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Este artigo busca elucidar como Machado de Assis desenvolveu o tema da memória nos contos “Dona Paula”, “Missa do Galo” e no romance “Dom Casmurro”. No conto “Dona Paula”, podemos encontrar uma complexa relação entre a memória, o inconsciente e o conteúdo emocional da memória. Em “Missa do Galo”, Machado cria um narrador capaz de relatar uma vivência passada, mas que, ainda assim, não toma consciência do sentido não verbal do episódio vivido; todavia, no momento em que o narrador expressa sua experiência, ele anuncia nas entrelinhas e no estilo narrativo esse sentido não verbal. E no romance “Dom Casmurro”, observamos como Machado representou a memória não como coisa fixa, mas como algo que pode se alterar e se reorganizar pela linguagem expressiva e se deformar pela imaginação e por fatores inconscientes.
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Este ensaio procura reconhecer e avaliar as idéias psicológicas que circularam no Brasil no final do século XIX, em sua representação na obra machadiana, tomada como documento histórico e como veículo transmissor de idéias. Para isso, foram examinadas as ocorrências do conceito de inconsciente na obra de Machado de Assis em três diferentes âmbitos. Primeiro, na terminologia empregada pelo autor. Segundo, nos discursos expositivos dos narradores machadianos. Terceiro, na descrição dos estados subjetivos das personagens. Depois de feitas as análises, as idéias e noções encontradas foram confrontadas com algumas das principais formulações acerca do conceito de inconsciente em outros autores de sua época.
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O tema da memória constitui uma das bases do pensamento teológico, filosófico e psicológico de Agostinho de Hipona. A relevância dessa faculdade pode ser observada no livro X das Confissões. Em poucas linhas, o que Agostinho se propõe neste livro é justamente explorar a própria memória em busca de Deus. Ao buscar Deus dentro da memória, Agostinho acaba desenvolvendo uma concepção da memória de grande importância na história dos saberes no Ocidente: o eu entendido enquanto espaço interior ou como espaço íntimo. Procuraremos reconstruir e detalhar a série de argumentos propostos por Agostinho a respeito do tema da memória e observar em que sentido ela é entendida metaforicamente como um espaço compartimentado. Finalmente, procuraremos mostrar a relevância e atualidade desta metáfora no modo como atualmente se compreende a memória.
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O objetivo deste trabalho consiste em compreender as concepções presentes na obra de Machado de Assis que dizem respeito à relação entre psique e comportamento. Para isso, selecionamos alguns contos, romances ou fragmentos de sua obra que se referem ao tema. Consideramos três diferentes níveis em que as idéias se encontram presentes na obra: nas descrições de estados subjetivos das personagens; nas exposições feitas pelos narradores e personagens acerca de motivos psicológicos; na estrutura da trama. As análises foram realizadas com base em alguns temas que se mostraram de grande importância na obra de Machado: em primeiro lugar, na relação entre consciente e inconsciente; em segundo, na noção de caráter; em terceiro lugar, na relação dinâmica homem-mundo, interior-exterior, consciência-circunstância. Buscamos ainda confrontar as idéias presentes na obra de Machado com a de outros pensadores, sobretudo psiquiatras e filósofos do século dezenove, a fim de contextualizar sua obra no âmbito cultural e intelectual de seu tempo. Ao se traçar tais relações, podemos contribuir para uma visão mais rica e complexa dos saberes psicológicos no Brasil no fim do séc. XIX e levantar algumas hipóteses sobre o posicionamento de Machado frente às idéias de seu tempo. Como resultado, destacamos o modo como o escritor desenvolve e articula em sua ficção a noção de inconsciente. Além disso, sua obra mostra-se um terreno privilegiado para uma representação mais complexa eunitária do ser humano, não apenas como ser psicológico, mas também como ser social, histórico, político, moral, biológico, em suma: o homem vivente. A ficção, justamente por mostrar as personagens no tempo e no espaço, revela como a consciência e os comportamentos se dão na dinâmica entre homem e mundo, e entre o homem e os outros homens. Além disso, Machado de Assis refletiu em sua obra a relação entre linguagem e a consciência. E foi mais longe ao explorar os limites da linguagem para se descrever a interioridade humana.
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Este artigo procura reconhecer e avaliar a concepção de loucura no romance Quincas Borba, de Machado de Assis. Para isso, analisamos o desenvolvimento da loucura em Rubião, o protagonista do romance. As análises foram feitas em duas etapas. Em primeiro momento, comparamos as concepções de loucura presentes no romance com as teorias de psiquiatras do século XIX. Em um segundo momento, buscamos compreender a loucura tendo como parâmetro a própria obra do autor, apoiando nas idéias presentes no conto "O espelho". O resultado das análises é que Machado de Assis não apenas se apropriou das teorias psiquiátricas da época, como foi além tratando a loucura dentro da dinâmica do homem com o seu meio social.
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- Artigo de periódico (4)
- Tese (2)
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Entre 2000 e 2025
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- Entre 2000 e 2009 (5)
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Entre 2010 e 2019
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- 2012 (1)