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O presente artigo analisa o emprego da metáfora do coração em sermões pregados no Brasil no período colonial, buscando apreender seu significado e função no universo cultural da época e no âmbito da tradição ocidental. O coração adquire um papel especialmente relevante tendo em vista seu lugar central na vida espiritual, segundo a perspectiva bíblica, e tendo em vista sua dimensão de interface entre a dimensão somática e a dimensão psicológica, dimensão esta ressaltada pela ciência médica e pela antropologia filosófica. Em virtude do fato de expressar as três dimensões fundamentais da pessoa humana, o coração torna-se então o órgão mais representativo do ponto de vista antropológico e teológico. O pregador encarrega-se de transmitir esse conhecimento acerca do coração e também se coloca como médico de suas enfermidades.
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O artigo aborda a função e atuação do dinamismo psíquico na recepção da imagem, segundo algumas importantes teorias filosóficas disponíveis no universo cultural do período clássico, da Idade Média e da Idade Moderna no Ocidente, inclusive no Brasil: as teorias de Aristóteles, Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino. Evidencia a importância desses alicerces para as discussões acerca dos conceitos de imagem e da imaginação tomados como processo psíquico, na modernidade e também para suas aplicações no âmbito da teologia e da retórica sacra. Mostra que nessas teorias o funcionamento do fenômeno psíquico da imaginação é tomado de modo integrado aos demais processos; dos sentidos, da memória e do entendimento, dos afetos e da vontade, que é elemento indispensável no percurso do conhecimento, e que sempre é referido à imagem, em suas múltiplas dimensões sugeridas pelo específico universo cultural.
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O artigo descreve os procedimentos metodológicos utilizados na área dos estudos históricos em psicologia, apontando para suas derivações dos métodos da historiografia geral e da história das ciências, por um lado, e para as interações entre ciências humanas, psicologia e historiografia, de outro. Aponta como a história da psicologia, nas duas vertentes de história dos saberes psicológicos e de história da psicologia científica, nasce neste terreno. Nesse âmbito, discute: as relações entre o trabalho histórico e a preservação e a memória; a existência de diversas abordagens metodológicas dependentes da diversidade dos objetos escolhidos; a importância das fontes e de seus gêneros como ferramentas básicas da pesquisa. Por fim, discute as modalidades de escrita da história da psicologia.
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O artigo aborda o tema da memória como proposto num sermão de Vieira (1654), buscando reconstruir as matrizes conceituais (a concepção de memória de Agostinho e de Bernardo) e práticas (a tradição da ortopraxis desenvolvida nas comunidades monásticas na Idade Média). Para ambos, a memória é concebida como processo ativo e abrangente, intimamente associada à emoção e à imaginação: não apenas rememora, mas organiza experiências e conceitos segundo um esquema norteado por lugares e percursos, tornando-os disponíveis para a invenção e a construção cognitiva.
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O artigo analisa imagens e metáforas construídas com base na experiência sensorial em sermões e narrativas de cerimônias no Brasil colonial, elaborações retóricas destinadas à transmissão de conhecimentos e práticas junto à população pela comunicação oral e baseadas nos métodos da retórica clássica e da correspondente teoria do conhecimento (Aristoteles, Cícero e Agostinho de Hipona) A pesquisa é realizada segundo o método histórico. A hipótese é que o uso de imagens pertinentes à experiência sensorial tinha a função de impressionar os ouvintes remetendo-os a vivências do seu cotidiano (conforme o preceito retórico da accommodatio), sendo parte de um processo de elaboração do conhecimento com fundamento sensorial. Os resultados evidenciam a importante função atribuída às potências psíquicas sensoriais pela retórica utilizada no Brasil do período colonial aplicada para a construção dos sermões ou no preparo das celebrações e representações na ocasião de datas importantes da vida civil e religiosa e na elaboração de suas narrativas.
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Este artigo busca refletir sobre a contribuição dos intelectuais jesuítas no dsenvolvimento dos saberes sobre o psiquismo humano especificamente à história dos saberes psicológicos. Deve-se destacar a contribuição da Companhia de Jesus à criação de formas, métodos e justificativas de um tipo de conhecimento da subjetividade e do comportamento humanos que darão origem à Psicologia moderna.
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O trabalho apresenta novas questões e abordagens metodológicas na área de história dos saberes psicológicos. Discute-se a pertinência de se realizar estudos deste tipo no âmbito da cultura brasileira, evidenciando a relevância desta abordagem para que a construção dos saberes e práticas psicológicas no Brasil de hoje aconteça em harmonia com as características peculiares da cultura e da sociedade brasileira. Do ponto de vista metodológico, enfatiza-se a necessidade de considerar o fato que as fontes utilizadas para a reconstrução histórica pertencem a gêneros específicos. Por fim, coloca-se a possibilidade de construir diferentes narrativas históricas a partir de diferentes abordagens metodológicas.
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O artigo visa entender as relações entre a potência psíquica do "engenho", algumas qualidades temperamentais específicas e as funções a serem exercidas pelo indivíduo possuidor destas características delineadas nos Catálogos da Companhia de Jesus ao longo dos séculos XVII e XVIII. Evidencia a presença destas associações como lugar-comum na literatura jesuítica da época, a importância do engenho como qualidade exigida para exercer ministérios relevantes na Ordem, e necessidade do indivíduo possuir uma complexão física adequada a estas exigências.
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Pretende-se evidenciar, numa perspectiva multidisciplinar e histórica, o processo que transformou o destinatário da persuasão - de sujeito ativo e crítico em consumidor passivo do produto. Na história da cultura ocidental, opõem-se duas concepções diversas do processo da persuasão: de um lado, entende-se que esta deva proporcionar uma experiência ao sujeito concebido como receptor ativo e intencional dos estímulos advindos do mundo externo, corpo vivente e espiritual (dotado de capacidade de juízo e decisão); do outro, vê-se a persuasão como indução de experiência num sujeito considerado como mero receptor passivo dos estímulos externos, corpo determinado pelo mecanismo das reações.
