A sua pesquisa
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O trabalho aborda a discussão das relações entre memória e história nas áreas da história da psicologia e da história da ciência. Num primeiro momento, aprofunda-se o estudo destas relações nas diversas perspectivas epistemológicas da historiografia moderna – sobretudo no que diz respeito à questão da produção do documento histórico. Num segundo momento, mostra-se a existência das referidas relações através de exemplos inerentes a trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela autora. Evidencia-se que a prática e a experiência quotidiana encurtam as distâncias entre os campos da história e da memória. Com efeito, a determinação explícita dos sujeitos históricos de preservar a memória das experiências vividas, permite a constituição de acervos importantes para a pesquisa historiográfica.
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O conhecimento do índio brasileiro, adquirido pelos missionários jesuítas através da convivência quotidiana, norteada pelo objetivo da evangelização, transmitido e difundido através da correspondência epistolar foi, sucessivamente, organizado em tratados e informes. Nesses documentos o conhecimento do outro, adquirido pela experiência direta, é filtrado pelo crivo da visão antropológica da teologia católica e da filosofia da época (especialmente, da visão elaborada pelos teólogos e pelos filósofos aristotélico-tomistas da Companhia de Coimbra e em Roma). As proposições acerca do índio brasileiro, inspiradas nestes referenciais teóricos, comparadas com os resultados concretos da ação evangelizadora, não definem um modelo unívoco. Com efeito, contradições, dúvidas, revisões estão presentes na representação que o pensamento jesuíta constrói acerca do índio e do mundo social deste. No presente trabalho, serão analisados os documentos mais importantes produzidos pelos religiosos, significativos para a descrição da 'realidade' do índio brasileiro, assim como esta aparece aos olhos dos europeus.
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O objetivo deste trabalho é o estudo das relações entre identidade pessoal e social, tempo e profecia assim como se delineiam em algumas obras de Padre Antônio Vieira. Escolhemos analisar a produção deste autor no período compreendido entre 1640 e 1661 e neste âmbito nos detemos sobre textos especialmente significativos no que diz respeito à afirmação das concepções acerca do homem, do tempo e da história. A análise enfoca as relações implicadas entre sentido do tempo e da história, horizonte escatológico, sentido da identidade pessoal e histórica do sujeito.
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Este artigo analisa alguns sermões pregados entre os séculos XVII e XVIII no Brasil, baseados em metáforas alimentares. O uso das metáforas, recorrente nos sermões do período colonial, fundamenta-se em dois alicerces: 1) na teoria aristotélica do conhecimento, em que o sensorial ocupa um papel prioritário, como porta de acesso para a compreensão das idéias mais abstratas e para a mobilização dos afetos e da vontade visando à modificação do comportamento dos ouvintes; 2) na doutrina platônica sobre a importância das imagens para conservar a memória das idéias. A oratória sagrada do período desperta interesse para a história cultural, uma vez que os sermões constituíram-se numa importantíssima fonte de transmissão de doutrinas e de modelagem dos comportamentos numa sociedade em que a oralidade era a principal forma de difusão dos conhecimentos.
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O trabalho pertence ao domínio da História das Idéias Psicológicas, entendida como parte da História Cultural cujo objeto é o estudo dos conceitos referidos ao ambiente cultural onde foram construídos. Portanto, aparece clara a pertinência de uma linha de pesquisa que investigue o significado dos conhecimentos psicológicos no âmbito da área multifacetada da cultura, ao longo do tempo. O presente estudo aborda os conceitos acerca dos fenômenos psicológicos formulados no âmbito da literatura espiritual e da produção filosófica da Companhia de Jesus ao longo dos séculos XVI e XVII. A experiência psicológica é interpretada em termos das noções elaboradas pelos tratados filosóficos, os quais por sua vez fundamenta-se na tradição aristotelico-tomista. A "psicologia" jesuítica possui uma dimensão filosófica, relativa ao ensino e à produção intelectual da Companhia, juntamente a uma dimensão prática, fundada na antiga tradição da Medicina do ânimo.
