A sua pesquisa
Resultados 6 recursos
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Vivemos em um tempo histórico bastante marcado pela velocidade e pela produtividade. A psicologia como área de conhecimento e intervenção não está fora dessa caracterização. Mas, quando pensamos especificamente nas intervenções da psicologia clínica, será que elas precisam acompanhar a expectativa idealizada que se volta para a obtenção de resultados rápidos? Levar a sério essa pergunta é algo que se impõe quando se parte da perspectiva de que os encontros clínicos são povoados por uma complexa diversidade de movimentos. Tal diversidade coloca terapeuta e paciente em processos de produção de si. Em função disso, buscaremos compreender o quanto a prática clínica tem como condição de possibilidade a experiência de afetos que emergem nos encontros cotidianos e que abalam territórios previamente organizados, convocando o sujeito a problematizar os modos de vida por ele inventados e assumidos.
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É comum, em nossos dias, nos deparamos com enunciados do tipo: ‘O que está acontecendo conosco?’; ‘Onde vamos parar?’; ‘Do jeito que está não dá!’ Cada um deles, a seu modo, oferece indícios de que mudanças, dos mais variados matizes, estão em curso e elas surpreendem pelas mais diversas vias: seja pela sua emergência abrupta, seja pelo incômodo que geram, seja, ainda, por nossa dificuldade de acolhê-la e lhes dar sustentação. Assim, o desafio de produzir algum tipo de compreensão sobre o vivido, traçando diagnósticos sobre o presente, foi assumido por este grupo de pesquisadores filiados às áreas da Psicologia, Filosofia, Educação, História e Publicidade, e que estão atentos à transformação social e a seus efeitos subjetivos em nossas vidas. Adotando uma inspiração foucaultiana, os autores seguiram os passos desse pensador que, ao comentar sobre suas obras, afirmou: “... procuro diagnosticar, realizar um diagnóstico do presente: dizer o que somos hoje e o que significa, hoje, dizer o que nós dizemos”(FOUCAULT, 1967). Se algum diagnóstico sobre o presente é possível, isto se deve ao próprio modo de operá-lo: sempre provisório, parcial, perspectivo, e, até mesmo, enviesado. Precisamente por isso, o traçado de análises diagnósticas sobre o presente não pode se comprometer com uma verdade, absoluta e imutável. Seu mérito é tomar em consideração as turbulências e tensões de nossas vidas, que são múltiplas. Uma vez que os enunciados acima mencionados estão se disseminando no social, coube a tarefa de sustentar, com paciência e insistência, as forças emergentes nesse campo problemático que se configura no presente, desenhando diagnósticos parciais sobre os modos de viver que estamos ajudando a construir.
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O presente estudo realiza uma revisão histórica das práticas que vigoram em diferentes sistemas de reclusão destinados a crianças e adolescentes, desde o período do Brasil colônia até os dias atuais. Neste percurso, destaca-se a privação de liberdade dos adolescentes, decorrente do cometimento de atos infracionais e busca-se compreender como os jovens internados, e também os trabalhadores vinculados às instituições de atendimento a tal público, são marcados pelos discursos que circulam na esfera social. Ao caracterizar o cenário que compõe as atuais instituições responsáveis pela execução da medida de internação, a análise aborda os princípios da proposta socioeducativa e discute sua consolidação nas práticas cotidianas, diante de uma história punitiva que marcou tanto o corpo de adolescentes quanto o de profissionais.
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A cidade é concebida por Guattari (1992) como uma máquina produtora de subjetividades. Presencia-se no contemporâneo, entretanto, uma tentativa de uniformização dos modos de vida em subjetividades formatadas e regida pela lógica do capital, que pode por em risco a própria vida. Esta pesquisa teve por objetivo investigar as práticas que rompem, em alguma medida, com essa lógica. O estudo voltou-se para as intervenções urbanas e o combate do uso do grafite e da pichação na cidade de São Paulo (Brasil) no período em que foi implantado o denominado “Programa Cidade Linda” (2017). Os resultados mostram que as intervenções urbanas geram afetos, críticas, polêmicas e possibilidades de construir uma relação diferenciada com a cidade. Ao final, argumenta-se que a noção de sustentabilidade afetiva na interface com o conceito de resistência ajudam a compreender como ocorre a experimentação de modos de vida voltados para a produção de encontros urbanos potencializadores.
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As possibilidades de intervenção no campo da saúde são múltiplas e marcaram a história da humanidade. Nos últimos séculos, o trato da saúde foi atribuído à medicina, que, valendo-se de dispositivos institucionais, jurídicos e científicos, tornou-se preponderante. Um dos pilares dessa profissão está constituído nos processos de medicalização. O presente estudo, de cunho teórico, objetivou problematizar a hegemonia da noção de medicalização baseada no arcabouço médico-científico ocidental. A partir da argumentação foucaultiana acerca das tentativas de padronização dos sujeitos a partir das noções de saúde e de doença pretendida pela medicina ocidental, pontua-se a necessidade de levar em conta as proposições que evocam terapêuticas plurais voltadas para compreender os processos de saúde e adoecimento em outras perspectivas. Elaborado entre duas fronteiras teóricas, o estudo analisa, primeiramente, a constituição histórica da medicina e sua legitimação como saber hegemônico. Na sequência, busca-se matizar as possibilidades de intervenção na área de saúde, dando visibilidade ao que a Antropologia denomina de medicalização do simbólico, que engloba os saberes advindos do cotidiano relacional e afetivo de diferentes culturas. Ao final da trajetória, fomentam-se análises acerca das tentativas de apagamento de modos de existência plurais empreendidas a partir da medicalização hegemônica, discorrendo sobre a relevância de multiplicar perspectivas de intervenção na saúde para superar essa exclusividade, tomando em consideração também os saberes advindos de fontes sociais e culturais.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (4)
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Ano de publicação
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Entre 2000 e 2024
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