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  • O maracatu de baque virado é uma manifestação cultural afro-indígena brasileira que tem sido estudada pela musicologia e pelas ciências humanas e sociais. O presente artigo tem como objetivo analisar algumas práticas de atenção produzidas nos cortejos de maracatu e sua relação com a construção de um comum no espaço público. As relações atencionais são analisadas em uma rede heterogênea composta pelo batuque, a dança, os instrumentos e o entorno. Tomamos como referência a abordagem da ecologia da atenção de Citton, bem como as ideias de Guattari e Simondon. Utilizando a cartografia como método de pesquisa-intervenção, destacamos uma qualidade de atenção conjunta a qual denominamos “pressão”, dedicada ao manejo metaestável de “sustentação do baque”, responsável por “não o deixar arriar” e por “fazer vadiar com gosto”. Concluímos sugerindo que os cortejos de maracatu de baque virado nas ruas podem suscitar uma ecologia de práticas promotoras de saúde no espaço público.

  • O ingresso de alunos com deficiência nas universidades públicas pelo sistema de cotas foi estabelecido com a lei 13.409 e desde 2018 a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem recebendo esses estudantes. Para além do desenvolvimento de dispositivos pedagógicos que garantam a acessibilidade desses alunos, coloca-se o problema das relações com professores, bem como entre alunos com e sem deficiência. Um dos problemas é a presença do capacitismo, que se manifesta em atitudes preconceituosas e práticas de opressão em relação às pessoas com deficiência. Uma formação universitária fundada na aquisição de competências e habilidades pode concorrer para que a política cognitiva capacitista seja perpetuada e mesmo acirrada. O conceito de formação inventiva (DIAS, 2011;2012) vai contra a lógica da capacitação e visa produzir outras políticas de cognição por meio de diferentes estratégias e dispositivos de formação. O objetivo do artigo é analisar a experiência de estudantes de iniciação científica e estagiárias em oficinas de formação inventiva no contexto de projetos de pesquisa-intervenção e de extensão com pessoas com deficiência. O estudo utiliza o método da cartografia (DELEUZE, GUATTARI, 1995; ROLNIK, 2006; PASSOS, KASTRUP e ESCÓSSIA, 2009; PASSOS, KASTRUP e TEDESCO, 2014) e analisa diários de campo, com ênfase na narrativa de encontros dos estudantes com pessoas com deficiência. O estudo identifica experiências de problematização da imagem da deficiência como incapacidade, analisa o papel do corpo aprendiz e das experiências multissensoriais em oficinas de formação inventiva, indicando possíveis deslocamentos na política cognitiva capacitista.

Última atualização da base de dados: 03/02/2025 13:43 (UTC)

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