A sua pesquisa
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O início da criação do método clínico de Piaget é contada a partir de uma narrativa que cobre sua vida desde a infância até outubro de 1920, dividida em três partes. A primeira é o encontro com a filosofia no lago de Annecy, na França; a segunda é o encontro com a lógica e a matemática em Neuchâtel; a terceira é o contato com o modelo francês de psiquiatria e avaliação psicológica em Paris. No primeiro encontro, Piaget insere-se nos posicionamentos filosóficos que desenvolve no segundo encontro, cujas soluções experimentais busca no seu terceiro encontro. Defende-se que o trabalho de normatização e adaptação do teste de Burt para crianças parisienses que Piaget empreendeu a partir de janeiro de 1920 até meados de 1921 teve um papel fundamental para que encontrasse um método de pesquisa apto a permitir a investigação dos problemas de cunho epistemológico com que havia se deparado ainda em Neuchâtel.
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Pierre Janet (1859-1947) foi bastante debatido no início do século XX. A historiografia valoriza suas contribuições para a psicopatologia e, em menor grau, seu debate com Freud, com pouco espaço à sua Psicologia da Conduta, mencionada e discutida por personagens importantes. O presente trabalho recupera fontes primárias e secundárias, apresentando características do seu projeto psicológico. O pensamento psicológico janetiano tem caráter genético e funcionalista, apresentando as partes do funcionamento da mente como recapitulação da história evolutiva da espécie humana. O centro de sua teoria são as condutas, ações que incorporam elementos da vida mental, divididas em animais, intelectuais, médias e superiores. Outro conceito são as tendências, disposição do organismo vivo a efetuar uma ação determinada. Apesar da influência de suas ideias em teorias psicológicas, sua falta de interesse em fundar uma escola e atrair discípulos, junto de seu debate com Freud, levara as ideias de Janet a perpetuarem principalmente por via indireta.
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O presente estudo tem por objetivo principal desenvolver uma narrativa que mostre a influência do teste de inteligência de Cyril Burt na criação do método clínico de Jean Piaget, auxiliando na composição de conhecimentos deste assunto pouco estudado. Piaget estudou em Neuchâtel, Zurique e Paris antes de integrar o Instituto Jean-Jacques Rousseau em Genebra, no qual lançou seus primeiros livros, que o levaram a lugar de destaque na psicologia mundial. O presente trabalho faz uma comparação entre os dados disponíveis na literatura para recompor essa trajetória até o ponto decisivo de mudança no trabalho experimental de Piaget, que aconteceu em Paris, onde estudou o teste de inteligência de Cyril Burt. Conhecer os elementos da criação do Método Clínico é importante para compreender os fundamentos ontológicos e epistemológicos dos dados gerados por ele e suas consequências teóricas. Do contato com esse teste, Piaget sofreu três impactos determinantes para sua vida e obra. A primeira está ligada à tradução do teste, que ressaltou questões sobre parte/todo na linguagem das crianças. O segundo é a possibilidade de Piaget de observar dezenas de amostras do raciocínio explicado das crianças por elas mesmas, o que permitiu o ingresso das técnicas de observação da zoologia em sua psicologia. Por fim, as possibilidades de modificação e adaptação do teste, sua primeira experiência original em psicologia experimental, técnica que carregaria sua vida toda na constituição de seu Método Clínico.
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O método clínico piagetiano apresentou-se como uma nova forma de conduzir pesquisas experimentais com crianças no estudo da inteligência. Para investigar suas origens, conduziu-se um resgate histórico desde a adolescência de Piaget, passando pelos seus dias em Zurique até sua temporada na Salpêtrière, visando a resgatar as múltiplas condições de produção do método piagetiano, confrontando os dados biográficos, bibliográficos, autobiográficos e fontes primárias. Ao fim, é proposto um modelo de entendimento de como este autor produziu sua metodologia, fundamentado em três hipóteses que se complementam, a saber, o contato com o teste de Burt, a metodologia piagetiana de pesquisa em malacologia e o método psiquiátrico francês. Conclui-se que o método não é tributário efetivamente de nenhum modelo isoladamente, mas se constitui na assimilação de ideias e acomodações da prática, o que aproxima a origem do método à Teoria da Equilibração, colocando o método clínico como uma espécie de autobiografia intelectual.
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A expressão psicologia francófona designa uma série de saberes e práticas psicológicas que foram desenvolvidas em países cujo idioma principal é o francês, ou por autores que desenvolveram suas ideias neste idioma. Sua conceituação, apesar de bastante ampla, agrupa muitos atores que foram relevantes para a constituição da psicologia no Brasil, através de diversos meios. Contata-se, contudo, que poucos materiais em português foram publicados no Brasil após os anos 1950 sobre vários dos atores da psicologia francófona, de modo que permanecem, em diferentes graus, desconhecidos dos profissionais da psicologia e, muitas vezes, até mesmo dos historiadores. Este trabalho pretende auxiliar no preenchimento desta lacuna ao elaborar biografias de cinco autores francófonos do final do século XIX, importantes para a compreensão da psicologia brasileira: Paul Janet, Théodule Ribot, Henri Beaunis, Alfred Binet e Pierre Janet. Conclui-se que o conceito geral é bastante plural, de modo que as recepções e apropriações destes atores no Brasil ainda estão por ser melhor analisados.
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O ensino de história da psicologia é uma área ainda incipiente no contexto brasileiro. Este trabalho apresenta uma modalidade inovadora para o campo, ao mesmo tempo que produz extensão e difusão da cultura científica. Trata-se da criação de verbetes em contexto de graduação e sua posterior publicação em uma enciclopédia eletrônica de tipo wiki, a WikiHP. Esta é parte do programa de extensão Portal História da Psicologia, que alia a produção de verbete a outros produtos de extensão. A iniciativa tem se mostrado bem-sucedida e sua experiência pode ser replicada e adaptada para o ensino de outras ciências.
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Artigo sobre a vida e a obra de Wlhelm Wundt criado em colaboração com o ChatGPT, versão 3.5 de janeiro de 2023
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As histórias mais influentes da psicologia tendem a adotar a perspectiva de um centro específico de desenvolvimento psicológico, na maioria das vezes os EUA, com os desenvolvimentos em outros locais formando uma espécie de periferia. Conceitualizações e práticas favorecidas pelas condições sociais do centro são tratadas como princípios fundamentais universalmente válidos da disciplina, enquanto o conhecimento que emerge na periferia é frequentemente reconhecido apenas com significância local. Mais recentemente, este modelo tornou-se difícil de se sustentar, e a história do campo é mais facilmente observada se for em termos de uma interação entre vários centros focais. Tal perspectiva leva a uma análise da forma como a geração, transmissão e aplicação do conhecimento psicológico tem sido moldada pelas relações de poder, bem como por preconceitos e barreiras culturais. Uma história policêntrica tem uma relevância considerável para os desenvolvimentos atuais no âmbito da disciplina.
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Comunicação de 1910 sobre as definições de idiotia e imbecilidade na literatura psiquiátrica da época
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