadas y al protagonismo político (gestión de la voluntad); 2) Casos con poca respuesta del usuario, en que las formas de conducción se implementan por políticas de inclusión de familiares y personajes de referencia cercanos en la gestión de vida del paciente (gestión del medio).
-
Pretendemos no presente artigo esclarecer o sentido da crítica efetuada por Michel Foucault na obra de 1961, Historie de la folie, em relação à psicologia. Para tal, partiremos de uma análise do projeto de 1954, Maladie mentale et personnalité, para compreender o percurso da argumentação que teria conduzido o filósofo à crítica que inaugura a fase arqueológica na década de 1960. Acreditamos que, se inicialmente Foucault acreditava ser necessário, em Maladie mentale et personnalité, conciliar as contradições metodológicas da psicologia num projeto unificado; depois, emHistorie de la folie, no lugar de uma conciliação, as contradições passariam a representar a própria condição de existência da psicologia, forma de saber moderna na qual o homem é convidado a refletir sobre si aprofundando-se no jogo de contradição por meio da qual tem-se a verdade interiorizada.
-
O presente artigo tem por objetivo chamar a atenção para as teses históricas presentes na obra de Aron Gurwitsch, assim como discutir a importância das mesmas para o campo da História da Psicologia. Para isso, analisar-se-á seus escritos histórico-epistemológicos iniciais - de 1934, 1935 e 1936 - buscando expor, principalmente, o papel que o processo histórico cumpre em sua argumentação e a narrativa histórica que o autor estabelece acerca do surgimento da Psicologia. Para discutir a importância de tal produção para o campo da História da Psicologia, recuperaremos outras narrativas históricas que - com herança direta ou não - se assemelham em algum nível com as teses propostas por Gurwitsch, tendo especial interesse nos deslocamentos operados e na periodização utilizada. Nesse sentido, serão discutidas as conexões com os trabalhos de Georges Canguilhem (que explicitamente remete sua hipótese ao trabalho de Gurwitsch), Luís Cláudio Figueiredo, Michel Foucault e Bruno Latour. Por fim, discutir-se-á o sentido geral da hipótese apresentada por Gurwitsch e pelos demais autores, além de uma discussão sobre a periodização destas condições de surgimento da Psicologia.
-
O artigo, que se define como trabalho de reflexão, busca discutir o vínculo entre história da subjetividade e história da objetividade, principalmente no que diz respeito aos primeiros laboratórios de psicologia. Entendendo que explorar tal vínculo requer abordagens simétricas na produção do conhecimento, que não supõem corte entre projetos científicos bem sucedidos e malogrados, nos valeremos de referências provenientes dos estudos Ciência-Tecnologia-Sociedade, da epistemologia política (Despret e Stengers), da genealogia da ética (Foucault) e da história da objetividade (Daston e Galison). Partindo de tais referências, abordaremos três grandes tópicos: a) as práticas operadas nos primeiros laboratórios de psicologia; b) a objetividade propiciada por tais práticas; c) as transformações subjetivas pelas quais os psicólogos experimentais deveriam passar visando obter resultados científicos. Na conclusão, avaliamos se é possível dizer que, no treinamento introspectivo, as técnicas de si operam como uma marca distintiva da constituição de um self científico e como um conceito chave para um estudo histórico destes laboratórios psicológicos.
-
This paper aims at discussing the different ways in which subjectivities are produced by psychological practices, with a focus on clinical practice. This research is conceptually based on Isabelle Stengers’ and Vinciane Despret’s Political Epistemology and Bruno Latour’s and John Law’s Actor-Network Theory. For these authors, scientific knowledge is produced not as a representation of reality through well-formed sentences, but as modes of articulation between researchers and investigated entities. To investigate these modes of articulation produced by clinical practices, we observed the modes of articulation present in specific psychological techniques with regard to their users, especially in a therapeutic environment. These techniques follow a wide range of therapeutic approaches (psychoanalysis, cognitive behavioral therapy, Gestalt therapy and institutional analysis) are currently being observed at the DPA (Division of Applied Psychology) at UFRJ (Federal University from Rio de Janeiro) through interviews and an ethnographic approach. Furthermore, we will discuss processes related to interns and patients. With regard to the interns, we observed a very complex and almost impossible mode of negotiation with respect to the practices, concepts and duration of therapy among the therapy groups at DPA. Their education in these different therapeutic approaches can be likened to a process of purification: beyond the discussion of some basic concepts, much of the interns’ education consists in the constant criticism of other approaches. It is also very rare to observe students who practice more than one approach: beyond the pragmatic problem in articulating very different practices, there is a constant process of critique between both groups to which the intern belongs. With regard to patients it was possible to perceive two response patterns: 1) Canonical answers about what therapy is and what its goals are, demonstrating docility regarding the psychologist’s authority. 2) Answers with a more inquisitive position about psychology, with an underlying understanding that it is a way of seeing the world, a philosophy of life, thus presenting a more recalcitrant position. In this case patients link therapy to very diverse practices, and they do so in a very active way, in a process that resembles what Foucault calls the techniques of the self (a group of practices and exercises used actively by someone aiming to transform themselves into an ethical being). We can find such techniques among patients in various practices, e.g. writing in diaries, the singular appropriations of the discourse of the therapists, and even exercises of self-questioning and problematization of the instances of collective life, such as prejudice, stereotypes and subliminal messages. Thus, we can define patients in various ways, but not as passive and patient creatures.
