A sua pesquisa
Resultados 13 recursos
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O artigo estuda um grupo de cartas elaboradas no âmbito da Companhia de Jesus: as Litterae Indipetae, pelas quais jovens jesuítas pedem ao Superior geral da Companhia para servirem nas Missões. As Indipetae transmitem a particularidade da vivência de cada autor, na busca de explicitar suas motivações quanto ao desejo de ir atuar nos contextos missionários do além-mar. Configura-se assim a grande riqueza desta documentação do ponto de vista psicológico. Nossa hipótese é a de que tais fontes carregam significativos conteúdos de elaboração pessoal, tendo em vista a definição do próprio projeto de vida. O recorte espaço temporal de nossa análise compreende dois grupos de cartas elaboradas por jesuítas italianos respectivamente no século XVII (período da Antiga Companhia), XIX e XX (período da Nova Companhia). Os resultados da análise apontam para aspectos de continuidade e descontinuidade e evidenciam na vontade o motor principal do processo subjetivo documentado na narrativa.
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O objeto do artigo é a novela alegórica História do Predestinado Peregrino e de seu irmão Precito escrita no Brasil pelo jesuíta Alexandre de Gusmão e publicada em 1682, tendo várias reedições. Gusmão ocupou na Companhia de Jesus funções importantes dentre os quais a direção de um Colégio próximo da cidade de Salvador. A hipótese proposta é a de que a novela veicula no Brasil conteúdos e métodos dos Exercícios espirituais de Inácio de Loyola. O texto segue também as orientações da Ratio Studiorum. Portanto, Gusmão teria concebido a novela como importante veículo de circulação dos exercícios inacianos. Além disto, mostra-se que a novela foi texto pioneiro escrito com o objetivo pedagógico de iniciar à leitura o público brasileiro: para esta iniciação, a novela sugere um método de leitura orientado pelos Exercícios inacianos.
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O artigo apresenta uma fonte histórica muito significativa no âmbito do gênero autobiográfico: as obras Liber de propria vita e Liber de libris propriis, do médico, matemático, astrólogo e pensador italiano Girolamo Cardano (1501-1576). O objetivo é analisar nelas o conhecimento de si mesmo elaborado pelo autor. A análise foi conduzida pelo método histórico conceitual, evidenciando-se os principais tópicos discutidos e suas significações à luz do universo sociocultural e histórico. Os resultados apontam para a complexidade do conhecimento construído pelo autor, que compreende a descrição de suas características físicas e psicológicas (incluindo os sonhos), o encadeamento dos fatos principais de sua história biográfica, a descrição de sua complexa personalidade construída com base em uma interpretação de si mesmo, à luz da identificação de suas motivações fundamentais.
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A presente nota de pesquisa consiste na apresentação de um modelo de criação e disponibilização de um arquivo de documentos em História dos Saberes Psicológicos e da Psicologia no Brasil, a partir da organização e classificação do arquivo pessoal de Marina Massimi, professora e pesquisadora na área. A execução deste trabalho visou facilitar o acesso de pesquisadores e estudantes, bem como da própria pesquisadora às informações contidas neste fundo documental. Buscou-se ordenar estes documentos históricos de forma prática e simples, de modo a possibilitar a continuidade de sua organização, uma vez que se trata de um arquivo ativo. Pelo fato de Massimi atuar na área de História da Psicologia e História dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira, seu arquivo constitui um vasto fundo documental formado ao longo de suas atividades de pesquisas desenvolvidas em arquivos do Brasil e do exterior, dentre os quais podemos citar as Bibliotecas Vaticana, Casanatense, Ambrosiana; a Biblioteca de Milão; a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, de Porto, Braga e Lisboa; as antigas Bibliotecas da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Direito de São Paulo; a Biblioteca Nacional, a Biblioteca do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro; a Biblioteca da Casa dos Bispos de Mariana e outros acervos mineiros, etc. O acervo contém, assim, fontes documentais raras e significativas para as áreas citadas, distribuídas entre correspondências, peças de oratória, tratados, catálogos, cartas indipetae e outros. Por tratar-se de um trabalho em andamento, o presente artigo limita-se à descrição da organização do primeiro grupo de documentos pertencentes a este acervo: o grupo de documentos textuais.
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Este artigo descreve um trabalho de organização, com vistas à preservação da correspondência epistolar do neurofisiologista Miguel Rolando Covian, e tem como objetivo destacar a necessidade de atenção a este gênero de fontes enquanto documentos históricos. As correspondências epistolares trazem em seus conteúdos informações de caráter íntimo e pessoal que adentram o campo das questões éticas e as colocam sob proteção legal por determinado período de tempo. Assim, os cuidados com a preservação destes documentos são fundamentais, por se tratar de fontes primárias originais que necessitam ser preservadas em condições apropriadas mesmo enquanto se encontram em acesso restrito. Miguel Rolando Covian foi um neurofisiologista argentino que chegou ao Brasil em 1955 para assumir o então recém-criado Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. À frente deste Departamento, elevou-o a um nível de reconhecimento nacional e internacional, um centro de excelência em pesquisa no Brasil e no mundo. Culto e profundo conhecedor de filosofia, comunicava-se com amigos e cientistas de diversas regiões do mundo. A correspondência epistolar de Covian guarda em seu conteúdo inúmeras possibilidades de pesquisas no campo histórico; porém, sendo ele um cientista, um foco maior incide sobre a História das Ciências, com destaque para a História da Medicina, da Biologia, da Psicologia e da Neurofisiologia.
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O objetivo do artigo é evidenciar traços da concepção agostiniana de temporalidade presentes em obras de autores da cultura brasileira colonial. O estudo, desenvolvido na perspectiva da história dos saberes psicológicos, propõe uma resenha à luz do tema agostiniano da temporalidade dos textos dos autores escolhidos para análise: Antônio Vieira, Alexandre de Gusmão e Nuno Marques Pereira. Neles, a análise evidencia a presença das quatro dimensões agostinianas da temporalidade: a diferença entre tempo e eternidade; o tempo psicológico; o tempo moral e o tempo histórico. Evidencia também a relação entre a noção de temporalidade e o dinamismo pessoal. Fica clara, portanto, a presença de aspectos do pensamento de Agostinho na concepção da temporalidade dos referidos autores.
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Historiadores do presente utilizam diversas fontes para reconstruir o passado. Através da história oral podem, inclusive, elaborar os documentos que irão analisar. Este artigo apresenta três pesquisas que utilizaram a metodologia da história oral aplicada a três diferentes objetos: 1) o reconhecimento da importância de uma psicóloga brasileira, 2) a percepção do trabalho realizado por funcionários em instituições de educação infantil e 3) a ressignificação da experiência de um judeu sobrevivente da Segunda Guerra Mundial por seus descendentes. Ao dar enfoque às pessoas em seus contextos sociais e culturais próprios, cada trabalho produziu uma escrita histórica que valoriza diversos aspectos da cultura e das relações interpessoais, reconhecendo que o indivíduo é sujeito de um processo histórico. As três pesquisas evidenciam a fecundidade do uso da história oral para a valorização da memória dos entrevistados e para a elaboração de documentos que podem auxiliar na construção do presente e do futuro.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (10)
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