A sua pesquisa
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Vladimir Solovyov (1853-1900), pensador russo, desenvolveu um sistema de pensamento, no qual não há distinção entre filosofia e religião, já que para ele não era possível enfocar o ser humano sem levar em conta a sua busca pelo divino. Solovyov nos auxilia a discutir a subjetividade humana a partir das concepções de historicidade e de sagrado como vértices organizadores do self. Neste trabalho, estaremos utilizando essas perspectivas a fim de discutirmos a subjetividade de Zé Leal, habitante do Morro Vermelho, Minas Gerais, usando entrevista feita por Prof. Dr. Miguel Mahfoud. Solovyov afirma que a singularidade de uma pessoa é a hipóstase da história da natureza humana. Zé Leal apresenta uma subjetividade em que essa perspectiva é flagrante. Nela o tempo é vivido existencialmente, de maneira que a história é sempre re-apresentada e resignificada pelas pessoas que fazem parte dela.
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A subjetivação do ser humano ocorre em presença de muitos. Cada ser humano é a singularização da história de seus ancestrais. Na atualidade, surgem psicopatologias decorrentes da ruptura do indivíduo com a sua história, não só transgeracional, mas também com a história humana. O re-estabelecimento da memória é questão vital na recuperação de detenções no processo de vir a ser do indivíduo. A clínica do self nos apresenta diferentes modalidades de memória: 1. Memória representada: elementos que representam a história de uma pessoa, articulados pela suas angustias e desejos; 2. Memória inconsciente: aspectos que se revelam na situação transferencial desvelando o reprimido; 3. Memória do não acontecido: situações que são pressentidas no curso da vida e que assinalam as necessidades ontológicas; 4. Memória étnica: formas sensoriais que constituíram a fundação do self e que enraízam a pessoa em uma determinada etnia.
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Esse estudo trata das relações entre a mística e a Psicanálise. No início, busca-se encontrar uma definição para conceitos centrais ao tema, como “espiritualidade”, “religião” e “religiosidade”. Em seguida, justifica-se a importância clinica de pesquisar o assunto, tendo em vista tanto uma preocupação com a conduta terapêutica de tais fenômenos quanto a compreensão de que a mística nos convida a refletir sobre os fundamentos da condição humana como um todo. Partindo da concepção clínica de Gilberto Safra e da divisão feita por William Parsons entre categorias de compreensão do tema, se abordará o tratamento da mística na clínica psicanalítica numa dupla perspectiva hermenêutica - em que ela pode ser compreendida enquanto fruto de dinâmicas psíquicas ou, ao contrário, como experiência de alteridade ontológica. Por fim, serão apresentados alguns dos diferentes modos pelos quais a mística foi abordada na história da Psicanálise, problema que leva a uma revisão e a um questionamento das fundações dos modelos antropológicos subjacentes às variadas perspectivas clínicas.
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Esse estudo pretende pensar na psicanálise enquanto uma prática clínica essencialmente compatível com certas características dos fenômenos místicos, o que lhe permite abordá-los clinicamente. Iniciamos o texto apresentando nossa compreensão de mística como um fenômeno de alteridade ontológica, ao contrário de uma produção subjetiva do ser humano. A partir disso, abordamos três características da psicanálise que a tornam relevantes para uma clínica dos fenômenos místicos: seu método apofático, sua prática de desconstrução identitária do “eu” e sua inscrição antropológica entre o universal e o particular. Finalizamos o estudo, dessa maneira, pensando na possível função clínica da psicanálise ao abordar a mística, a partir da ideia de adoecimentos espirituais.
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Esse artigo aborda o tema da infância e adolescência abandonadas no Estado de São Paulo, por meio de pesquisa que vem sendo realizada sobre o cuidado dispensado às crianças e adolescentes de uma instituição que funcionava no interior do Estado de São Paulo. A memória do trabalho realizado nessa instituição vem desaparecendo da vida da comunidade em meio a qual, ele surgiu. Essa pesquisa visa também o resgate de facetas da memória, da história da criança e do adolescente no Estado de São Paulo. Como método de pesquisa foi empregado a historiografia da ciência. Utilizou- se do procedimento de entrevistas de ex-funcionários e ex-internos, além do levantamento de fontes primárias, como documentos e jornais da época. A análise dos documentos revelou a existência de um projeto educacional bem sucedido, estabelecido em fundamentos claros, passíveis de execução e autossustentável, que sofreu processo de desmanche a partir da década de 70.
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Este trabalho apresenta uma modalidade de abordagem do fenômeno da violência pela via do horizonte propiciado na dimensão da ética. O propósito deste artigo consiste em examinar as relações entre ética e violência no que diz respeito a suas possíveis conseqüências psíquicas. A partir do modo como violência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca sua articulação com vários temas como força, poder, política, terror e burocracia. Será apontada e discutida a dimensão ética a partir de uma situação paradigmática para a reflexão posterior sobre a situação de violência e vulnerabilidade. Apresentamos uma posição quanto às relações entre ética e violência: estas não deveriam ser pensadas apenas a partir da concepção imediata da vítima mas deve-se ressaltar uma espécie de transmissão intergeracional e intercultural da vulnerabilidade. Isso é compatível com a repetição que se verifica em numerosas formas de violência em vários contextos culturais.
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Entre 2000 e 2024
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- Entre 2000 e 2009 (3)
- Entre 2010 e 2019 (3)