A sua pesquisa

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  • O objetivo desta pesquisa foi estudar como membros e familiares de uma comunidade judaica brasileira vivem a memória coletiva e o que isso significa em suas vidas cotidianas, visando apreender o processo de constituição da identidade individual. De acordo com Maurice Halbwachs, a memória possui ao mesmo tempo um caráter individual e um coletivo, sendo modelada pela família e pelos grupos sociais. Foram colhidos depoimentos pelo método da história oral de 13 pessoas provenientes de cinco famílias descendentes de judeus que imigraram para o Brasil. Nos relatos nota-se a riqueza da diversidade e da semelhança: são pessoas da mesma família ou de famílias diferentes, que percebem e elaboram a experiência de suas famílias de modos distintos, particulares, complementares e às vezes parecidos. O material encontrado enriquece a análise e favorece a reflexão. The collective memory in families from the Sociedade Israelita de Ribeirão Preto - Abstract: The aim of this research was to study how members and relatives from a Brazilian Jewish community live the collective memory and what it means in their everyday lives, in order to apprehend the process of individual identity constitution. From the perspective of Maurice Halbwachs memory has both an individual and a collective character, being partly shaped by both family and social groups. Testimonies were collected by the method of oral history, from 13 members of five families of Jewish descent who immigrated to Brazil. In the interviews we noticed a wealth of diversity and similarity: they are people from the same family or different families, who realize and elaborate their families experience in different, particular, complementary and sometimes similar ways. The material found enriches the analysis and encourages reflection.

  • O objetivo desta pesquisa foi o de abordar o tema "trauma e memória" na literatura de autores judeus da Psicologia, que viveram na Europa no período da Segunda Guerra Mundial/Holocausto; e analisar possíveis repercussões do trauma em suas vidas e teorias. O trauma psicológico é relacionado à vida de todo ser humano e tem merecido maior atenção de diversas disciplinas. Violência, catástrofes e más condições de vida afetam a vida de muitos direta e indiretamente. Os autores escolhidos foram Kurt Lewin, Viktor Frankl e Bruno Bettelheim. Utilizou-se o método historiográfico, especificamente da área de história da psicologia. Os resultados apontaram que a situação traumática vivida modificou a maneira desses autores se posicionarem na teoria elaborada e na vida. Nos relatos encontram-se recursos pessoais, de teor psicológico e cultural, utilizados para vivenciar ou superar o trauma. Em suma, existe uma significativa relação dos estudos por eles realizados com a vivência do trauma.

  • As mutações da sociedade atual e a aceleração do tempo histórico levam a um impulso de coesão com e no passado, de arraigo às origens, buscando pistas de identidade contidas nesse passado coletivo. Os fenômenos da globalização parecem conduzir a uma necessidade de enraizamento e de continuidade; necessidades preenchidas pela memória. Esta, na perspectiva de Maurice Halbwachs, possui ao mesmo tempo um caráter individual e um coletivo, sendo, em parte, modelada pela família e pelos grupos sociais. Revela tanto aspectos da identidade pessoal como social e aponta qual lugar os indivíduos e os grupos ocupam na sociedade. A tradição judaica é a tradição da memória por excelência e a história do povo judeu ilustra os mecanismos da memória e da lembrança. Nesta tradição os rituais e os relatos são canais que transmitem a memória através dos tempos. O objetivo desta pesquisa foi estudar como membros e familiares de uma comunidade judaica vivem a memória coletiva e o que isso significa em suas vidas cotidianas, visando apreender o processo de construção da identidade individual. Entrevistamos 13 pessoas, de cinco famílias diferentes, descendentes de judeus que imigraram para o Brasil. O contato foi proporcionado pela Sociedade Israelita de Ribeirão Preto. Para entrevistar, utilizamos o método da história oral, uma narrativa linear e individual do que os participantes consideram significativo. Neste método, a memória é uma forma de evidência histórica e deve ser analisada como tal. Considerando que na memória as pessoas constroem um sentido do passado, a reflexão ocupa um lugar fundamental para a ressignificação deste passado recordado. As entrevistas, gravadas e transcritas, são apresentadas na íntegra. Os participantes são categorizados em grupos, por família e grau de parentesco. Família 1: Maria (filha), Fernando (neto) e Calebe (neto); Família 2: Patrícia (filha) e Iracy (neta); Família 3 : Antônio (filho), Josy (neta) e Alex (neto); Família 4: Vânia (filha) e Talita (neta); Família 5: Zélia (filha), Daniel (neto) e Raquel (neta). Os nomes são fictícios visando preservar sua identidade. Nas entrevistas notamos uma riqueza pela diversidade e semelhança: são pessoas da mesma família ou de famílias diferentes, que percebem e elaboram a experiência de suas famílias de modos distintos, particulares, complementares e às vezes parecidos, que enriquece a análise e favorece a reflexão, servindo de modelo para alguns aspectos da vida. Também percebemos um processo de construção da identidade: necessidade de contar ou silenciar; como enfrentam eventos traumáticos; como preservam ou não a religião e as tradições; as mudanças ao longo das gerações; a relação com o trabalho e o meio em que vivem; os valores herdados e transmitidos para as próximas gerações, entre outros aspectos que surgiram nas narrativas. O conceito de memória coletiva iluminou a maneira de olharmos para os participantes e seus relatos. Possibilitou que notássemos o que ficou do passado no grupo estudado e o que o grupo fez com o passado. Mais do que conclusões ou pressupostos, alertamos que as entrevistas possuem infindáveis conteúdos para serem explorados e apenas alguns destes aspectos foram abordados neste estudo.

  • Historiadores do presente utilizam diversas fontes para reconstruir o passado. Através da história oral podem, inclusive, elaborar os documentos que irão analisar. Este artigo apresenta três pesquisas que utilizaram a metodologia da história oral aplicada a três diferentes objetos: 1) o reconhecimento da importância de uma psicóloga brasileira, 2) a percepção do trabalho realizado por funcionários em instituições de educação infantil e 3) a ressignificação da experiência de um judeu sobrevivente da Segunda Guerra Mundial por seus descendentes. Ao dar enfoque às pessoas em seus contextos sociais e culturais próprios, cada trabalho produziu uma escrita histórica que valoriza diversos aspectos da cultura e das relações interpessoais, reconhecendo que o indivíduo é sujeito de um processo histórico. As três pesquisas evidenciam a fecundidade do uso da história oral para a valorização da memória dos entrevistados e para a elaboração de documentos que podem auxiliar na construção do presente e do futuro.

Última atualização da base de dados: 19/11/2024 09:57 (UTC)

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