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O objeto do trabalho é a Psicologia transmitida e elaborada em instituições de ensino da cidade de São Paulo no século XIX (até 1870). O material documentário,levantado nos acervos de tais instituições e considerado interessante para o tema da pesquisa foi consultado, reproduzido ou transcrito,e selecionado, procurando-se identificar, entre outras coisas, sua importância e difusão na época.
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O artigo estuda um grupo de cartas elaboradas no âmbito da Companhia de Jesus: as Litterae Indipetae, pelas quais jovens jesuítas pedem ao Superior geral da Companhia para servirem nas Missões. As Indipetae transmitem a particularidade da vivência de cada autor, na busca de explicitar suas motivações quanto ao desejo de ir atuar nos contextos missionários do além-mar. Configura-se assim a grande riqueza desta documentação do ponto de vista psicológico. Nossa hipótese é a de que tais fontes carregam significativos conteúdos de elaboração pessoal, tendo em vista a definição do próprio projeto de vida. O recorte espaço temporal de nossa análise compreende dois grupos de cartas elaboradas por jesuítas italianos respectivamente no século XVII (período da Antiga Companhia), XIX e XX (período da Nova Companhia). Os resultados da análise apontam para aspectos de continuidade e descontinuidade e evidenciam na vontade o motor principal do processo subjetivo documentado na narrativa.
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O objeto do artigo é a novela alegórica História do Predestinado Peregrino e de seu irmão Precito escrita no Brasil pelo jesuíta Alexandre de Gusmão e publicada em 1682, tendo várias reedições. Gusmão ocupou na Companhia de Jesus funções importantes dentre os quais a direção de um Colégio próximo da cidade de Salvador. A hipótese proposta é a de que a novela veicula no Brasil conteúdos e métodos dos Exercícios espirituais de Inácio de Loyola. O texto segue também as orientações da Ratio Studiorum. Portanto, Gusmão teria concebido a novela como importante veículo de circulação dos exercícios inacianos. Além disto, mostra-se que a novela foi texto pioneiro escrito com o objetivo pedagógico de iniciar à leitura o público brasileiro: para esta iniciação, a novela sugere um método de leitura orientado pelos Exercícios inacianos.
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Neste artigo é discutida a utilização das fontes literárias no âmbito da história dos saberes psicológicos. Em primeiro lugar, apresenta-se a contribuição de Dilthey e de Huizinga na discussão das interfaces entre história, psicologia e literatura. Em segundo lugar, apresenta-se um exemplo de análise de fonte literária no âmbito da história dos saberes psicológicos: o estudo da novela alegórica do jesuíta Alexandre de Gusmão, História do Predestinado Peregrino e de seu irmão Precito (1682). Aponta-se que a fonte literária pode ser enfocada da perspectiva da história dos saberes psicológicos, seja por ser transmissora de conceitos e práticas psicológicos, seja pela ação exercida no dinamismo psíquico dos destinatários por meio de sua construção retórica.
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O artigo apresenta uma fonte histórica muito significativa no âmbito do gênero autobiográfico: as obras Liber de propria vita e Liber de libris propriis, do médico, matemático, astrólogo e pensador italiano Girolamo Cardano (1501-1576). O objetivo é analisar nelas o conhecimento de si mesmo elaborado pelo autor. A análise foi conduzida pelo método histórico conceitual, evidenciando-se os principais tópicos discutidos e suas significações à luz do universo sociocultural e histórico. Os resultados apontam para a complexidade do conhecimento construído pelo autor, que compreende a descrição de suas características físicas e psicológicas (incluindo os sonhos), o encadeamento dos fatos principais de sua história biográfica, a descrição de sua complexa personalidade construída com base em uma interpretação de si mesmo, à luz da identificação de suas motivações fundamentais.
