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  • A partir do desenrolar de pequenas cenas vividas no cotidiano de uma escola pública da rede de educação do Município do Rio de Janeiro, este artigo pretende colocar em análise algumas questões acerca do tempo oportuno (a figura kairós entre os gregos) do inesperado, capaz de romper certas repetições da rotina do tempo sucessivo de Cronos, comum às forças normalizadoras das práticas pedagógicas. Com base em autores como Deleuze e Guattari, Certeau e principalmente Michel Foucault, discute o processo de judicialização da palavra de ordem que, invadindo a rotina  das escolas, naturaliza as evidências e nos obriga a evitar a experimentação com o inesperado. Trata-se neste texto de proposta de desconstrução das certezas que nos impõem essências para os atos da rotina, de outra perspectiva para qual o tempo descontínuo traz a surpresa das diferenças e nos obriga à renovação dos fundamentos. O que se pretende para a pesquisa com o cotidiano não é propriamente um método, mas um êthos, uma atitude, uma tarefa, uma interrogação crítica de nós mesmos educadores como experimentação cotidiana de uma ética do acontecimento para um devir educação.

Última atualização da base de dados: 19/11/2024 09:57 (UTC)

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