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  • Neste texto, o autor modifica o tradicional esquema de avaliação da reforma psiquiátrica: o foco da atenção não é tanto o mérito da desinstitucionalização, mas o demérito da institucionalização. A desinstitucionalização é colocada como advinda da indignação suscitada a partir do reconhecimento da injusta opressão do paciente psiquiátrico e da mistificação do conceito de cura. Na experiência basagliana, este sentimento ético advém do empenho, da prática coerente, e se traduz em um concreto processo de mudança. Em outros contextos, muitas vezes a indignação é superficial, manipulada pela mídia, como estéril sentimento de falsa consciência. Examina-se a atualidade das práticas psiquiátricas à luz destes diferentes modos de entendimento da indignação.

  • Este artigo aborda o processo de desinstitucionalização no contexto da reforma psiquiátrica ocorrido em Ímola a partir da narrativa de brasileiros e brasileiras que participaram de seu cotidiano ao longo dos anos noventa. A pesquisa que sustenta o artigo procurou delinear as conexões entre Brasil e Itália no que concerne às contribuições no conjunto de ações que resultaram no fechamento dos manicômios e na constituição dos serviços territoriais (centros de saúde mental, centros diurnos) e de associações e cooperativas que sustentaram projetos de inclusão social. A metodologia utilizada nesta pesquisa qualitativa apoiou-se na realização de entrevistas semiestruturadas com integrantes dos serviços de Ímola de ambas as nacionalidades. Assim, foram identificadas práticas relevantes que denotam uma participação efetiva de brasileiros e brasileiras, como educadores profissionais e assistentes de base, que não apenas impactaram o cotidiano assistencial como também colaboraram para a construção de cultura e relações inclusivas, inventivas, reflexivas e propositivas.

Última atualização da base de dados: 21/11/2024 18:57 (UTC)

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