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Ao modo de ensaio científico-mito-poético, que deve ser lido literalmente, narra-se a emergência, em um tempo não cronológico, da visão de um filósofo, por meio de uma bio-bibliografia de seu próprio aprendizado, utilizando-se de fragmentos de uma memória intensiva, sub-representativa, ígnea. Para tanto, inspira-se no próprio estilo dos autores citados, que se tornam, por sua vez, personagens conceituais e figuras estéticas que escrevem uma constelação de ideias que prima por diferentes maneiras de se orientar no pensamento. Ao final, tais direções e linhas diferenciais convergem na própria intuição filosófica do vidente-narrador, ao modo de uma memória e profecia impessoal e singular.
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Neste texto tomamos alguns fatos da politização brasileira dos últimos anos como sintomas analisadores para pensarmos os efeitos que retroagem sobre seus contextos de produção e aparecimento, forçando-nos a pensar sobre suas causas e suas consequências. Diante desse cenário, avançaremos nossa análise para pensar não apenas a produção subjetiva atual, mas principalmente para entender o porquê dessa divisão política na contemporaneidade, que chamamos aqui de esquizofrenização. Primeiramente vamos analisar a dualidade do conceito de povo em Agamben, para, em seguida, pensarmos a polaridade da subjetivação, sempre social e histórica, em Deleuze e Guattari, e por fim nos perguntaremos como a Psicologia como ciência e profissão tem sofrido e agido diante dessa transformação política e subjetiva contemporânea, esboçando uma resposta possível para a seguinte questão: a psicologia tem algo a dizer diante dessa divisão subjetiva do povo brasileiro?
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Para pensar a relação entre clínica e política na psicologia brasileira, consideramos importante retomar alguns aspectos da história da psicanálise e de sua chegada no Brasil. Reconhecendo as oscilações clínico-políticas que ocorreram ao longo desse processo histórico, ora produzindo ácidas problematizações, ora recrudescendo em sólidos conservadorismos, recortamos quatro momentos dessa história. Partindo dos textos de Freud sobre a situação social e política de seu tempo, bem como de sua condição de exilado político no final da vida, passando por Lacan que se autodenominou excomungado após sua expulsão da IPA e fundou uma nova experiência político-institucional em sua escola, sem deixar de mencionar Deleuze e Guattari em suas contundentes críticas à psicanálise, chegaremos ao Brasil e veremos que, através de grupos heterogêneos, a psicanálise se mostra eminentemente política – seja através do caráter conservador sustentado por determinados grupos, seja através de seu caráter problematizador sustentado por outros grupos.
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Tentamos responder a uma única questão, que se coloca duplamente, problema a nosso ver central para a Psicologia: qual o estatuto ontológico do pensamento? Assim, igualmente: qual o estatuto ontológico do psiquismo? Se a subjetividade ou o espírito, seja como psiquismo (afetos, devires, alma) ou pensamento (ideias, representações, mente) é algo, e sabemos não se confundir com o corpo presente ou o cérebro (imagens atuais), o que é ela então? Construindo um recorte perceptivo onde possa emergir a intuição que nos permita responder a essa colocação de problema, buscamos na primeira dissertação da tese, tendo por eixo uma análise de fato, desenhar a gênese da subjetivação coletiva em nosso presente. O psiquismo no capitalismo globalizado deslizaria rumo à esquizofrenização, que nada mais é que o crescente despertar intuitivo da subjetividade em virtude de um aumento de potência dos coletivos humanos (virtualização) que tende a uma mudança de forma, a encarnação de uma nova visão de si e do mundo: a superação da transcendência (divisão entre os modos de ser ou indivíduos por representações fixas, simétrica à sensação de separação entre o indivíduo e seu meio), ou seja, um mergulho na imanência ou reconexão com o Todo coletivo e comum, Virtual. Na segunda dissertação, avançaremos a problematização em direção a uma análise de direito, partindo da ontologia spinozista (ser da Natureza) e da metafísica bergsoniana (colocar os problemas em termos temporais, processuais, e não espaciais, fixos), ao interrogar-se sobre a natureza desse comum, o Virtual ou atributo Pensamento, no qual o atributo Extensão ou Atual seria apenas um recorte para uma consciência qualquer dessa duração indivisível comum (seleção que constitui seu interesse ou resolução do problema da vida). Nesta relação que constrói ao mesmo tempo a subjetividade (visão de mundo, Espírito) e a objetividade (Mundo ou a visão de uma subjetividade), demonstra-se que o que tomamos como matéria é apenas uma abstração de forma espacial-geométrica, quantitativa, desse fluxo vital que, no Tempo (Acontecimento, Ato Puro, Verbo), é um todo, um bloco de forma temporal-afetiva, qualitativa. Assim, nossa tese ou hipótese: (1) toda psicologia é de direito (gênese, virtualidade) e de fato (prática, atualidade) uma psicologia social, seu tecido comum é o Pensamento, construído concretamente e permanentemente em redes vivas de comunicação diferencial, criativas, pois tendem por sua própria natureza temporal ao aumento de potência (alegria) segundo sua duração singular imanente − interdito à Moral como forma transcendente, que pela sua assimetria é sempre um problema mal colocado; e (2) que a visão do Virtual não apenas evidencia um novo ponto de vista da psicologia, mas coloca em questão o paradigma científico-político-noético hegemônico, voltado para o presente e o corpo, a vida como signo ou representação (análise e julgamentos, crítica), para dar visibilidade a um saber do sentido da vida, voltado para o Espírito, a imanência presente do passado (Memória) e do futuro (Criação); um saber que não nega ou negligencia o corpo, mas, ao contrário, o eleva à enésima potência de vida como pensamento e ação, reconectando todo corpo individual e presente ao corpo comum coletivo e histórico do qual jamais pode ser separado.
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