A sua pesquisa
Resultados 10 recursos
-
No presente artigo pretendemos apresentar as críticas de Michel Foucault aos modos de articulação entre psiquiatria e poder a partir das análises que se estendem do período de 1973 até 1976, incluindo, principalmente, a obra História da sexualidade: a vontade de saber (1976) e os cursos O poder psiquiátrico (1973-74), Os anormais (1974-75) e Em defesa da sociedade (1975-76). Pesquisando sobre o modo pelo qual a psiquiatria do século XIX e do início do século XX relacionou instinto e hereditariedade a partir da teoria da degenerescência, Foucault pôde conceber essa forma de saber como uma tecnologia biopolítica inserida nas relações de poder próprias do racismo de Estado.
-
Este artigo tem como objetivo chamar a atenção para a efemeridade do conceito de “Biopolítica” nos escritos de Foucault. Valendo-nos do procedimento detetivesco da historiadora Mary Henle, investigamos a emergência, a ascensão, as transformações, o declínio e o desaparecimento deste conceito, principalmente nos cursos Em Defesa da Sociedade (1975-76), Segurança, Território, População (1977-78) e Nascimento da Biopolítica (1978-79). Constatamos que, apesar de sua grande repercussão atual, tal conceito tem vida curta, tendo sua primeira aparição em 1974, sua primeira formulação mais elaborada em 1976 e seu desaparecimento parcial a partir de 1978 e quase total a partir de 1979. Entretanto, longe de desprezar tal conceito por sua curta duração cronológica, o comparamos com o personagem brasileiro Heleno de Freitas - apelidado Gilda - que deixou uma marca intensa na história, apesar de sua breve vida. A partir dessa comparação, concluímos tecendo considerações acerca do estatuto dos conceitos foucaultianos, atentando, principalmente, para seu caráter trágico, estratégico e bélico.
-
Este libro reúne una decena de trabajos recientes sobre prácticas psicológicas, todos ellos con material empírico de carácter etnográfico o historiográfico. Están realizados por un total de veintiún autores y en ocho universidades distintas de Brasil, Chile, Colombia, España y Uruguay. Los precede un capítulo introductorio donde se problematizan las condiciones de posibilidad teóricas y metodológicas para investigar las prácticas psicológicas, entendiéndolas como tecnologías del yo, de acuerdo con el concepto acuñado por Michel Foucault referido a las técnicas de modificación de la subjetividad. Los trabajos abordan varios fenómenos de producción de subjetividad en ámbitos tan significativos como la Psicología clínica, la Psicología educativa, la política social, el psicoanálisis, la Psiquiatría, el tratamiento del autismo, el diseño urbano y lo que desde algunas perspectivas se considera que es un proceso de psicologización general de la sociedad, típico del mundo contemporáneo.
-
O artigo, que se define como trabalho de reflexão, busca discutir o vínculo entre história da subjetividade e história da objetividade, principalmente no que diz respeito aos primeiros laboratórios de psicologia. Entendendo que explorar tal vínculo requer abordagens simétricas na produção do conhecimento, que não supõem corte entre projetos científicos bem sucedidos e malogrados, nos valeremos de referências provenientes dos estudos Ciência-Tecnologia-Sociedade, da epistemologia política (Despret e Stengers), da genealogia da ética (Foucault) e da história da objetividade (Daston e Galison). Partindo de tais referências, abordaremos três grandes tópicos: a) as práticas operadas nos primeiros laboratórios de psicologia; b) a objetividade propiciada por tais práticas; c) as transformações subjetivas pelas quais os psicólogos experimentais deveriam passar visando obter resultados científicos. Na conclusão, avaliamos se é possível dizer que, no treinamento introspectivo, as técnicas de si operam como uma marca distintiva da constituição de um self científico e como um conceito chave para um estudo histórico destes laboratórios psicológicos.
-
O presente artigo tem por objetivo chamar a atenção para as teses históricas presentes na obra de Aron Gurwitsch, assim como discutir a importância das mesmas para o campo da História da Psicologia. Para isso, analisar-se-á seus escritos histórico-epistemológicos iniciais - de 1934, 1935 e 1936 - buscando expor, principalmente, o papel que o processo histórico cumpre em sua argumentação e a narrativa histórica que o autor estabelece acerca do surgimento da Psicologia. Para discutir a importância de tal produção para o campo da História da Psicologia, recuperaremos outras narrativas históricas que - com herança direta ou não - se assemelham em algum nível com as teses propostas por Gurwitsch, tendo especial interesse nos deslocamentos operados e na periodização utilizada. Nesse sentido, serão discutidas as conexões com os trabalhos de Georges Canguilhem (que explicitamente remete sua hipótese ao trabalho de Gurwitsch), Luís Cláudio Figueiredo, Michel Foucault e Bruno Latour. Por fim, discutir-se-á o sentido geral da hipótese apresentada por Gurwitsch e pelos demais autores, além de uma discussão sobre a periodização destas condições de surgimento da Psicologia.
-
This paper aims at discussing the different ways in which subjectivities are produced by psychological practices, with a focus on clinical practice. This research is conceptually based on Isabelle Stengers’ and Vinciane Despret’s Political Epistemology and Bruno Latour’s and John Law’s Actor-Network Theory. For these authors, scientific knowledge is produced not as a representation of reality through well-formed sentences, but as modes of articulation between researchers and investigated entities. To investigate these modes of articulation produced by clinical practices, we observed the modes of articulation present in specific psychological techniques with regard to their users, especially in a therapeutic environment. These techniques follow a wide range of therapeutic approaches (psychoanalysis, cognitive behavioral therapy, Gestalt therapy and institutional analysis) are currently being observed at the DPA (Division of Applied Psychology) at UFRJ (Federal University from Rio de Janeiro) through interviews and an ethnographic approach. Furthermore, we will discuss processes related to interns and patients. With regard to the interns, we observed a very complex and almost impossible mode of negotiation with respect to the practices, concepts and duration of therapy among the therapy groups at DPA. Their education in these different therapeutic approaches can be likened to a process of purification: beyond the discussion of some basic concepts, much of the interns’ education consists in the constant criticism of other approaches. It is also very rare to observe students who practice more than one approach: beyond the pragmatic problem in articulating very different practices, there is a constant process of critique between both groups to which the intern belongs. With regard to patients it was possible to perceive two response patterns: 1) Canonical answers about what therapy is and what its goals are, demonstrating docility regarding the psychologist’s authority. 2) Answers with a more inquisitive position about psychology, with an underlying understanding that it is a way of seeing the world, a philosophy of life, thus presenting a more recalcitrant position. In this case patients link therapy to very diverse practices, and they do so in a very active way, in a process that resembles what Foucault calls the techniques of the self (a group of practices and exercises used actively by someone aiming to transform themselves into an ethical being). We can find such techniques among patients in various practices, e.g. writing in diaries, the singular appropriations of the discourse of the therapists, and even exercises of self-questioning and problematization of the instances of collective life, such as prejudice, stereotypes and subliminal messages. Thus, we can define patients in various ways, but not as passive and patient creatures.
Explorar
Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (6)
- Livro (1)
- Seção de livro (2)
- Tese (1)