A sua pesquisa
Resultados 12 recursos
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Objetiva-se analisar as produções sobre a abordagem centrada na pessoa (ACP) segundo a sua circulação em periódicos brasileiros, nos anos de 2002 até 2014. Foi realizado uma revisão sistemática nas bases de dados eletrônicas do SciELO e do PePSIC, utilizando diversos descritores referentes a abordagem. Foram encontrados 58 artigos. Os resultados apontam para: constância de produções em 2005-2014; concentração de publicações em dois periódicos de orientação humanista; predominância de autores e universidades cearenses; produções desenvolvidas principalmente na região Nordeste; hegemonia de produções teóricas em sobreposição aos estudos empíricos; destaque dado para discussões clínicas e históricas; apropriação da Fenomenologia filosófica e empírica para desenvolver a ACP. A continuidade do movimento de ascensão/renascimento da ACP no Brasil é questionada. Em conclusão, este estudo oferece uma compreensão de certos aspectos ACP brasileira e aponta outras possibilidades de pesquisa sobre a sua circulação.
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Objetivou-se revisitar a relação de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia na Psicologia estadunidense, empregando a noção historiográfica de recepção para investigar o que foi contatado por ele, em seus aspectos históricos internalistas e externalistas. Baseados nas menções de Rogers à Fenomenologia, identificaram-se sete momentos característicos de tal relação, entre 1940-1970. Como resultado, foi constatado que a Fenomenologia que Rogers menciona não é a oriunda da Filosofia europeia, mas advém de um paradigma de ciência alternativo ao positivismo hegemônico no behaviorismo. No contexto clínico, Rogers percebeu implicações desse movimento para o desenvolvimento de pesquisas e intervenções sobre o self. No campo filosófico, ele esboçou uma teoria do conhecimento baseada na experiência tácita e pré-conceitual. Na pesquisa, ele foi simpático ao desenvolvimento de investigações fenomenológicas empíricas, mas não chegou a desenvolver uma. Conclui-se que a Filosofia fenomenológica não influenciou diretamente Rogers, mas o movimento fenomenológico na Psicologia estadunidense sim.
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Analisamos a relação de Carl Rogers com a Fenomenologia segundo uma perspectiva historiográfica que examina a ocorrência de citações e referências que ele fez a filósofos de orientação fenomenológica. As obras de Rogers foram organizadas em ordem cronológica de publicação e lidas conforme as técnicas de leitura seletiva e interpretativa. Rogers mencionou cinco filósofos de orientação fenomenológica: José Ortega y Gasset, Paul Tillich, Simone de Beauvoir, Maurice Merleau-Ponty e Martin Heidegger. Destes, somente Heidegger é efetivamente trabalhado em um texto sobre o ensino e os demais filósofos procedem de indicações e citações de outros autores. Nos livros em que Rogers referencia esses filósofos não há nenhuma discussão sobre a Fenomenologia; porém, há textos em que Rogers disserta sobre a Fenomenologia sem citar fenomenólogos. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, a qual ele teve ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e estudos da personalidade. A despeito disso, desenvolve-se no Brasil um movimento pós-rogeriano de orientação filosófica fenomenológica. Ponderamos, finalmente, algumas observações sobre o que distingue o movimento brasileiro daquele paradigma contatado por Rogers nos EUA.
