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Resultados 6 recursos
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Os sete sermões de Antonio Vieira (1608-1697) sobre o tempo litúrgico do Advento explicitam a articulação, através da ars retorica, entre os aspectos da visão de mundo jesuítica inerentes ao período do Advento (período em que se abordam questões como a finalidade da vida terrena, a ação humana e seu valor histórico, a natureza humana e seu destino transcendente) e os movimentos que se esperava obter do universo anímico dos ouvintes através do uso da palavra. Vieira compõe a dinâmica dos afetos de modo a relacioná-los com o entendimento. O homem envolvido em uma dinâmica afetiva pode ter em seu interior a fonte de todos os enganos, mas também da salvação. São as relações travadas entre conhecimento e afetos que definem o modo pelo qual o ser humano perceberá o mundo e conceberá a si mesmo, e como tal atuará na realidade.
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After a brief presentation of the research program on the “history of psychological knowledge in the ambit of cultural history,” this article addresses 2 issues that we consider particularly important from the methodological point of view: the notion of multiple temporalities (regimes of historicity) and of complexity as characteristics of the contexture of Brazilian culture. It will be shown how both require specific attention from the researcher, because the process of incorporation of psychology in Brazil over time is complex and articulated according to various regimes of historicity that intersect and interpenetrate each other, without being exclusive. Our approach will be exemplified by the concept of memory, showing how this can be grasped in its constitution in Brazilian culture, which is composed of several sedimented layers according to different temporalities. (PsycInfo Database Record (c) 2020 APA, all rights reserved)
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Na Idade Moderna a memória era considerada, dentre outras coisas, uma potência da alma (psique). Por levarmos em consideração que a oratória religiosa do século XVII é uma fonte abundante de saberes psicológicos, neste trabalho indicamos como o Pe. Antônio Vieira (1608 - 1697) trabalhou o tema da memória em seus sermões. A partir da história da cultura e da história da psicologia, identificamos o contexto de produção dos sermões e as apropriações feitas por Vieira. Por meio do estudo realizado pode-se observar que nos sermões a memória, junto com a vontade e o intelecto, caracteriza a ontologia humana. Esse sentido interno auxilia igualmente a capacidade intelectiva a estabelecer juízos, por disponibilizar ao intelecto a dimensão temporal. Desse modo vemos que por meio da memória se estabelece o conhecimento de si e que essa potência "memorativa" possui uma dimensão ética, pois à medida que é feita a memória de algo, é sugerido um comportamento e um estado afetivo diante do que é lembrado.
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Dentro de uma história dos saberes psicológicos desenvolvida no Brasil, identificam-se várias origens e influências, dentre elas uma rica herança colonial. No século XVII, o tema da persuasão é produtivamente explorado pela oratória religiosa da época, mais especificamente a dos jesuítas - ordem religiosa de influência marcante no Brasil - a qual pertence o Pe. Antônio Vieira. Essa oratória proporciona um modelo explicativo do "psiquismo" humano, além de propor um mecanismo de intervenção neste, através da palavra, pelo uso da retórica aristotélica. Busca-se averiguar de que maneira Vieira articula em seus sermões os recursos retóricos para intervir no universo "psíquico" dos ouvintes e conseguir a persuasão, bem como evidenciar a psicologia filosófica dos jesuítas que o fundamenta. Pode-se também, compreender um pouco mais sobre a visão de homem estabelecida no período.
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A cultura ocidental concebeu a interioridade do ser humano de vários modos segundo o clima cultural e o período histórico. No período colonial, a oratória religiosa oferece uma rica matriz para o estudo de saberes psicológicos veiculados na época. A cultura do século XVII, rotulada como barroco é uma cultura de persuasão, sendo a pregação religiosa o meio de comunicação de massa privilegiado. O objetivo desta dissertação é geral realizar uma reconstrução histórica dos saberes psicológicos contidos nos sermões do jesuíta Antônio Vieira (1608-1697). Procuramos descrever e analisar os conceitos de imaginação e memória e outros conceitos a eles relacionados. Utilizamos como fonte primária a obra de sermões publicada pelo jesuíta em edição moderna. A partir de elementos teóricos retirados seja da História Cultura, seja da História da psicologia, buscamos identificar o contexto de produção e as apropriações feitas pelos sujeitos dos conceitos evidenciados. A leitura dos sermões foi feita a partir da hipótese da unidade teológico-retórico-política de sua matriz sacramental proposta por Alcir Pécora. Os sermões estão embebidos em uma matriz epistêmica de orientação aristotélico-tomista. Trata-se de uma psicologia filosófica que remonta ao mundo helênico, porém no século XVII é perpassada pelo humanismo e cristianismo. Nesta concepção há tanto uma visão de homem (uma antropologia filosófica cristã), como um modelo de funcionamento do que poderíamos chamar de psiquismo, identificado com o termo alma. Segundo o pressuposto da época, potências internas e externas, paixões, apetites, vontade, intelecto e espírito são os elementos que compõem a alma. Imaginação e memória tem influência preponderante nesta dinâmica e no processo persuasivo.
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Neste trabalho utilizamos os sermões do século XVII, de autoria do jesuíta Antônio Vieira (1608-1697), como de fonte de investigação. Nosso objetivo foi indicar saberes psicológicos nestes documentos. Inicialmente, pressupomos que o autor se apropriou da psicologia filosófica aristotélica da época. Analisamos 208 sermões onde foram catalogados e categorizados excerto com ideias ou termos do léxico aristotélico-tomista (tais como memória, imaginação, sentidos internos, sentidos externos, potências da alma, percepção, paixões, abetos, apetites, reminiscência, razão, alma racional, alma sensitiva, alma vegetativa, espírito, vontade, livre arbítrio, etc.). Observamos que os sermões se utilizam da denominada scientia de anima (ciência da alma) do Curso Conimbricense (manual escolar para ensino de filosofia baseado em comentários às obras aristotélicas). A scientia de anima (ciência da alma) é uma área de conhecimento constituída nos séculos XVI e XVII e que produz um modelo psicológico e antropológico (indicando teoria da percepção, das emoções e da cognição). Indicamos também a utilização da retórica como uma teoria dos abetos e instrumento para intervir e organizar a interioridade humana. Observamos também a influência dos Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola, que são a base de uma teoria da imaginação e da reminiscência e de autorreflexão. Assim, os sermões são uma fonte de estudo que indica da presença de uma "psicologia" nos séculos XVII e XVII.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (4)
- Tese (2)
Ano de publicação
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Entre 2000 e 2024
(6)
- Entre 2000 e 2009 (2)
- Entre 2010 e 2019 (4)