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O artigo analisa os sentidos do termo experiência assim como empregado por jesuítas em missão no Brasil, nas primeiras décadas do século XVI, em cartas por eles redigidas. Tais sentidos são apreendidos à luz do arcabouço conceitual da Companhia de Jesus. São evidenciadas três significações da experiência: a experiência como prova e verificação; a experiência como prática e hábito; a experiência como discernimento da presença do mistério nos fatos. O conjunto destas significações remete à experiência modelo do fundador da Companhia, Inácio de Loyola, onde o conhecimento da realidade sensível e imanente remete sempre ao conhecimento da realidade espiritual transcendente.
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O tema da beleza perpassa a reflexão teórica e a trajetória existencial de Agostinho de Hipona, desde seus inícios. Acompanhamos neste trabalho o percurso realizado por este autor acerca do significado da experiência da beleza em obras analisadas em ordem cronológica e pertencentes aos diversos gêneros literários que caracterizam a produção do mesmo: oratória sagrada, tratados filosóficos e teológicos e cartas. O nosso objetivo é analisar na perspectiva desse autor, as relações entre a experiência de beleza concebida como elemento dinamizador dos posicionamentos pessoais (pois a beleza é o elemento desencadeador do processo cognitivo e da dinâmica afetiva) e a constituição do ser pessoa enquanto tal. A análise leva em conta o significado que para Agostinho assume a experiência, entendida não apenas como experiência sensorial e sim como saber, conhecimento que envolve ao mesmo tempo sensação e afeto e cujo primeiro objeto é a própria pessoa. Neste âmbito, a experiência da beleza é abordada sistematicamente por Agostinho, seja do ponto de vista da descrição da vivência do belo nos diversos domínio da realidade, seja do ponto de vista do significado conceitual e psicológico desta vivência.
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This article discusses the function and role of mental dynamics in the reception of images according to the philosophical theories available to the cultural universe of the Classic, Middle and Modern Ages in the West including Brazil. It highlights the significance of these philosophical grounds for discussions on the notion of image and imagination in modern times, as well as their application to rhetorics. In the Brazilian context, the contributions by Jesuit Antônio Vieira stand out. It finally shows that in the theories discussed here, the functioning of imagination as mental phenomenon is approached in an integrated manner with the remainder of mind processes including the senses, memory and understanding, emotions and will; it is an indispensable element in the path of knowledge; and it is always referred to image within the multiple dimensions indicated by the specific cultural universe.
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O trabalho aborda o papel atribuído às imagens na elaboraçáo da experiência assim como apresentado nos sermões de Antônio Vieira e aprofunda as matrizes filosóficas e teológicas desta concepçáo. Vieira reconhece às imagens um importante poder de comunicaçáo e de evocaçáo. Dentre outros, recorre às imagens na construçáo de metáforas que usa para representar processos da vida pessoal e política. Nisto, o pregador se conforma à tradiçáo jesuítica bem como às doutrinas de Agostinho e de Tomás que inspiram essa mesma tradiçáo.
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O entendimento da complexão corporal é parte do conhecimento de si mesmo elaborado nas narrativas autobiográficas da Idade Moderna. Neste artigo são analisados alguns desses textos elaborados na cultura ocidental e brasileira, evidenciando as modalidades em que se apresenta a descrição do estado somático individual na percepção dos autores. Nas descrições elaboradas pelos autores da primeira Idade Moderna, é comum o recurso à teoria dos temperamentos da medicina humoralista. Entre as fontes analisadas estão as autobiografias de Inácio Loyola (século XVI), G. Cardano (século XVI), F. Panigarola (século XVI), M. Montaigne (século XVI) e G.B. Vico (século XVII). Também foram analisadas algumas cartas de teor autobiográfico: as Cartas Indipetae elaboradas por jesuítas do século XVII.
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- Artigo de periódico (205)
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