A sua pesquisa

Em autores ou colaboradores
  • Frente aos problemas de saúde apresentados na universidade pública nos dias atuais, somos forçadas a repensar a formação dos alunos de psicologia. Visando propor uma formação mais baseada na experiência compartilhada do que na transmissão de informação, criamos dois dispositivos: uma oficina de experimentação corporal e estética e um caderno coletivo. Os dispositivos foram propostos numa disciplina eletiva sobre Arte e Psicologia oferecida no curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nosso objetivo neste texto é apresentar o processo de criação destes dispositivos, analisando e acompanhando alguns de seus efeitos. Para isso realizamos uma pesquisa-intervenção baseada no método da cartografia. Concluímos que a exposição do corpo e a escrita coletiva abriram espaço para a exposição da vulnerabilidade e do sofrimento dos estudantes. Acontecimentos e temas partilhados produziram participação e a experiência do cuidado no processo de formação, fazendo surgir novos modos de habitar a universidade.

  • O ingresso de alunos com deficiência nas universidades públicas pelo sistema de cotas foi estabelecido com a lei 13.409 e desde 2018 a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem recebendo esses estudantes. Para além do desenvolvimento de dispositivos pedagógicos que garantam a acessibilidade desses alunos, coloca-se o problema das relações com professores, bem como entre alunos com e sem deficiência. Um dos problemas é a presença do capacitismo, que se manifesta em atitudes preconceituosas e práticas de opressão em relação às pessoas com deficiência. Uma formação universitária fundada na aquisição de competências e habilidades pode concorrer para que a política cognitiva capacitista seja perpetuada e mesmo acirrada. O conceito de formação inventiva (DIAS, 2011;2012) vai contra a lógica da capacitação e visa produzir outras políticas de cognição por meio de diferentes estratégias e dispositivos de formação. O objetivo do artigo é analisar a experiência de estudantes de iniciação científica e estagiárias em oficinas de formação inventiva no contexto de projetos de pesquisa-intervenção e de extensão com pessoas com deficiência. O estudo utiliza o método da cartografia (DELEUZE, GUATTARI, 1995; ROLNIK, 2006; PASSOS, KASTRUP e ESCÓSSIA, 2009; PASSOS, KASTRUP e TEDESCO, 2014) e analisa diários de campo, com ênfase na narrativa de encontros dos estudantes com pessoas com deficiência. O estudo identifica experiências de problematização da imagem da deficiência como incapacidade, analisa o papel do corpo aprendiz e das experiências multissensoriais em oficinas de formação inventiva, indicando possíveis deslocamentos na política cognitiva capacitista.

Última atualização da base de dados: 25/11/2024 08:06 (UTC)

Explorar

Tipo de recurso