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Tese dividida em quatro estudos, cujo eixo central é o entendimento de que toda Psicologia é local e expressa em seu respectivo contexto de desenvolvimento uma hibridização que depende dos seus processos históricos de recepção e circulação. Aplicou-se esse entendimento ao argumento de que a Psicologia Humanista de Carl Rogers, em seu desenvolvimento nos EUA e no Brasil, foi sensível a esses processos, havendo especificidades que os distinguem em cada localidade. A perspectiva que se escolheu para investigar tal argumento ocorreu mediante as relações da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) com a Fenomenologia. Ressalta-se que todos os estudos são independentes, entretanto cada qual versa historicamente essa perspectiva ao seu modo. O primeiro estudo tem um cunho teórico sobre a noção de recepção e circulação e suas implicações para pesquisas históricas em Psicologia. O segundo estudo se inspira na abordagem historiográfica de Josef Broek para analisar as diversas relações que Rogers estabeleceu com a Fenomenologia. Para isso, o estudo 2 se divide em duas análises: a primeira levanta o número de filósofos citados e referenciados por Rogers ao longo de suas obras; a segunda examina sete momentos relacionais de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia pela Psicologia estadunidense, nas décadas de 1940- 1960. Rogers, efetivamente, somente citou e referenciou 1 fenomenólogo, Martin Heidegger. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, que ele viu com ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e de estudos da personalidade. O terceiro estudo, novamente inspirado pela historiografia de Broek, divide os momentos de recepção da Psicologia Humanista de Rogers no Brasil, de 1945 a 1990, analisa as obras rogerianas traduzidas para o português brasileiro, nos anos de 1970-2000, e realiza um levantamento bibliográfico para entender o tipo de ACP que circula em periódicos brasileiros, de 2002 até 2014. Os resultados do estudo 3 apontam que: a ACP de orientação fenomenológica se estabeleceu em um período de crise, no final da década de 1980; atualmente, há uma escassez de produção de artigos sobre Rogers; existe uma hegemonia de produções teóricas e clínicas; a ACP brasileira se distingue da ACP de Roger por concretizar uma relação com a filosofia fenomenológica europeia em suas discussões teóricas. O quarto estudo reflete, a recepção e circulação da noção rogeriana de consciência na ACP brasileira de linhagem fenomenológica. Aponta-se para o cenário brasileiro, onde existe uma tensão epistemológica em aproximar da Psicologia Humanista de Rogers a Fenomenologia, pois a ideia rogeriana de consciência procede de uma base pragmatista-funcionalista que difere do esteio fenomenológico; entretanto, historicamente, é possível entender essa relação em termos de um desenvolvimento local. No transcurso dos estudos, concluiu-se que há uma série de potencialidades teórico-conceituais na aproximação da ACP com a Fenomenologia. A atitude historiográfica sobre essa relação possui, em seu cerne, um aspecto compreensivo as dimensões locais que afetam historicamente a Psicologia Humanista de Rogers e a ACP brasileira.
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Segundo uma perspectiva historiográfica, objetivamos (re)organizar, revisitar e refletir a recepção e circulação da psicologia humanista de Carl Rogers no Brasil. Inicialmente, apresentamos os conceitos de recepção e circulação e suas implicações para uma história da psicologia em contexto. Posteriormente, revisamos quatro momentos históricos de recepção e circulação de ideias rogerianas no Brasil, a saber, pré-história (1945-1976), fertilização (1977-1986), declínio (1987-1989) e ascensão / renascimento (1990 em diante). Em seguida, analisamos as traduções das obras de Rogers para o português brasileiro, especificando como elas contribuíram para essa recepção e circulação, nas décadas de 1970-2010. Refletimos que, atualmente, no Brasil, há poucos livros de Rogers em edição e existem algumas obras metodológicas, autobiográficas e clínicas que não foram traduzidas. Decorrem disso uma dificuldade no acesso total dos planos de pesquisa e de fundamentação teórica, clínica e educacional de Rogers, além do conhecimento parcial da vida e da obra desse autor, conforme as suas narrativas. Argumentamos, finalmente, que esses aspectos contribuíram para o desenvolvimento de uma abordagem centrada na pessoa com especificidades locais, sobretudo, fenomenológico-existenciais.
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Este artigo propõe apresentar, didaticamente, a História da Psicologia em Contexto como uma linha de pensamento que contribui para o desenvolvimento metodológico de pesquisas historiográficas. Essa perspectiva histórica circunscreve uma discussão que centra atenção nos elementos que constituem um conhecimento psicológico e possibilitam suas extensões e apropriações em outros contextos, enaltecendo suas localidades e especificidades em relação a sua matriz. Descrevemos a História da Psicologia em Contexto em relação: às fundações teóricas que definem a sua linha de pesquisa; aos conceitos que adornam os estudos de um conhecimento psicológico, a saber, geografia intelectual central e periférica, recepção e indigenização; às suas implicações metodológicas. Por fim, consideramos as potencialidades da História da Psicologia em Contexto.
