A sua pesquisa
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Tomando a vivência do outro como fenômeno a ser pesquisado neste trabalho, esta pesquisa tem como objetivo explicitar a abertura para a vivência do outro incluída na experiência da pessoa, através das indicações da fenomenologia husserliana. Realizamos uma pesquisa teórica de cunho fenomenológico, a partir da obra Meditações Cartesianas. Reconhecendo a especificidade da visão husserliana, problematizamos questões teóricas fundamentais à compreensão do tema do outro, refletindo a respeito das objeções feitas à vivência do outro em Husserl. Concluímos que a exigência do método fenomenológico para o conhecimento da alteridade nos revela um caminho que aponta tanto para a irredutibilidade entre o eu e o outro, quanto para a possibilidade de encontro com um sentido existencial na vivência do outro pela pessoa. Na vivência desse sentido emerge a percepção do valor do outro para o eu, mobilizando o sujeito a assumir um posicionamento livre e interessado na convivência com o outro enquanto alteridade.
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Este é um conjunto de quinze textos em que o pensamento de Edith Stein dialoga com diferentes formas de pensar e com os leitores de hoje. Centrando-se no diálogo com a Filosofia, a Psicologia e a Educação, os textos resultam do III Simpósio Internacional Edith Stein, momento ímpar de partilha de experiências e pesquisas, e versam sobre o confronto steiniano com o pensamento de Heidegger e com teóricos da Psicologia; a correspondência de Edith Stein com Roman Ingarden; algumas reflexões sobre a empatia; o debate entre idealismo e realismo; a aplicação de dados fenomenológicos à prática terapêutica; a pessoa, a comunidade, a comunhão e a formação; a essência da motivação; as semelhanças e diferenças entre Edith Stein, Simone Weil, Pavel Florenskij, Romano Guardini, Hedwig Conrad-Martius e Pierpaolo Donati.
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Dada a atualidade da discussão da significação do voluntariado em determinado contexto religioso, objetivamos investigar a inter-relação entre voluntariado e experiência religiosa vivida e revelada pelos sujeitos da experiência. Para tanto, selecionamos uma instituição espírita como ocasião de apreensão dessa inter-relação pois, além de compreender que o Espiritismo propõe o voluntariado de modo próprio, percebemos como a religiosidade daquelas pessoas se apresenta enquanto elas se dedicam ao trabalho voluntário. Os dados foram coletados em entrevistas semi-estruturadas e analisados fenomenologicamente. A análise indica que (1) ação voluntária é vivida como abertura à experiência religiosa: doando-se ao outro em gestos, a pessoa reconhece sua ação sustentada por presenças transcendentes e direcionada à afirmação de horizonte absoluto; (2) vivência da religiosidade ordena a compreensão da realidade, fundamentando e direcionando a ação reconhecida como dever correspondente a si. Conclui-se que realização de si é fator estruturante da mútua-constituição entre voluntariado e experiência religiosa.
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Objetivamos apreender modos de elaboração da experiência ontológica na análise fenomenológica da autobiografia Minha infância e mocidade de Albert Schweitzer (1875-1965), buscando evidenciar especificidades da metodologia utilizada. Apreendemos que a escolha dos episódios e pensamentos descritos, e a organização do texto intentam atestar a constância do autor. Suspendendo o caráter moralizante do conteúdo comunicado, focalizamos a estrutura da vivência dos valores reconhecidos como irrenunciáveis. Emerge que a elaboração da experiência ontológica em Schweitzer liga-se à vivência do problema da verdade. Dialogando com a noção de Experiência Elementar, identificamos a exigência de verdade como aspiração radical que sustenta a curiosidade diante do mundo e se apresenta na pergunta pelo significado global da existência, contemplando o nexo pessoa-totalidade. Como conclusão, compreendemos que na autobiografia de Schweitzer a elaboração da experiência ontológica, ao coincidir com a elaboração sobre aderir ao que reconhece como verdadeiro, abre-se para horizonte totalizante em que a realidade concreta é acolhida como sinal e a vida é concebida como jornada de concretização dos valores não escolhidos, mas intuídos pela consciência. Conclui-se também que focalizar a estrutura das vivências, reconhecendo o dinamismo das exigências humanas, abre caminho para analisar a subjetividade em autobiografias sem incorrer em subjetivismo ou psicologismo.
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Na comunidade de Morro Vermelho (MG), encontramos uma grande devoção a Nossa Senhora de Nazareth, padroeira do distrito. A ela, dedica-se a festa da Cavalhada, iniciada há 310 anos pelos moradores do lugar. Na década de 80 do século XX, nasce também ali uma nova tradição: a Cavalhada Mirim, encenada por crianças. Entrevistamos três responsáveis pela Cavalhada Mirim de gerações diferentes, no intuito de compreender como eles vivenciam a responsabilidade em criar a festa, mantê-la e transmiti-la a outras pessoas que possam assegurar sua existência. Como resultado, observamos uma legitimação da presença das crianças nas festas tradicionais de Morro Vermelho e um relacionamento pessoal com a figura de Nossa Senhora. Notamos ainda que cada sujeito incorpora um momento dessa trajetória de vida em Morro Vermelho: da iniciação na devoção e nas tradições, até a resposta como responsabilidade, culminando na preocupação pela transmissão às gerações seguintes.
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