A sua pesquisa
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A Epistemologia Genética de Jean Piaget é uma das teorias mais importantes acerca do conhecimento. Esta teoria tem influência determinante nos sistemas de educação pública de diversos países, incluindo o do Brasil. Apesar da grande quantidade de publicações sobre os mais diversos aspectos desta teoria, é bem menor o volume de trabalhos sobre sua história, e menor ainda sobre a formação de seu método de pesquisa, o Método Clínico. A presente pesquisa tem por objetivo mostrar o início da gênese do método de Piaget, especialmente no período entre 1920 e 1922. Para tal, foram localizados os protocolos de pesquisa do próprio Piaget disponíveis nos Archives Jean Piaget, em Genebra. Os documentos foram fotografados e analisados, o que inclui sua leitura e identificação das informações mais relevantes. Os dados obtidos foram convertidos em resumos, quadros e gráficos. A narrativa construída para mostrar a forma como Piaget construiu seu método é baseada nos pressupostos teóricos propostos por Bruno Latour e a Teoria Ator-Rede. Nele, são recusadas histórias que tomam o cientista por herói ou a submissão de seus trabalhos a meros constrangimentos sociais, para produzir uma história onde humanos e não-humanos tem uma ação, e é a ação destes que compõe a história da gênese do Método. A análise dos protocolos permitiu a divisão do intervalo entre janeiro de 1920 e dezembro de 1922 em três partes. No primeiro período, ainda trabalhando em Paris, Piaget utiliza os resultados obtidos da padronização francesa do teste de Burt, uma tarefa designada a ele por Simon, para obter novos dados sobre o raciocínio. No segundo período, Piaget inicia a modificação de testes e provas psicológicas correntes à sua época para expandir suas pesquisas, se valendo de um novo inquérito já semelhante ao que seria utilizado no Método Clínico. No terceiro período, que se passa integralmente em Genebra, Piaget tem uma explosão criativa com vários métodos originais. Neste período também se observa um direcionamento de pesquisa muito mais claro e preciso. O trabalho conclui que são necessários mais estudos para a utilização dos pressupostos filosóficos da Teoria Ator-Rede nos estudos em história da psicologia, que Piaget foi fortemente influenciado pelo contato com o teste de Burt, o que possibilitou ao genebrino aliar seus estudos sobre lógica e as técnicas de observação que aprendera em seu treinamento como biólogo com a psicologia experimental, e que estas alianças permitiram a criação do Método Clínico. Este, por sua vez, é resultado de uma incorporação acumulativa de técnicas, tanto originais quanto adaptadas, desenvolvidas por Piaget ao longo de um tempo de maturação.
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A Epistemologia Genética de Jean Piaget é uma das teorias mais importantes acerca do conhecimento. Esta teoria tem influência determinante nos sistemas de educação pública de diversos países, incluindo o do Brasil. Apesar da grande quantidade de publicações sobre os mais diversos aspectos desta teoria, é bem menor o volume de trabalhos sobre sua história, e menor ainda sobre a formação de seu método de pesquisa, o Método Clínico. A presente pesquisa tem por objetivo mostrar o início da gênese do método de Piaget, especialmente no período entre 1920 e 1922. Para tal, foram localizados os protocolos de pesquisa do próprio Piaget disponíveis nos Archives Jean Piaget, em Genebra. Os documentos foram fotografados e analisados, o que inclui sua leitura e identificação das informações mais relevantes. Os dados obtidos foram convertidos em resumos, quadros e gráficos. A narrativa construída para mostrar a forma como Piaget construiu seu método é baseada nos pressupostos teóricos propostos por Bruno Latour e a Teoria Ator-Rede. Nele, são recusadas histórias que tomam o cientista por herói ou a submissão de seus trabalhos a meros constrangimentos sociais, para produzir uma história onde humanos e não-humanos tem uma ação, e é a ação destes que compõe a história da gênese do Método. A análise dos protocolos permitiu a divisão do intervalo entre janeiro de 1920 e dezembro de 1922 em três partes. No primeiro período, ainda trabalhando em Paris, Piaget utiliza os resultados obtidos da padronização francesa do teste de Burt, uma tarefa designada a ele por Simon, para obter novos dados sobre o raciocínio. No segundo período, Piaget inicia a modificação de testes e provas psicológicas correntes à sua época para expandir suas pesquisas, se valendo de um novo inquérito já semelhante ao que seria utilizado no Método Clínico. No terceiro período, que se passa integralmente em Genebra, Piaget tem uma explosão criativa com vários métodos originais. Neste período também se observa um direcionamento de pesquisa muito mais claro e preciso. O trabalho conclui que são necessários mais estudos para a utilização dos pressupostos filosóficos da Teoria Ator-Rede nos estudos em história da psicologia, que Piaget foi fortemente influenciado pelo contato com o teste de Burt, o que possibilitou ao genebrino aliar seus estudos sobre lógica e as técnicas de observação que aprendera em seu treinamento como biólogo com a psicologia experimental, e que estas alianças permitiram a criação do Método Clínico. Este, por sua vez, é resultado de uma incorporação acumulativa de técnicas, tanto originais quanto adaptadas, desenvolvidas por Piaget ao longo de um tempo de maturação.
