A sua pesquisa

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  • O objetivo do presente artigo foi traçar um panorama acerca de aspectos históricos e epistemológicos subjacentes à proposição do projeto científico avançado pela psicologia histórico-cultural, apontando aproximações e distanciamentos com diferentes correntes filosóficas e psicológicas da contemporaneidade. Para tanto, foram problematizadas e referenciadas as contribuições psicológicas advindas da Defectologia, Psicanálise, Reflexologia, Reactologia e Psicologia da Gestalt. Além disto, foram investigadas as influências das idéias filosóficas de Marx, Engels, Hegel, Darwin, Espinosa e Janet. Conclui-se que no decorrer do desenvolvimento da psicologia histórico-cultural ocorreram aproximações com algumas destas perspectivas e, ao mesmo tempo, contraposições às mesmas. Entretanto, todas foram importantes para a fundamentação deste novo sistema teórico em psicologia, que se constituiu como alternativa ao embate estabelecido entre a fisiologia naturalista e a fenomenologia.

  • A proposta deste artigo é contextualizar biográfica e filosoficamente a neuropsicologia de A.R. Luria (1902-1977). Parte-se aqui do pressuposto de que o projeto neuropsicológico de Luria se insere no programa científico mais amplo avançado pela psicologia histórico-cultural soviética, que teve como objetivo central investigar como processos naturais interconectam-se com processos histórico-culturais, resultando no funcionamento psicológico complexo. Para tanto, duas direções distintas de estudo foram delineadas, a saber: o desenvolvimento ontogenético das funções psicológicas superiores e o curso da dissolução destas na presença de lesões e/ou disfunções cerebrais. Discute-se aqui o quanto a primeira proposta produziu dados e gerou questionamentos que resultaram numa massa crítica mais difundida na psicologia ocidental, em detrimento dos estudos desenvolvidos por Luria com pacientes afásicos e lesionados cerebrais no pós-guerra. Não obstante, esta segunda vertente de pesquisa trouxe contribuições teóricas fundamentais para o debate acerca das relações mente-cérebro, bem como para o fazer neuropsicológico contemporâneo.

  • O objetivo deste artigo é apresentar os movimentos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) frente às consideradas práticas alternativas, emergentes e de saberes tradicionais – oriundas de novas epistemologias que caracterizam algumas fronteiras da psicologia. Sendo questão de extrema amplitude, faremos um recorte por meio de três dispositivos do sistema, a saber: os eventos realizados pelo CF P que abordaram a temática, caracterizando-se como dispositivos de diálogos e comunicação com a sociedade como um todo, mas de modo especial com a categoria psi; os Cadernos Deliberativos dos Congressos Nacionais de Psicologia (CNPs), considerados espaços deliberativos maiores do sistema conselhos de psicologia; e por fim, os chamados Atos Oficiais (resoluções, instruções normativas e portarias), dispositivos normativos do sistema. Além disso, lançaremos mão das notas técnicas produzidas e de dados oriundos do Censo da Psicologia Brasileira, lançado em 2022. No entrecruzamento entre esses três dispositivos – deliberativo, comunicativo e normativo –, tentaremos apresentar os movimentos pendulares do sistema conselhos sobre as relações entre psicologia e práticas fronteiriças, que pendem para posicionamentos liberais, ora para posicionamentos normativos. Em muitos momentos, tais movimentos coexistem simultaneamente. Destacam-se nesses o surgimento dos diálogos sobre psicologia e direitos humanos e a construção de políticas oriundas do campo da saúde (Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares [PNPICs], Política Nacional de Humanização [PNH] e Política Nacional de Educação Popular em Saúde [PNEPS]), todas oriundas do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de uma ética dialógica, de encontro com o diferente e com a nossa própria alteridade, o sistema conselhos construiu um dispositivo para avançar nos diálogos entre a psicologia e suas fronteiras, principalmente com práticas e saberes tradicionais, que é o Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP).

Última atualização da base de dados: 19/11/2024 08:21 (UTC)

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