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  • É comum, em nossos dias, nos deparamos com enunciados do tipo: ‘O que está acontecendo conosco?’; ‘Onde vamos parar?’; ‘Do jeito que está não dá!’ Cada um deles, a seu modo, oferece indícios de que mudanças, dos mais variados matizes, estão em curso e elas surpreendem pelas mais diversas vias: seja pela sua emergência abrupta, seja pelo incômodo que geram, seja, ainda, por nossa dificuldade de acolhê-la e lhes dar sustentação. Assim, o desafio de produzir algum tipo de compreensão sobre o vivido, traçando diagnósticos sobre o presente, foi assumido por este grupo de pesquisadores filiados às áreas da Psicologia, Filosofia, Educação, História e Publicidade, e que estão atentos à transformação social e a seus efeitos subjetivos em nossas vidas. Adotando uma inspiração foucaultiana, os autores seguiram os passos desse pensador que, ao comentar sobre suas obras, afirmou: “... procuro diagnosticar, realizar um diagnóstico do presente: dizer o que somos hoje e o que significa, hoje, dizer o que nós dizemos”(FOUCAULT, 1967). Se algum diagnóstico sobre o presente é possível, isto se deve ao próprio modo de operá-lo: sempre provisório, parcial, perspectivo, e, até mesmo, enviesado. Precisamente por isso, o traçado de análises diagnósticas sobre o presente não pode se comprometer com uma verdade, absoluta e imutável. Seu mérito é tomar em consideração as turbulências e tensões de nossas vidas, que são múltiplas. Uma vez que os enunciados acima mencionados estão se disseminando no social, coube a tarefa de sustentar, com paciência e insistência, as forças emergentes nesse campo problemático que se configura no presente, desenhando diagnósticos parciais sobre os modos de viver que estamos ajudando a construir.

Última atualização da base de dados: 19/11/2024 09:57 (UTC)

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