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O início da criação do método clínico de Piaget é contada a partir de uma narrativa que cobre sua vida desde a infância até outubro de 1920, dividida em três partes. A primeira é o encontro com a filosofia no lago de Annecy, na França; a segunda é o encontro com a lógica e a matemática em Neuchâtel; a terceira é o contato com o modelo francês de psiquiatria e avaliação psicológica em Paris. No primeiro encontro, Piaget insere-se nos posicionamentos filosóficos que desenvolve no segundo encontro, cujas soluções experimentais busca no seu terceiro encontro. Defende-se que o trabalho de normatização e adaptação do teste de Burt para crianças parisienses que Piaget empreendeu a partir de janeiro de 1920 até meados de 1921 teve um papel fundamental para que encontrasse um método de pesquisa apto a permitir a investigação dos problemas de cunho epistemológico com que havia se deparado ainda em Neuchâtel.
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Tradução de RATCLIFF, Marc J. Raccourci analogique et reconstruction microhistorique. Les origines du laboratoire de psychologie expérimentale de Genève en 1892. Em: CHAMBOST, Anne-Sophie. Revue d’histoire des sciences humaines, n.29, 2016. Tradutor: André Elias Morelli Ribeiro, Universidade Federal do Amapá.
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O presente estudo tem por objetivo principal desenvolver uma narrativa que mostre a influência do teste de inteligência de Cyril Burt na criação do método clínico de Jean Piaget, auxiliando na composição de conhecimentos deste assunto pouco estudado. Piaget estudou em Neuchâtel, Zurique e Paris antes de integrar o Instituto Jean-Jacques Rousseau em Genebra, no qual lançou seus primeiros livros, que o levaram a lugar de destaque na psicologia mundial. O presente trabalho faz uma comparação entre os dados disponíveis na literatura para recompor essa trajetória até o ponto decisivo de mudança no trabalho experimental de Piaget, que aconteceu em Paris, onde estudou o teste de inteligência de Cyril Burt. Conhecer os elementos da criação do Método Clínico é importante para compreender os fundamentos ontológicos e epistemológicos dos dados gerados por ele e suas consequências teóricas. Do contato com esse teste, Piaget sofreu três impactos determinantes para sua vida e obra. A primeira está ligada à tradução do teste, que ressaltou questões sobre parte/todo na linguagem das crianças. O segundo é a possibilidade de Piaget de observar dezenas de amostras do raciocínio explicado das crianças por elas mesmas, o que permitiu o ingresso das técnicas de observação da zoologia em sua psicologia. Por fim, as possibilidades de modificação e adaptação do teste, sua primeira experiência original em psicologia experimental, técnica que carregaria sua vida toda na constituição de seu Método Clínico.
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O método clínico piagetiano apresentou-se como uma nova forma de conduzir pesquisas experimentais com crianças no estudo da inteligência. Para investigar suas origens, conduziu-se um resgate histórico desde a adolescência de Piaget, passando pelos seus dias em Zurique até sua temporada na Salpêtrière, visando a resgatar as múltiplas condições de produção do método piagetiano, confrontando os dados biográficos, bibliográficos, autobiográficos e fontes primárias. Ao fim, é proposto um modelo de entendimento de como este autor produziu sua metodologia, fundamentado em três hipóteses que se complementam, a saber, o contato com o teste de Burt, a metodologia piagetiana de pesquisa em malacologia e o método psiquiátrico francês. Conclui-se que o método não é tributário efetivamente de nenhum modelo isoladamente, mas se constitui na assimilação de ideias e acomodações da prática, o que aproxima a origem do método à Teoria da Equilibração, colocando o método clínico como uma espécie de autobiografia intelectual.