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O recurso a imagens da natureza para dar conteúdo às metáforas utilizadas na pregação é comum entre os jesuítas que exercem o “ministério da palavra” no Brasil colonial. Através da metáfora, são introduzidos no conteúdo da pregação elementos próprios do mundo da vida dos ouvintes, de modo a tornarem mais compreensíveis e próximas a eles as doutrinas propostas pelo sermão. Portanto, a natureza e seus fenômenos seriam capazes de evocar pensamentos, sentimentos, disposições e condutas pertinentes às finalidades da pregação. A criação da metáfora e a arte da palavra brotam da mesma fonte: a contemplação da realidade criada à qual a palavra humana pode dar nome e definição à luz da meditação do Verbo criador. Esta capacidade é moldada pela prática dos Exercícios espirituais, crivo unificador da multiplicidade dos olhares humanos e da variedade da natureza.
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O trabalho aborda as relações entre conhecimento e dinamismo psíquico em dois sermões pregados no Brasil por Eusebio de Mattos, no século XVII e por Bento da Trindade, no século XVIII. Uma concepção de conhecimento afetivo implicando as atividades das potências anímicas define o êxtase dos místicos como ato do entendimento aplicado ao objeto supremo, Deus. Esta visão se fundamenta na psicologia filosófica e na teoria do conhecimento aristotélico-tomista, utilizadas pela retórica da época. Tópicos como conhecimento por evidência e entendimento afetivo, introduzem à concepção de uma modalidade participativa de conhecimento que possibilita a mudança da natureza enquanto transformação do sujeito que conhece no objeto conhecido.
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O estudo da oratória sagrada no Brasil do período colonial é um campo heurístico de grande interesse para a história cultural, sendo que os sermões constituíram-se numa importantíssima fonte de transmissão de doutrinas e de modelagem dos comportamentos numa sociedade onde a oralidade era a modalidade principal de difusão dos conhecimentos. O percurso traçado no artigo aponta para evidências claras da importância, da freqüência e do grande alcance das atividades da pregação no contexto do Brasil do século XVI ao século XVIII. Esclarece também as funções assumidas por estas atividades: a catequese, a doutrinação dos ouvintes, a reforma dos costumes abrangente toda a realidade pessoal, social e política dos emissores e dos destinatários.
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O estudo da oratória sagrada no Brasil colonial é um campo heurístico de grande interesse para a história cultural, sendo os sermões uma importante fonte de transmissão doutrinária e de modelos de comportamento numa sociedade na qual a palavra era a modalidade comum de transmissão do conhecimento. Este artigo aponta para a importância e a finalidade da pregação quaresmal no contexto do Brasil colonial dos séculos XVII à XVIII. O artigo mostra entre as funções assumidas por esta prática, a de contribuir ao auto –conhecimento e à reforma dos costumes dos ouvintes e dos pregadores.
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O artigo aborda, na perspectiva da história dos saberes psicológicos, as narrativas acerca do emprego dos recursos imagéticos junto as populações nativas elaboradas por autores jesuítas protagonistas da epopeia missionária nas Reduções dos territórios guaraníticos, entres o século XVII e XVIII. Os autores são: Diego de Torres Bollo; Pedro de Oñate; Antônio de Ruiz Montoya; Antônio Sepp. Os documentos são: cartas, uma crônica histórica e um diário. A interpretação é fornecida na perspectiva dos saberes psicológicos disponíveis no universo cultural dos autores. A imagem é tomada como elemento capaz de estimular o dinamismo psíquico em sua complexidade, envolvendo sensibilidade, memória, imaginação, atenção, cognição e vontade. O efeito logrado, segundo os autores, seria a construção de uma relação imediata dos índios com as imagens evocadoras de presenças sagradas símbolos do universo cristão e persuasivas quanto aos conteúdos doutrinários e a mudança de comportamentos e hábitos.
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Objeto do artigo são os conhecimentos psicológicos transmitidos e produzidos em instituições de ensino superior e secundário na cidade do Rio de Janeiro, durante o século XIX (até 1870), visando-se evidenciar por meio da análise critica a significação conceituai e a função social doe mesmos no fimbito do contexto brasileiro da época. Através de um levantamento de material documentário relativo a algumas escolas importantes do Rio de Janeiro, no século XIX, foi possível reconstruir o quadro dos conteúdos e das práticas psicológicas objeto de ensino e de elaboração em tais escolas, evidenciando-se a coexistência de diferentes propostas em termos de abordagens doutrinárias, de enfoques metodológicos, de objetivos visados.
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O artigo aborda a discussão ocorrida em instituições educacionais da Companhia de Jesus sobre a função da psicologia no currículo de estudos, nas primeiras décadas do século XX na Europa. O estudo baseia-se num levantamento histórico de fontes inéditas no arquivo geral da Companhia de Jesus em Roma. A análise dos dados levantados evidencia que um dos temas mais debatidos é aquele das relações entre psicologia experimental e psicologia racional. Os resultados apontam que esta discussão é perpassada pela tensão entre tradição e inovação, que caracteriza a posição intelectual da Companhia como um todo; e pelo critério jesuíta da acomodação (acomodatio), ou seja, a necessidade da adequação ao contexto espaço-temporal de atuação. Mostram também que foi grande o interesse pela psicologia experimental no âmbito da Companhia naquele período histórico.
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- Artigo de periódico (205)
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- Tese (33)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (65)
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Entre 2000 e 2025
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- Entre 2000 e 2009 (162)
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- Entre 2020 e 2025 (34)