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  • Na conversa com Heliana, o trato. Eu, que tive um encontro bastante singular com Gregorio, faria algo heterodoxo, seguindo o fluxo do que a própria seção “biografia” da Revista Mnemosine convoca. A seção “biografia”, inangurada junto da revista, em 2004, é bastante plurívoca e chama a atenção por sua riqueza e versatilidade. De fato, não são cultos à personalidade, mas diversas trajetórias cruzadas, devidamente emaranhadas de historietas e afetos. Verdadeiras análises da implicação, se tomarmos isso como exposição do campo de forças. Histórias de família, de compositores, de militantes, de filósofos medievais, da própria saúde publica, de anônimos artistas encerrados em manicômios, de socioanalistas em suas visitas ao Brasil, do nosso careca mais querido, de atores, de loucos, de cantores, de psicanalistas militantes ousadas e incansáveis e outros tantos queridos e queridas argentino(a)s que habitaram esse pais e emprestaram seus nomes para designar um plano dispersivo de forças nesses artigos. Por seu amigo, mestre e analista, Émílio Rodrigué, Gregorio lhe escreveu uma biografia dos encontros e dos afetos, deixando assim a indicação de como gostaria de ser lembrado. Portanto, desviar dos excessivos personalismos reverentes para acessar a parcialidade do narrador e do narrado. Destarte, deixo o vasto conhecimento da vida e obra de Gregorio para suas próprias palavras e de seus comentadores. “Eu quero ser lembrado como uma pessoa esquecida”, dizia ele em vários momentos, aos mais chegados. Acho importante que o leitor, por motivo de seu falecimento, entre em contato com fragmentos de uma vida. Uma vida e não outra, essa que se singulariza, pelas escolhas, pelo cotidiano de uma tarde de café.

  • Este artigo tem por objetivo evidenciar e debater a noção de socius, conceito chave dentro da Esquizoanálise para pensar sua teoria da produção e reprodução social, utilizando-se do filme Matrix como um intercessor, incluindo suas diversas produções multimídias. Tomando como fio condutor, dentro do universo do longa-metragem, a estória da construção e desenvolvimento do software denominado matrix e sua relação com a humanidade, problematizamos o modo de funcionamento do sistema capitalista no contemporâneo, utilizando-nos do conceito das três sínteses, presente n’O Anti-Édipo. Mostramos de que modo a produção e reprodução dos vários socius não se encontram aprioristicamente determinados, como se fossem estruturas imutáveis e universais, mas, sim, estão em constante construção e reconstrução. Faz-se mister também destacar que a crítica pós-estruturalista da noção de estrutura não pode ser tomada erroneamente como se esta última tivesse desaparecido completamente e o sujeito fosse lançado em um campo puramente empírico.  Cabe a nós, sujeitos históricos e também em incessante constituição e reconstituição, pensar os embates sociais de nosso tempo, problematizando as estratégias de enfrentamento ao capitalismo assumindo o aspecto trágico do processo de produção maquínico da realidade.

Última atualização da base de dados: 09/03/2025 19:32 (UTC)

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