-
Foi pela vivência de pesquisa no exterior que Ivan da Costa Marques tomou consciência da dependência tecnológica do Brasil. Foi na pesquisa no Brasil que ele vivenciou a reserva do mercado de minicomputadores como uma linha de fuga da dependência tecnológica, o que para ele seria, para o Brasil, uma aproximação autônoma da modernidade. Foi refletindo sobre como o sucesso dessa linha de fuga se transformou em fracasso que da Costa Marques se deu conta de que as explicações disciplinares, fossem da engenharia, da economia ou mesmo da sociologia, tinham sempre hipóteses e opções implícitas de valores que tendiam a reforçar o modo de ver dos países ditos desenvolvidos. Depois, continuando a estudar e pesquisar sobre as limitações dessa linha de fuga, chegou aos Estudos de ciência, tecnologia e sociedade e situou os Estudos de ciência, tecnologia e sociedade como uma poderosa ferramenta daqueles que estão engajados na superação da colonialidade nas periferias do Ocidente.
-
Este trabajo aborda la cuestión de las prácticas gubernamentales presentes en Los Horcones, comunidad mexicana inspirada en la utopía skinneriana Walden II. Para ello usaremos el concepto foucaultiano de gobierno, entendido como “forma de conducción de la conducta”, aludiendo a modos de gestión de la vida de los individuos y colectivos. Desde esta perspectiva, la hipótesis presente es que Los Horcones sería el resultado del desarrollo de una técnica de gobierno que, en un cierto plano, se destaca y se sobrepone al propio Estado. En esta nueva forma de gestión, el gobierno se define como tecnocracia, en el conocimiento científico de los movimientos naturales de los gobernados y estimulando especialmente la autorregulación de todos ellos. En el caso de Los Horcones, así como en Walden II, se pone en cuestión todas las formas soberanas de gestión, en favor de una experimentación de las mejores formas de conducción de la conducta. Lo que se observa en Los Horcones es un desplazamiento y una experimentación de diversas técnicas de gobierno: primero las sugeridas por Skinner en Walden II, posteriormente la democracia y, actualmente, la llamada personocracia. Por fín, serán discutidas especificidades de estas formas de gobierno psi.
-
Este trabajo pretende reflexionar sobre las narrativas decoloniales en historia de la psicología, buscando descripciones locales únicas, alejadas de los modelos narrativos genéricos en la comprensión del despliegue de este conocimiento. Más específicamente, exploraremos el caso del laboratorio de psicología experimental instalado en el Pedagogium bajo la dirección de Manoel Bomfim, en Río de Janeiro. Para ello, además de las herramientas de los estudios de laboratorio, es fundamental comprender la producción de laboratorios desde las redes locales, como lo indica la Teoría del Actor-Red y la Epistemología Política. A partir de esta doble referencia, proponemos diferentes preguntas de la historiografía tradicional sobre el surgimiento de los laboratorios de psicología: es fundamental indagar sobre el relevamiento de sus personajes, sus funciones y su perfil institucional. La discusión se centrará en la insuficiencia de la comprensión tradicional del tema, en las diferencias entre cómo las narrativas coloniales y decoloniales conciben la relación entre el material de archivo y las matrices de inteligibilidad y en las consecuencias historiográficas y metodológicas de esta relación.
-
Desde hace décadas se desarrolla un campo de reflexiones crítico que toma como objeto de escrutinio las dimensiones éticas, políticas, sociales, también ontológicas de las relaciones entre animales humanos y no humanos. El artículo que presentamos es resultado del encuentro de tres investigaciones distintas que giran alrededor de animales para pensar la producción de lo humano, en este caso: vacas, simios y perros. Tienen en común, aparte de un enfoque genealógico para pensar la historia, una sensibilidad epistémica proveniente del campo de los estudios de ciencia y tecnología, de ahí que comportan, además de una perspectiva semiótico-material y relacional, una mirada simétrica para pensar el mundo y la realidad. En la primera parte trabajaremos cómo las vacas se convirtieron en infraestructuras vivas para la consolidación de un estado moderno, en este caso Uruguay. En este sentido, fueron parte constitutiva de esa máquina biotecnológica necesaria para producir un estado liberal conectado a una red internacional de estados signados por el libre mercado como nuevo ordenador de la racionalización mundial. A continuación abordaremos cómo la doble naturaleza de los grandes simios, como monstruos y fósiles vivientes, se ha ido produciendo a través de diferentes prácticas epistémicas que han consolidado una idea ahistórica, estática, de «lo simio», sirviendo para diferentes usos antropológicos, relativos a lo humano. Por último, presentaremos algunas reflexiones sobre el papel que han jugado los cánidos en las revueltas chilenas del 2019 y cómo un socialismo perruno puede ayudarnos a pensar los modos en que ensamblamos nuestras formas de ciudadanía.
