A sua pesquisa
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Nos estudos sobre a festa do Carnaval e a sobre a construção da Identidade Nacional na década de 1930, é comum a citação ao dirigismo cultural getulista, às ideologias de branqueamento, bem como à valorização da mestiçagem nesse período. A proposta deste artigo é trazer à baila como produções artísticas e culturais, como rádio, cinema, e o teatro de revista, pouco estudadas pela literatura histórica e antropológica, contribuíram para popularizarem e transformarem o samba e o carnaval como referências basilares para a construção da identidade brasileira. Outrossim, refletimos sobre a manutenção e atualização dessas comemorações coletivas através do tempo.
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O texto comemora a primeira década de vida da revista Memorandum, buscando analisar as condições de sua emergência, sua trajetória, sua situação atual. Para isto, apresenta brevemente os primeiros periódicos científicos, notadamente na área de Psicologia. Apresenta e analisa dados sobre os artigos, os autores, a internacionalização da revista nestes dez anos, bem como sua qualificação em diferentes Qualis da Capes do ano de 2010. Mais que uma proposição congratulatória à revista e a seus editores, o texto busca apontar sua contribuição para o campo da história da psicologia no Brasil, pois, contando histórias, Memorandum também está construindo uma história.
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O texto apresenta uma pequena biografia do professor Antonio Gomes Penna (1917/2010), nome importante da Psicologia no Brasil e historiador de nossa psicologia. Relata sua formação, sua trajetória profissional como professor interessado em Psicologia e em Filosofia, seu interesse pelo ensino e pelos estudantes. Utiliza-se de depoimentos de diversos ex-alunos e pesquisadores para demonstrar a relevância intelectual e afetiva de sua trajetória.
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O texto apresenta uma crítica a abordagens historiográficas encontradas algumas vezes no Brasil em que são aplicadas perspectivas e análises teóricas desenvolvidas em outros lugares, principalmente na França, sem a devida atenção às condições específicas de emergência e constituição de determinados campos de saberes em nosso país. Neste sentido, apóia-se na perspectiva dialógica de Bakhtin de que a análise de um dado conjunto de relações não pode ser expropriada de seu entorno original. Esta proposição bakhtiniana é complementada com a feliz expressão de Schwarz, de “idéias fora do lugar”. Com estes autores, procede-se a dois estudos de caso, a criação de um hospício em Campos, interior do Rio de Janeiro, e o laudo psiquiátrico de Febrônio Índio do Brasil, personagem exemplar da junção Direito e Psiquiatria em nossa realidade. Considera-se que a análise destes dois casos torna clara a necessidade de atenção às contingências dos acontecimentos para sua análise adequada.
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Este trabalho visa discutir idéias contidas em uma tese de Medicina da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro datada de 1836, na qual os principais conceitos investigados são os de paixões, afetos da alma, gratidão, amizade e amor à pátria. Busca-se investigar as tendências de compreensão das concepções acerca dos temas citados, dando principal relevo às influências sofridas pelos saberes da época, quais sejam, filosóficos, científicos, literários, etc. Como referencial teórico para este artigo, utilizamos os conceitos de “operações dos usuários” de Michel de Certeau e de “bricolagem” de Claude LéviStrauss, que tornam-se, neste ensejo, ferramentas para a compreensão da maneira como se desenvolve a discussão feita pelo autor da tese. É importante lembrar que as obras de Medicina eram um dos principais canais para a difusão de saberes psicológicos no século XIX, fato que fundamentou o interesse na presente investigação.