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É possível identificar, na teoria de Carl Rogers, diversas influências que merecem ser revisitadas. É sabido que ele foi um pensador atento ao contexto de ideias que afetaram a cultura acadêmica estadunidense. Tal atenção dialoga com a complexidade de diversas influências sobre sua obra. Este artigo objetiva analisar algumas ideias psicológicas e filosóficas que influenciaram Rogers. Entende-se que exerceram influências diretas no pensamento rogeriano: o Funcionalismo de John Dewey, Leta Hollingworth e Kurt Goldstein; e o Pragmatismo de John Dewey e William Kilpatrick. Segundo uma perspectiva metodológica histórica-crítica, elucida-se como cada perspectiva de influência se desenvolveu nos EUA, nas universidades de Chicago e de Columbia. Em seguida, identificam-se os aportes contatados e elaborados por Rogers de cada expoente mencionado. Constata-se que essas apropriações, embora pontuais, foram importantes para a circulação de Rogers no contexto acadêmico estadunidense. Contudo, incorre equívoco afigurar Rogers, exclusivamente, como um psicólogo funcionalista ou pragmatista, dado que ele não deu continuidade a essas perspectivas. O estudo, finalmente, destaca a necessidade de aprofundar investigações sobre outras bases históricas de influência na teoria rogeriana.
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Estudo teórico que aborda, em uma revisão narrativa, a noção rogeriana de consciência, relacionando-a com o seu contexto estadunidense de ideias psicológicas, procedente de William James, e a apropriação do legado de Carl Rogers no Brasil, a partir de uma estirpe fenomenológica. Nesse sentido, apresentamos as noções de consciência nas teorias de Carl Rogers, William James e Edmund Husserl. Em seguida, discutimos as controvérsias e as possibilidades que tal apropriação provoca no desenvolvimento brasileiro da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), em relação: aos aspectos funcionais e intencionais da consciência; as perspectivas empíricas e transcendentais da pessoa; as possibilidades de uma abordagem fenomenológica da ACP; as dimensões locais da ACP; ao risco de assumir uma postura avessa aos rogerianismos. Concluímos que essa reflexão problematiza e aprofunda elementos teóricos concernentes à Psicologia de Rogers; e compreende o desenvolvimento e a hibridização desse conhecimento no Brasil, de modo a refletir suas extensões.
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We aim to reflect on how the INEP’s censuses may provide a criterion to analyze the professional education of psychologists in Brazil. We established a methodological strategy based on bibliographic-research and document analysis. We contextualized the INEP’s emergence and its logic of establishing higher education census through the figures of Lourenço Filho and Anísio Teixeira, their stays at Columbia University and appropriations of psychological, educational and administrative ideas. We examed such censuses, between 1940-2010, to understand the educational expansionism and professional education of psychologists. In the 2020 census, we observe: predominance of private courses over public ones; educational expansion in inland courses; expression of a commodified Psychology; discrepancy between the Bachelor’s and the Teaching License Degree in the education of psychologists; equivalence and reduced offers of Psychology Degree courses in public and private education. We conclude that the analysis undertaken helps to understand the psychologist professional education field in its historical, political, statistical, social and educational nuances.
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Este artigo, de cunho ensaístico e histórico, objetiva revisitar didaticamente alguns aspectos presentes no contexto estadunidense de ideias psicanalíticas que influenciaram Carl Rogers, durante a composição da terapia centrada no cliente, nas décadas de 1920 - 1950. Rogers indicou, especificamente, influências das psicanálises neofreudianas de Otto Rank e Karen Horney. Destarte, disserta-se sobre os momentos históricos do surgimento da psicanálise nos EUA. Em seguida, aprofundam-se algumas concepções clínicas de Rank e Horney. Finalmente, demarca-se o que Rogers contatou e apropriou das ideias desses psicanalistas. Conclui-se que Rogers esteve atento aos debates psicoterapêuticos estadunidenses e que estes o ajudaram a compor elementos da terapia centrada no cliente. Apontam-se, finalmente, outras possibilidades de estudos sobre o legado de Rogers.
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Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (9)
- Seção de livro (2)
- Tese (1)
Ano de publicação
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Entre 2000 e 2025
(12)
- Entre 2010 e 2019 (9)
- Entre 2020 e 2025 (3)