A sua pesquisa
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As transformações urbanas operadas no corpo da cidade, os modos de objetivação engendrados nas práticas cientificistas e a literatura militante de Lima Barreto são as conexões delineadas por este trabalho quando decide investigar o panorama do Rio de Janeiro nos anos iniciais da modernização republicana. Tal via de pesquisa implica a utilização de recursos transdisciplinares na travessia de diferentes discursos, o que resulta na formulação de uma cartografia do romancista muito diferente das identidades já dadas por historiadores e pelas análises literárias mais conhecidas. Assumir esse percurso exige imbuir-se do pensamento da diferença, tanto nas interrogações foucaultianas da história quanto nas problematizações deleuzianas frente à arte literária, considerando que ambas as perspectivas convergem para a construção de um pensamento que se dedica a interrogar os modos de subjetivação – objetivo central deste trabalho. Captar as experimentações estéticas de Lima Barreto incita este trabalho a nuançar as saborosas ousadias do escritor. Assim, tateando suas linhas, pretende-se explorar a potência do texto barretiano em diagnosticar as agruras de uma conturbada sociabilidade, além de destacar a maneira como ele operava uma analítica das práticas sócio-discursivas-modernizantes importadas por setores da elite e implementadas pelas camadas dirigentes na cidade de feições marcadamente coloniais. Deve-se ressaltar que os escritos do romancista/cronista/contista... devem ser entendidos como uma região de acontecimentos a reverberar sentidos em uma literatura militante – máquina de guerra literária barretiana. Desse modo, as iluminações que a obra-vida de Lima Barreto suscita tornam também possível interrogar a maneira clássica de operar a noção de subjetividade, descortinando um possível para o pensamento em psicologia.
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A presença da massa urbana do Rio de Janeiro nos romances de Lima Barreto suscita diferentes interpretações sobre as sensibilidades que se cruzavam nos anos iniciais do século XX. Focalizar as interferências que a escrita barretiana provocou na cena literária carioca no período da Belle Époque tropical permite explicitar o feixe de relações que preenchem as formas hegemônicas que vigoravam naquela sociedade, bem como as resistências que se operavam naquele diagrama de forças. Tal caminho de investigação dispara um minucioso entendimento acerca das potências de vida que metamorfoseiam fluxos de campo social em partículas de afeto pela cidade e pela escrita. Aproximando o conceito de massa de Elias Canetti da noção de multiplicidade de Gilles Deleuze, este trabalho situa a literatura de Lima Barreto como intercessora de um estudo interessado em traduzir um outro entendimento das forças desejantes, afirmando, assim, uma perspectiva política da subjetividade.
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Gilles Deleuze e Félix Guattari apresentam as multiplicidades intensivas e o corpo sem órgãos como conceitos relevantes da esquizoanálise. Esse conjunto abstrato, constantemente afetado por forças em contínua variação, gera uma zona de indeterminação capaz de favorecer a invenção de sentidos e a expansão da vida. Tal entendimento aproxima produção desejante e criação – noções preciosas quando se trata de pensar a intervenção clínica em psicologia.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (3)
- Seção de livro (1)
Ano de publicação
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Entre 2000 e 2024
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- Entre 2000 e 2009 (3)
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Entre 2010 e 2019
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- 2019 (1)