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Este artigo procura traçar o percurso profissional de Eliezer Schneider, um dos primeiros brasileiros com formação acadêmica em Psicologia. Formado em Direito em 1939, pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil (hoje UFRJ), prestou concurso para o Instituto de Psicologia daquela universidade, onde ingressou em 1941. Poucos anos depois, obteve o título de Mestre em Psicologia pela Universidade de Iowa (EUA) com tese sobre as teorias emergentistas da personalidade, orientada pelo professor Gustavo Bergman. Da experiência nessa Universidade permaneceu seu interesse pelo behaviorismo, menos talvez por sua metodologia do que por sua ênfase nas situações ambientais como determinantes do comportamento humano. Seu interesse pela Psicologia, segundo seu próprio relato, surgiu com o estudo do Direito - como entender o criminoso, como caracterizar a inimputabilidade? Sua principal influência, contudo, se encontra na formação de toda uma geração de professores de Psicologia Social que, com ele, aprendemos a estender nosso olhar além do paradigma individualista e intimista que caracteriza nossa Psicologia.
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O texto visa apresentar possibilidades de uso da Filosofia da Linguagem de Bakhtin na análise de documentos, na pesquisa em história da psicologia e em outros campos. Observa-se que as proposições bakhtinianas não devem ser utilizadas como um conjunto de regras fixas e imutáveis a serem aplicadas a um objeto visando encontrar seu enunciado, visto que sua proposta envolve indeterminação, duplicação e ambiguidade. Assim, em cada investigação o caminho e o objeto devem ser construídos. O texto apresenta, de forma concisa, não só as idéias centrais da Filosofia da Linguagem, mas também as questões de autoria, temas e formas discursivas, bem como os riscos das formas de tematização estática e/ou deslocada.
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O artigo busca refletir sobre alguns embasamentos acerca das diferentes configurações do psicólogo que atua na área da saúde, em especial no hospital geral, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o que constitui este ajustamento profissional. Como resultado, indicamos quatro coletivos de pensamento que julgamos serem os mais comuns: Psicologia Hospitalar, Psicologia Médica, Saúde Mental e Psicologia da Saúde. Apontamos algumas das especificidades desses coletivos, destacando a necessidade da realização de pesquisas em que os psicólogos atuantes em instituições hospitalares possam narrar suas histórias de inserção e delimitação da práxis profissional.
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Este trabalho apresenta uma reflexão historiográfica sobre as condições e os processos que possibilitaram a emergência da Psicologia Social como uma disciplina ou campo de estudo/intervenção delimitado no Brasil. Aponta sua institucionalização no cenário brasileiro desde o denominado pensamento social, seguida de sua forma "interdisciplinar" (ou pré-disciplinar), até seu surgimento nas primeiras universidades nacionais, localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde foi alocada nos Departamentos de Psicologia. Continua com as críticas estadunidenses e europeias dos anos 1960 em relação à sua relevância social. Encerra apresentando o sentido desta crítica no caso brasileiro e as respostas oferecidas a tal questão.
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Este artigo tem como objetivo retomar parte da historiografia sobre os psicólogos e estudantes de Psicologia que integraram agrupamentos armados contra o golpe de classe de 1964. Para tal, consideramos que o processo de desenvolvimento da Psicologia, enquanto ciência e profissão, mostra-se interligado nas múltiplas contradições da formação da classe trabalhadora brasileira. Partindo dos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico-dialético, recompomos, no plano ideal, parte do movimento real produzido pela ação daqueles sujeitos. Resgatamos as trajetórias das pessoas que participaram da luta armada contra o terrorismo de estado a partir de casos ilustrativos que nos mostram suas presenças em organizações políticas das quais fizeram parte. Para tal, reconstruímos este movimento a partir das publicações existentes. Concluímos que existe um elo entre a vanguarda da luta armada, com a presença de algumas frações da Psicologia, composta majoritariamente por sua juventude, e a construção contraditória dentro da própria profissão no Brasil. Ambos são momentos da totalidade da história da Psicologia, que mostra a maneira pela qual alguns importantes setores posicionaram-se na luta contra a ditadura civil-militar.
