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Resumo Analisa-se o discurso sobre o desenvolvimento humano veiculado em manuais de psicologia educacional destinados à formação docente. Caracteriza-se nesses discursos a presença da “teoria da recapitulação”. Essa teoria, elaborada por Ernst Haeckel no campo da embriologia no final do século XIX, afirma que o indivíduo atravessa diversos estágios de desenvolvimento, que correspondem à forma adulta de seus antepassados na sequência evolutiva. Foi apropriada pela psicologia e serviu como modelo explicativo para diversos aspectos do desenvolvimento, desde as diferenças individuais e grupais na forma e no tamanho do cérebro até a evolução da linguagem e da moral. A análise recorre aos escritos de Michel Foucault acerca da análise do discurso e de Nikolas Rose a respeito da história da psicologia.
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Esta pesquisa busca responder às seguintes questões: Como se tornou possível pensar no aluno como alguém sujeito a problemas de desenvolvimento emocional, de conduta ou desajustamento social? Como se chegou a denominar certas crianças como sendo crianças-problema? Quais os meios recomendados pelos educadores e outros especialistas para prevenir o surgimento desses problemas e que recursos foram empregados na escola para identificar a criança-problema e corrigi-la? O trabalho procura demonstrar que, mais do que apenas excluir parte da população escolar, aquela considerada como irregular, o uso da expressão criança-problema nos discursos educacionais teve como efeito ampliar o controle dos especialistas sobre todas as crianças. Sustenta-se que a criança-problema serviu para tornar permeável a fronteira entre a normalidade e a anormalidade. Dessa maneira, por um lado passou-se a acreditar na possibilidade de prevenir e mesmo reverter certos quadros de anormalidade, recorrendo-se para isso a medidas educacionais, que deveriam ser postas em prática em conjunto pela escola e pela família. Por outro lado, todas as crianças começaram a ser consideradas como crianças-problema em potencial, já que diversas circunstâncias mais ou menos graves passaram a ser entendidas como fatores que poderiam desencadear problemas de ajustamento da criança à escola, desde o divórcio dos pais ou o nascimento de um irmão, até a entrada do aluno na puberdade, entre muitos outros. Os textos educacionais começaram a trazer recomendações para que as crianças fossem submetidas a um regime de observação contínua, em suas dimensões física, intelectual, emocional e moral. Assim, ao menor sinal de desvio, medidas corretivas poderiam ser iniciadas. A investigação baseia-se em escritos de Michel Foucault sobre a governamentalidade, as tecnologias do eu, o poder pastoral, o bio-poder e a disciplina e em textos de Jacques Donzelot sobre a emergência do espaço social e o governo por meio da família. Recorre-se ainda a textos de outros autores contemporâneos que empregam o referencial teórico de Foucault. Examinam-se artigos da literatura pedagógica sobre a psicologia experimental e os problemas infantis presentes na Revista de Educação e livros sobre as mesmas questões. Além disso, estudam-se documentos da legislação federal que tratam das medidas oficiais de proteção e assistência à infância desde a Primeira República até a década de 1960.
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No intuito de compreender como as ideias de inovação pedagógica são dadas a ler aos professores, este artigo analisa manuais de Didática e Psicologia usados na Escola Normal entre 1900 e 1960. A pesquisa mapeia os autores desses livros, analisando também seus prefácios, sumários e conteúdos. Isso permite notar ideias e conceitos comuns aos manuais das diferentes disciplinas. Mesmo depois da divisão delas em matérias mais autônomas, nos anos 1930, a proximidade dos conteúdos permanece. Em alguns casos, os mesmos autores dedicam-se ao ensino e à escrita de manuais de Didática e de Psicologia; também é possível observar que certos temas, enunciados e autores de referência atravessam as suas fronteiras, em especial aqueles relacionados ao movimento da Escola Nova. Nota-se uma certa primazia da Psicologia sobre a Didática e outras áreas afins nos programas da Escola Normal, como foi o caso da Pedagogia, da Metodologia e da Prática de Ensino.
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O artigo caracteriza as recomendações acerca do ambiente escolar adequado à alfabetização das crianças, contidas em livros destinados aos professores e publicados no Brasil entre 1930 e 1990. Nesse período, observa-se a transição do predomínio do ideário escolanovista ao dos preceitos do construtivismo nesses textos. Essa mudança se manifesta nos modos de pensar a organização do ambiente escolar e a sua importância no aprendizado das letras: se no primeiro momento, a preocupação maior era com a criação de um ambiente sadio, posteriormente, passou a ser com a organização de um ambiente pedagógico. Por outro lado, permaneceu a tendência a fundamentar as recomendações na psicologia da criança.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (3)
- Tese (1)
Ano de publicação
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Entre 2000 e 2024
(4)
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Entre 2000 e 2009
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- 2004 (1)
- Entre 2020 e 2024 (3)
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Entre 2000 e 2009
(1)