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  • Em consonância com o reavivamento do debate em torno da consciência nas últimas décadas, o presente artigo propõe um foco no processo reflexivo da consciência, tratado na literatura científica internacional como o estudo do self. Uma análise histórica da teorização psicológica do self é contrastada com os resultados mais recentes da investigação empírica na área da psicologia do desenvolvimento. Aponta-se como as noções de narratividade, corpo e interação têm transformado a teorização psicológica do self, delineando uma nova problemática direcionada para uma perspectiva comunicacional. Argumenta-se que o problema do self pode ser reformulado em termos de uma relação entre consciência e suas formas de expressão, a partir do qual se define self como um processo de interação comunicativa entre consciência e corpo situado no mundo.

  • O artigo apresenta uma análise comparativa e crítica de duas abordagens comunicacionais do fenômeno self: a teoria dialógica e a teoria semiótica. Argumenta-se que as diferenças de ênfase na dimensão espaçotemporal do self em cada teoria implicam duas epistemologias e ontologias distintas. As duas perspectivas trabalham com o signo, que é a percepção de sentido conversacional (ou dialógica) e a funcionalidade (ou pragmática) da expressão. A perspectiva semiótica volta-se para a funcionalidade do fenômeno e recorta um contexto de pesquisa inserido na psicologia dos processos básicos, apoiando-se em uma ontologia evolucionária do self como gerador de signos. A perspectiva dialógica volta-se para a aplicabilidade do conceito e recorta um contexto de pesquisa aplicada direcionada para a psicologia clínica e para as relações interpessoais, apoiando-se em uma ontologia metafórica e romântica e mais preocupada com o diálogo entre as posições do self.

  • Este estudo examinou 67 relatos sobre eventos marcantes na história de vida de estudantes universitários, com idade entre 17 e 45 anos, para análise de essencialidade (o que é um evento marcante) e de expressividade (estilo de narrativa descritiva ou dinâmica). Os dados foram obtidos através de entrevistas abertas, solicitando aos participantes que relatassem por escrito um evento marcante que viveu. A análise de essencialidade foi orientada pelos três passos reflexivos da tradição fenomenológica (descrição, redução e interpretação) e apontou para uma estrutura de quatro partes mudança de vida, reações emocionais intensas, sentimentos de longa duração, e avaliação de resultados. A análise de expressividade seguiu a fórmula da ponderação de substantivos e adjetivos e de verbos e advérbios para classificar o estilo de narrativa em descritivo ou dinâmico. Tal distinção não ficou clara em todos os eventos. Contudo, narrativas com estilo exclusivamente descritivo estavam associadas a relatos de eventos negativos que incluíam a avaliação de resultados. Os temas recolhidos confirmam a listagem usada em questionários sobre eventos marcantes. Entretanto, temas peculiares foram também apontados como intensamente significantes.

Última atualização da base de dados: 21/11/2024 18:57 (UTC)

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