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O texto visa apresentar a história dos estudos médicos no Brasil por se entender, em consonância com vários historiados da psicologia, a relevência do saber médico para a constituição da psicologia no Brasil. Neste sentido, acompanha-se o exercício da profissão médica desde a colônia, a criação das primeiras Faculdades de Medicina e sua produção de teses médicas. Observe-se que estas representam parte relevante das primeiras produções teóricas brasileiras e têm sido pesquisadas por investigadores de origens diversas objetivando a construção da história de suas disciplinas, entre elas a psicologia. Daí decorre a importância da orientação do ensino médico, principalmente no tocante à psiquiatria e à medicina social, conforme se apresenta nessas teses. Dá-se especial relevo às teorias psicológicas mais utilizadas então porque estas serão fundamentais para a constituição do saber psicológico.
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Este trabalho pretende, sob a forma de experimentação ou ensaio, estabelecer analogias entre possíveis caminhos da psicologia e descrições de anjos. Dessa forma, partindo das imagens do anjo católico, modelo de perfeição que tem como função iluminar o caminho dos mortais, e dos anjos do filme “Asas do Desejo”, do cineasta alemão Win Wenders, que, longe da perfeição, podem ser atingidos por sentimentos como tédio e inveja, vivem sobre o céu cinzento de Berlim e não possuem o poder de intervir na vida de nenhum mortal, busca-se discutir os possíveis enrijecimentos e potencialidades das teorias e práticas da psicologia. Toma-se como intercessor conceitual o anjo de Paul Klee, que Walter Benjamim chamou de “anjo da História”. Este, ao reger as narrativas humanas, não é doce nem roliço como o anjo católico, nem pretende iluminar o “melhor caminho”; pelo contrário, é anguloso e deformado, devastado por todas as paixões e acontecimentos. Tampouco pode, como o anjo de Wenders, ser compassivo, ou mesmo entediado; ele se reveste de horror pelas ruínas que se amontoam à sua volta, e somente isso tem a oferecer. Qual desses anjos permeará nossas práticas? No que tange aos dados referentes aos católicos, utilizamos aqueles coletados através do projeto de pesquisa “A Constituição da Psicologia no Brasil: Católicos e Médicos”, cujo objetivo é apreender as inter-relações do catolicismo e do pensamento médico na formação e autonomização da Psicologia no Brasil.
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Contemporaneamente, a instituição do sistema de cotas para estudantes afro-descendentes nas Universidades Públicas e em concursos públicos pode ser analisada como uma das formas pelas quais a questão racial no Brasil se mostra ainda presente. A população em geral tem se manifestado, expressando suas opiniões em relação a essa proposta. A principal justificativa para tal medida reside em pretender ser uma ação afirmativa de inclusão social, que viria a redimir o país da dívida para com os descendentes daqueles que, por mais de trezentos anos, sofreram o peso da escravidão. Dentre os argumentos contrários, encontram-se os que avaliam essa iniciativa como podendo provocar um racismo ao inverso. O debate não se esgota nesse resumo das discussões sobre o tema apresentado, pois elas se têm complexificado. No presente artigo, consideramos pertinente trazer à tona a antiga e complexa questão racial, apontando para sua atualidade e possibilitando colocá-la em análise. Nesse sentido, pretendemos utilizar a proposição das cotas como disparador para estudar a problemática da raça no momento em que essa categoria se configurou como conceito científico justificador das políticas governamentais relativas à população brasileira no final do século XIX. Para tratar esse problema, pensamos que a escolha de um objeto de pesquisa deve ser determinado pelas lutas contemporâneas, pois acreditamos que elas apontam para algum acontecimento histórico que reverbera até hoje, fazendo-nos crer que as coisas sempre foram naturais, quando são efeito de múltiplos embates entre homens, saberes e poderes. Daí, algumas perguntas podem ser feitas: qual é a cor do negro brasileiro?; qual é a cor do brasileiro?
