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Este trabalho busca caracterizar o surgimento da psicologia e da psicanálise segundo a malha conceitual apresentada na última fase do pensamento foucaultiano, condizente às práticas pelas quais os sujeitos tornam-se sujeitos de si mesmos. Trata-se das tecnologias ou técnicas de si, que são divisíveis em elementos como substância, askesis, práticas de si, e teleologia. A partir destes elementos, são distintos alguns sistemas éticos específicos, como uma ética pagã clássica; uma pagã tardia; uma cristã; e uma moderna. Para o surgimento dos saberes psi, Foucault avalia como crucial a ética cristã, a partir da invenção de uma nova substância ética, os nossos desejos, e de uma nova askesis, a hermenêutica de si. A meta deste pensador é mostrar que esta hermenêutica de si nada possui de universal ou necessário. Esta atitude de estranhamento de si será denominada ontologia histórica de nós mesmos, opondo-se à hermenêutica de si presente nos saberes psi.
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Apesar da enorme variação conceitual ao longo das grandes fases do trabalho de Michel Foucault (arqueológica, genealógica e ética), permanece um tema crítico à psicologia: ela é uma invenção datada, oriunda de práticas específicas. O que varia ao longo dos textos foucaultianos é a determinação destes dispositivos históricos. No caso do período genealógico (anos setenta) podemos encontrar três hipóteses referentes ao surgimento da psicologia, correspondendo às três grandes variações desta fase, cada qual ligada a uma determinada concepção do poder subjacente aos saberes: formas jurídicas; microfísica das relações de força; ou formas de governo. Quanto à psicanálise, sua problematização nesse período é feita em duas etapas: primeiro ao vê-la como uma empreitada de despsiquiatrização parcial do aparato asilar, mas mantendo todos os poderes médicos; e principalmente ao concebê-la como um mero desdobramento do dispositivo da sexualidade e produto do biopoder.
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Este trabalho é uma tentativa de compreensão dos processos de subjetivação (e seus efeitos políticos) envolvidos nos modos de conhecimento dos saberes psi. Para tal, será levantado um conjunto de definições quanto à subjetividade e a seus modos de produção. Em seguida, serão analisadas as contribuições sobre o tema por parte da teoria ator-rede. Mais adiante, serão tomadas dessa teoria algumas diretrizes para possíveis estudos sobre modos de subjetivação engendrados pelos saberes e práticas psi. De modo mais específico, serão trabalhadas as formas com que as pesquisas psi engendram mundos e sujeitos por meio de políticas ontológicas específicas, gerando formas extorsivas ou recalcitrantes de articulação. É nesse aspecto que será feita a discussão dos modos políticos dessas formas de subjetivação.
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O saber psicológico seria produto de sutis mutações de uma experiência originária, ou seria produto de múltiplas combinações históricas casuais e inesperadas? É um consenso entre os historiadores da psicologia o estabelecimento do século XIX como marco institucional do surgimento científico deste saber. Mas um bom número de autores aponta para uma origem remota, como se a psicologia pudesse encontrar, nesta fundação científica, ecos de um saber ancestral. Contudo, é possível pensar de outra forma, apontando para o surgimento da psicologia a partir de condições bem peculiares, surgidas a partir do século XVI, como a de individualização, de uma interioridade, da loucura como doença mental, da infância como estágio de desenvolvimento e da separação mente-corpo. No entanto, resta saber como se dá a cientifização destas experiências, demarcando uma ciência psicológica. Para tanto, serão seguidas as pistas de Michel Foucault (As Palavras e as Coisas, 1966), para o qual esta cientifização só se realizou no século XIX graças a um novo modo de conhecimento em que o Homem foi alçado ao mesmo tempo à condição de objeto empírico por uma série de ciências, e a sujeito fundamentante por uma série de filosofias antropológicas. Seria do cruzamento destas ciências empíricas do homem com as filosofias antropológicas que nasceriam as ciências humanas, como a psicologia. Este duplo aspecto empírico-transcendental da psicologia permitiria que esta não apenas se configurasse como uma ciência empírica “digna de crédito”, mas também como um saber último sobre o homem, acoplando-se às demandas das diversas experiências sociais de base, ao fornecer uma suposta revelação sobre o que há de oculto em nossa interioridade consciente, os determinantes de nossa individualidade, as marcas da alienação em nossa sanidade mental, os traços da infância em nossa vida adulta e os enlaces do corpo em nossa mente.
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- Entre 1900 e 1999 (3)
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