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O presente artigo tem por objetivo chamar a atenção para as teses históricas presentes na obra de Aron Gurwitsch, assim como discutir a importância das mesmas para o campo da História da Psicologia. Para isso, analisar-se-á seus escritos histórico-epistemológicos iniciais - de 1934, 1935 e 1936 - buscando expor, principalmente, o papel que o processo histórico cumpre em sua argumentação e a narrativa histórica que o autor estabelece acerca do surgimento da Psicologia. Para discutir a importância de tal produção para o campo da História da Psicologia, recuperaremos outras narrativas históricas que - com herança direta ou não - se assemelham em algum nível com as teses propostas por Gurwitsch, tendo especial interesse nos deslocamentos operados e na periodização utilizada. Nesse sentido, serão discutidas as conexões com os trabalhos de Georges Canguilhem (que explicitamente remete sua hipótese ao trabalho de Gurwitsch), Luís Cláudio Figueiredo, Michel Foucault e Bruno Latour. Por fim, discutir-se-á o sentido geral da hipótese apresentada por Gurwitsch e pelos demais autores, além de uma discussão sobre a periodização destas condições de surgimento da Psicologia.
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A partir do trabalho genealógico de Foucault sobre as práticas de governo, entendidas como formas de condução da conduta alheia, abre-se um campo possível para o estudo do surgimento e das transformações dos saberes psicológicos e psiquiátricos. Aqui teríamos dois marcos: 1) no século XVI, surgem técnicas de governo baseadas no disciplinamento, o “Estado de polícia”; e 2) no século XVIII novas tecnologias de governo em referências liberais. Neste último marco, a psicologia passa a ter especial importância no século XX, atuando especificamente em sociedades democráticas. Não somente através da disciplinarização dos indivíduos, mas principalmente através da liberdade e da atividade destes. Nosso objetivo é avaliar as práticas e conceitos de cidadania e liberdade no contexto de alguns processos de Reforma Psiquiátrica, especialmente a italiana e a brasileira. Para tal, sustentamos a hipótese de que co-existem neste campo não apenas os antigos dispositivos disciplinares e a resistência a estes, mas modos liberais de gestão.
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O objetivo deste deste artigo é traçar um conjunto de relações possíveisentre a Teoria Ator-Rede, proposta por Bruno Latour e a psicologia. Inicialmenteexpomos de forma breve alguns conceitos-chave do trabalho de Latour, seguido por suas considerações críticas sobre a psicologia. Na seqüência, inspirados nosconceitos expostos na primeira parte, iremos delinear uma análise das características do saber psicológico em sua singularidade, concluindo na reformulação de alguns conceitos básicos deste saber.
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Este artigo pretende estabelecer uma discussão acerca da produção de pioneiros nas narrativas em história da psicologia. Essa discussão historiográfica tem como fio condutor um personagem na história da psicologia no Brasil: o psicólogo polonês Waclaw Radecki (1887- 1953). Por algumas décadas Radecki foi brevemente mencionado nos textos de história da psicologia, mas a partir da década de 1980 foi constituído como um pioneiro da ciência psicológica no Brasil. Desde essa operação histórica, os discursos sobre Radecki passaram a atribuir a este personagem um papel de relevo na história da psicologia. Analisamos o caso de Radecki por meio de outro personagem, Wilhelm Wundt, considerado pela historiografia clássica como “pai” da psicologia experimental. Neste caso, propomos que Radecki tenha sofrido um processo semelhante, na medida em que as narrativas o consideram um pioneiro da psicologia no Brasil. A discussão do texto finaliza problematizando uma historiografia que produz e pavimenta as suas narrativas com os seus respectivos heróis e pioneiros, e que narra um percurso histórico da psicologia em direção a uma suposta autonomia e progresso científico, atentando para a possibilidade de se construir outras histórias que fujam desta narrativa épica.
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Tipo de recurso
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Ano de publicação
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