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Apresentação oral na defesa da tese de doutorado Heterotopias Menores: delirando a vida como obra de arte, PPGPS-UERJ, 2011.
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O presente texto recolhe fragmentos de um percurso de pesquisa de pós-doutorado que toma a errância como dispositivo de abertura do corpo à experiência, ensejando ativar regimes sensíveis e práticas de si-mundo capazes de reencantar o corpo e a vida. A arte de Rosana Paulino e Lygia Clark sopra e ressoa as políticas/poéticas de encantamento e rasga a fina membrana colonial, deflagrando estados de corpo transfigurados pelas intensidades que o interpelam, numa expansão de si que ultrapassa a forma individual e conecta humanos e não-humanos numa única teia viva, como ensinam os indígenas.
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Esta tese se propõe a explorar as relações entre arte, loucura e polis a partir da aposta de que a vida possa ser permanentemente criada como obra de arte aberta às variações e diferenciações inerentes ao viver. Tal procedimento estético demanda a constituição de espaços-tempo heterotópicos, capazes de simultaneamente engendrar e abrigar contraposicionamentos às políticas de sujeição e controle contemporâneos. Para tanto, problematizamos as instituições arte, loucura e polis, extraindo, dessas formas estratificadas, virtualidades que possibilitem a emergência de modos menores, fazendo-as variar. Partimos da polis, dimensão imaterial e coletiva das cidades, ao mesmo tempo máquina abstrata de engendramento das formas que a habitam, a deslocam, a produzem e forma que a vida assume nesses territórios, para visibilizar como se engendram loucuras e artes de viver. Partimos de fragmentos históricos, literários e biográficos para pensar outros modos de habitar e tecer trajetórias na cidade, instando a tessitura de relações de criação de si e do mundo, por meio da invenção de espaços outros entre a loucura e a arte. Da loucura pensada por Foucault como positividade domesticada pelo saber médico, instauramos séries da experiência trágica ao fora e, deste, ao fluxo esquizo, proposto por Deleuze e Guattari para finalmente chegar a uma loucura menor, loucura que é antes dissolução das formas identitárias e estabilizadas e que materializa o delírio como dispositivo estético de criação de mundos. Finalmente, chegamos à arte, deslocando-a da dimensão de criação de objetos estéticos, para pensá-la como dimensão imanente ao próprio viver. Neste ponto nos valemos de Nietzsche, Deleuze e Foucault para pensar a vida como experimentação que resiste às armadilhas que a aprisionam em modelos préestabelecidos, vida que se cria a cada instante como obra de arte. Ativando, portanto, uma arte menor, arte de viver, damos corpo à proposição foucaultiana de uma estética da existência, procedimento por meio do qual se cria a si mesmo ao criar-se outro nas relações com o mundo. Procedimento, portanto, estético, ético e político. Instabilizadas e problematizadas as formas iniciais polis, loucura e arte , tomamos os casos Bispo do Rosário e Moacir para investigar, em suas trajetórias, como é possível do entrelaçamento entre elas, se constituírem estilizações da existência, de forma a fazer derivar o real e ficcionar modos de viver. Por fim, recorremos à poesia, delírio das palavras¸ para ensaiar possibilidades de criação de espaços-tempo singulares, heterotopias menores, espécies de utopias efetivamente realizadas, como afirma Foucault, que nos permitam fazer da vida obra de arte.
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O estágio supervisionado na graduação em Psicologia é o plano de experimentação coletiva que emerge como aposta de formação na encruzilhada entre clínica e arte. Uma prática clínica transdisciplinar que se aproxima da arte de Hélio Oiticica como “forma de atividade” onde “possa emergir uma coletividade” por meio de apostas que propiciem “estados de invenção”. Desse modo, afirmamos a dimensão estética da clínica por meio de dispositivos que engajem os estudantes na criação de si mesmos como terapeutas e na invenção de relações de cuidado singulares entre o próprio grupo e com os clientes. Tal direção nos aproxima de Foucault e suas proposições do cuidado de si e da estética da existência para tomar a formação do psicólogo como construção de um ethos. Arte, corpo e clínica se entrelaçam na constituição de uma experiência de formação que transita entre os planos intensivo e extensivo da existência e expressa os efeitos deste trânsito como criação de si, de objetos, de mundos ao experimentar ressonâncias, dissonâncias e partilhas.
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