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O discurso político dos anos trinta (século XX) somado ao contexto médico-higienista permitiu a valorização da prática educacional como facilitadora da transformação social. O papel do professor era organizar classes homogêneas segundo a capacidade de aprendizagem e desenvolvimento mental das crianças, futuro do país. Neste contexto, a russa Helena Antipoff (1892-1974), convidada pelo governo de Minas Gerais para ensinar Psicologia Educacional na Escola de Aperfeiçoamento de Professores, destaca-se por sua diferente concepção de anormalidade. Através da análise de suasobservações, propõe uma nova abordagem, na qual o desempenho é marcado pelo contexto social, e passa a concentrar seu trabalho nas crianças marginalizadas. Influenciada pelas idéias de Jean-Jacques Rousseau e Johann Heinrich Pestalozzi, funda a Sociedade Pestalozzi (1932) e a Fazenda do Rosário (1940), instituições que trabalharam com estas crianças sob uma ótica multidisciplinar. Criadora do termo “excepcional”, Helena Antipoff ampliou as possibilidades educacionais para todos os brasileiros.
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Os discursos psicológicos brasileiros do fim do século XIX e meados do século XX permitem investigar a autonomização da Psicologia no Brasil e sua relação com a constituição de concepções de Pessoa. As características presentes nestes discursos remetem-se àqueles das duas primeiras décadas do século XIX. que antecederam e propiciaram a instituição deste campo. Esta “Proto-Psicologia” apresenta um mundo trascedente, baseado no saber filosófico auto-contemplativo da Alma, cuja finalidade é a produção de subjetividades. No entanto, este discurso é enfraquecido com a chegada do pensamento positivista ao Brasil. O gradual processo de fisiologização do saber da Alma pode ser observado em práticas como o Higienismo, a Medicina Social e a Frenologia. A compreensão da influência cientificista permite perceber a preocupação dos saberes médico-psicológicos com a adaptação social do homem, estudar as posteriores alterações da concepção de Pessoa e observar a atual crise dos modelos acadêmicos.
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O artigo apresenta uma discussão sobre a história da Psicologia na qual ressalta alguns importantes nomes que colaboraram para a formação deste saber no Brasil. A partir de uma contextualização histórico-social, situada entre o final do século XIX e a segunda metade do século XX, analisa a constituição de uma ciência e as relações de forças que tornaram este saber autônomo. Na primeira década do século XX, destacam-se os nomes de Arthur Ramos e Manoel Bomfim, desenvolvedores de pesquisas no campo da Psicologia Social que raramente são mencionados por parte dos historiadores da Psicologia. Outros dois nomes são destacados pela autora, Waclaw Radecki e Emílio Mira y López, personagens da psicologia científica e técnica. Ao longo do texto reflete-se não apenas sobre a historicidade da psicologia, como também sobre suas dificuldades em submeter-se ao saber histórico.
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The evolution of the historiography of psychology in Brazil is surveyed, to describe how the field has evolved from the seminal works of the pioneer, mostly self-taught, psychologists, to the now professional historians working from a variety of theoretical models and methods of inquiry. The first accounts of the history of psychology written by Brazilians and by foreigners are surveyed, as well as the recent works made by researchers linked to the Work Group on the History of Psychology of the Brazilian Association of Research and Graduate Education in Psychology and published in periodicals such as Memorandum and Mnemosine. The present historiography focuses mainly the relationship of psychological knowledge to specific social and cultural conditions, emphasizing themes such as women's participation in the construction of the field, the development of psychology as a science and as a profession in education and health, and the development of psychology as an expression of Brazilian culture and of the experience of resistance of local communities to domination. To reveal this process of identity construction, a cultural historiography is an important tool, coupled with methodological pluralism.
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- Artigo de periódico (81)
- Livro (6)
- Seção de livro (70)
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Entre 1900 e 1999
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Entre 1980 e 1989
(1)
- 1986 (1)
- Entre 1990 e 1999 (8)
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Entre 1980 e 1989
(1)
- Entre 2000 e 2025 (148)