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  • Vivemos um período da história que tem se caracterizado por muitas mudanças no mundo em favor de movimentos ultraconservadores e retrógrados. Tempos sombrios também marcados por uma pandemia que, a cada dia, tem matado mais e mais pessoas, além de colocar nós, educadores, em uma situação vulnerável, não só fisicamente, mas também uma vulnerabilidade que nos inquieta, nos aprisiona e apequena nossas almas, nossos afetos, nossas alegrias e nossos ideais. Na educação, a lógica obscurantista dos tempos atuais se faz ver através de programas que defendem princípios antidemocráticos, privatistas, mercadológicos, individualistas, competitivos, meritocráticos, excludentes e autoritários. Incentivam-se os discursos de perseguição, desqualificação, violência e ódio contra educadores e estudantes que, de modo heroico, continuam resistindo re-existindo, fazendo da escola pública um espaço-tempo de luta e alteridade. Como pesquisadores e pesquisadoras da Educação, uma das maneiras que temos encontrado para fortalecer os movimentos e as lutas dos praticantes das escolas públicas é pela afirmação de sua dimensão democrática e, ao mesmo tempo, por nos opormos ao estado de degradação do humano, às tentativas de anulação da diferença e ao extermínio dos diferentes que temos vivido. Assumimos, com Espinosa, a ideia de que o conhecimento é o mais potente dos afetos e, assim, potencializar escritos que apostem na força dos corpos coletivos dos cotidianos das escolas como possíveis de criação de uma vida bonita, como defende Foucault. Assim, os capítulos deste livro afirmam possibilidades de se produzir um conhecimento ético, estético e político com e para as escolas públicas e seus praticantes, isto é, um conhecimento assumido como forma de luta e de afirmação da escola pública.

Última atualização da base de dados: 25/11/2024 08:06 (UTC)

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