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  • Vinculada ao Projeto “Medicalização em Goiás: investigações críticas na história e contemporaneidade de práticas e discursos biopsicossociais”, o presente artigo relata pesquisa referente ao drama da psiquiatrização docente na relação professor-aluno da rede municipal de Goiânia. O absenteísmo-doença de professores da educação básica, por razões médicas codificadas com o índice F do CID-10, mostra um contexto de precarização e de alienação do trabalho no capitalismo, com impactos na relação social entre docentes e estudantes. Discutimos as características apontadas dessa (e nessa) interação que desvelam a complexidade dialética do drama do adoecimento psíquico e das condições materiais da vivência laboral, com a análise qualitativa de fichas-síntese elaboradas a partir de prontuários de licenças médicas disponibilizados pela Junta Médica Municipal de Goiânia. Nosso referencial foi a Psicologia Histórico-Cultural tal como interpretada pela Clínica da Atividade de Yves Clot. Consideramos 35 fichas - de 109 analisadas - que se referem à relação professor-aluno no decorrer do processo de psiquiatrização docente. Em seguida, criamos categorias, rotuladas como queixas e desdobramentos, que revelam processos comuns no sofrimento desses docentes. Observamos que a presença de psicopatologias laborais se relaciona à precarização e à desapropriação do real da atividade pelo trabalhador. Consideramos que a doença é um processo socialmente constituído no âmago de um contexto histórico-social dialético, finalizando nossa pesquisa com destaque para a intervenção coletiva como recurso de enfrentamento à psiquiatrização, bem como subsidiando políticas públicas que visem a enfrentar a precarização laboral.

Última atualização da base de dados: 19/11/2024 08:21 (UTC)

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