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A expressão psicologia francófona designa uma série de saberes e práticas psicológicas que foram desenvolvidas em países cujo idioma principal é o francês, ou por autores que desenvolveram suas ideias neste idioma. Sua conceituação, apesar de bastante ampla, agrupa muitos atores que foram relevantes para a constituição da psicologia no Brasil, através de diversos meios. Contata-se, contudo, que poucos materiais em português foram publicados no Brasil após os anos 1950 sobre vários dos atores da psicologia francófona, de modo que permanecem, em diferentes graus, desconhecidos dos profissionais da psicologia e, muitas vezes, até mesmo dos historiadores. Este trabalho pretende auxiliar no preenchimento desta lacuna ao elaborar biografias de cinco autores francófonos do final do século XIX, importantes para a compreensão da psicologia brasileira: Paul Janet, Théodule Ribot, Henri Beaunis, Alfred Binet e Pierre Janet. Conclui-se que o conceito geral é bastante plural, de modo que as recepções e apropriações destes atores no Brasil ainda estão por ser melhor analisados.
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Pierre Janet (1859-1947) foi bastante debatido no início do século XX. A historiografia valoriza suas contribuições para a psicopatologia e, em menor grau, seu debate com Freud, com pouco espaço à sua Psicologia da Conduta, mencionada e discutida por personagens importantes. O presente trabalho recupera fontes primárias e secundárias, apresentando características do seu projeto psicológico. O pensamento psicológico janetiano tem caráter genético e funcionalista, apresentando as partes do funcionamento da mente como recapitulação da história evolutiva da espécie humana. O centro de sua teoria são as condutas, ações que incorporam elementos da vida mental, divididas em animais, intelectuais, médias e superiores. Outro conceito são as tendências, disposição do organismo vivo a efetuar uma ação determinada. Apesar da influência de suas ideias em teorias psicológicas, sua falta de interesse em fundar uma escola e atrair discípulos, junto de seu debate com Freud, levara as ideias de Janet a perpetuarem principalmente por via indireta.
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Artigo sobre a vida e a obra de Wlhelm Wundt criado em colaboração com o ChatGPT, versão 3.5 de janeiro de 2023
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As histórias mais influentes da psicologia tendem a adotar a perspectiva de um centro específico de desenvolvimento psicológico, na maioria das vezes os EUA, com os desenvolvimentos em outros locais formando uma espécie de periferia. Conceitualizações e práticas favorecidas pelas condições sociais do centro são tratadas como princípios fundamentais universalmente válidos da disciplina, enquanto o conhecimento que emerge na periferia é frequentemente reconhecido apenas com significância local. Mais recentemente, este modelo tornou-se difícil de se sustentar, e a história do campo é mais facilmente observada se for em termos de uma interação entre vários centros focais. Tal perspectiva leva a uma análise da forma como a geração, transmissão e aplicação do conhecimento psicológico tem sido moldada pelas relações de poder, bem como por preconceitos e barreiras culturais. Uma história policêntrica tem uma relevância considerável para os desenvolvimentos atuais no âmbito da disciplina.
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Comunicação de 1910 sobre as definições de idiotia e imbecilidade na literatura psiquiátrica da época
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O conceito “história policêntrica da psicologia” foi originalmente utilizado por Kurt Danziger e, desde então, tem sido adotado por outros historiadores da psicologia. O artigo faz uma introdução a esta perspectiva. A tendência à internacionalização da psicologia implicou que a história da psicologia norte-americana pudesse ser complementada com outras histórias locais. A história policêntrica contrasta com esta abordagem, pois se preocupa com as inter-relações entre os centros, e não pelos centros considerados isoladamente. O artigo finaliza com alguns exemplos de história que têm sido escritos a partir de uma perspectiva policêntrica.
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Produzir um verbete sobre história da psicologia para a enciclopédia online, a Wikipédia, tem se mostrado mais problemático do que se poderia esperar. Especificamente, alguém que usa o nome “Jagged_85” na internet inseriu afirmações no intuito de mostrar que a maior parte dos grandes desenvolvimentos da história da psicologia tem suas origens no mundo árabe medieval. Afirmações similares e pelo menos uma tentativa de desafiar estas afirmações apareceram na literatura profissional. Também foi publicada uma edição especial da newsletter online, Advances in the History of Psychology voltada para essa temática, sob o título Presentismo a serviço da diversidade? [tradução nossa]. O termo “presentismo” tem vários significados, mas usualmente se refere à ideia de indicar visões do presente sobre o passado, ao invés de fazer uma tentativa séria de entender como as próprias figuras históricas entendiam o mundo. O presente artigo endossa a visão de que as afirmações de autores como “Jagged_85” constituem presentismo, conforme o entendimento do senso comum. O artigo também oferece sugestões sobre como chegar à diversidade sem este tipo de presentismo.
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