-
Pretende-se neste texto tratar da problemática do trabalho no âmbito do cuidado em saúde mental nas Colônias Agrícolas para Alienados no Rio de Janeiro, de modo a confrontar o cerne dessa que é uma das questões que lhe deram a sua razão de ser. Assim, brevemente passaremos pelo contexto de criação dessas Colônias e seus desdobramentos em direção aos territórios da Ilha do Governador e de Jacarepaguá. Veremos como havia um discurso predominante que defendia que o trabalho (físico, braçal) nesses espaços, praticado pelos seus internos, teria um papel fundamental no processo de cura, a chamada praxiterapia. Contudo, podemos observar ao menos dois momentos da concepção das relações entre labor e terapêutica: inicialmente, a atividade produtiva era compreendida quase como um bem em si, não havendo grandes progressos no tocante à qualidade de vida extramuros dos internos. Posteriormente, veremos a abertura para um leque maior de possibilidades simbólicas concernentes à formação subjetiva desses sujeitos que passam a não mais se dedicar exclusivamente a serviços manuais e subalternizados, mas se engajam em atividades criativas e que deixam marcas em seu percurso.
-
This paper aims to discuss the importance of decolonial narratives in general and in the field of history of psychology in particular. For this, we take as the starting point the initial results of a recently published empirical study, which investigated different styles of management within the scope of labor in Rio de Janeiro between 1949 and 1965 through the analysis of publications of the journal Arquivos Brasileiros de Psicologia. Such results pointed to an inadequacy between the interpretations of the management styles that are used, on the one hand, in the English and North American context and, on the other, in Rio de Janeiro. The discussion of this article focuses on this inadequacy, underlining the differences between how colonial and decolonial narratives conceive the relationship between empirical data and intelligibility matrices and the historiographical and methodological consequences of this relationship.
-
Este trabalho tem como objetivo inicial uma discussão histórica (embasada no movimento da Nova História e da genealogia foucaultiana) em relação ao surgimento da psicologia do desenvolvimento. Em seguida, é proposta a hipótese de que este campo da psicologia tem como sua condição um duplo movimento: a) no século XVI, o surgimento da escola religiosa, da família como objeto de políticas de saúde e de uma experiência de infância como idade da inocência; b) no século XIX, a emergência de novas tecnologias de governo liberais, da escola laica e de uma imagem da infância calcada na evolução. Finalmente, é caracterizado o movimento de consolidação da psicologia do desenvolvimento, favorecido principalmente pelo funcionalismo norte-americano (articulado ao movimento da Escola Nova) e pelo sucesso dos testes mentais.
-
Apesar da enorme variação conceitual ao longo das grandes fases do trabalho de Michel Foucault (arqueológica, genealógica e ética), permanece um tema crítico à psicologia: ela é uma invenção datada, oriunda de práticas específicas. O que varia ao longo dos textos foucaultianos é a determinação destes dispositivos históricos. No caso do período genealógico (anos setenta) podemos encontrar três hipóteses referentes ao surgimento da psicologia, correspondendo às três grandes variações desta fase, cada qual ligada a uma determinada concepção do poder subjacente aos saberes: formas jurídicas; microfísica das relações de força; ou formas de governo. Quanto à psicanálise, sua problematização nesse período é feita em duas etapas: primeiro ao vê-la como uma empreitada de despsiquiatrização parcial do aparato asilar, mas mantendo todos os poderes médicos; e principalmente ao concebê-la como um mero desdobramento do dispositivo da sexualidade e produto do biopoder.
-
Este trabalho busca caracterizar o surgimento da psicologia e da psicanálise segundo a malha conceitual apresentada na última fase do pensamento foucaultiano, condizente às práticas pelas quais os sujeitos tornam-se sujeitos de si mesmos. Trata-se das tecnologias ou técnicas de si, que são divisíveis em elementos como substância, askesis, práticas de si, e teleologia. A partir destes elementos, são distintos alguns sistemas éticos específicos, como uma ética pagã clássica; uma pagã tardia; uma cristã; e uma moderna. Para o surgimento dos saberes psi, Foucault avalia como crucial a ética cristã, a partir da invenção de uma nova substância ética, os nossos desejos, e de uma nova askesis, a hermenêutica de si. A meta deste pensador é mostrar que esta hermenêutica de si nada possui de universal ou necessário. Esta atitude de estranhamento de si será denominada ontologia histórica de nós mesmos, opondo-se à hermenêutica de si presente nos saberes psi.
Explorar
Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (107)
- Livro (5)
- Seção de livro (92)
- Tese (2)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (3)
- Entre 2000 e 2025 (203)