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O trabalho traça uma história das relações entre Psicologia e Saúde no Brasil, notadamente no Rio de Janeiro, discorrendo sobre os primeiros momentos dessa prática, envolvendo testes psicológicos e psicodiagnóstico, até o início da prática clínica. Observa-se que esta se situa inicialmente em instituições de saúde para, somente a partir da década de 1970, consolidar-se na clínica privada. Faz-se referência às diferentes linhas/abordagens existentes, como a Psicologia Hospitalar, a Psicologia da Saúde, a Saúde Mental, a Psicossomática, para situar a diversidade presente em uma das mais antigas e, ao mesmo tempo, mais recentes áreas da Psicologia. ]
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Problemas decorrentes do uso/abuso de álcool e outras drogas agravam-se continuamente. Existem, atualmente, medidas polêmicas que visam a soluções imediatas, como o financiamento público das comunidades terapêuticas. Analisam-se, aqui, possíveis aproximações do legado higienista do início do século XX em questões que envolvem o uso/abuso de substâncias psicoativas com as propostas de intervenção das comunidades terapêuticas atuais. Realizou-se pesquisa com fontes primárias, inspirada na vertente do materialismo histórico. Entende-se que os problemas decorrentes do uso/abuso de drogas continuam deixando o ônus maior aos usuários, às pessoas ao redor e à saúde pública.
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Objetiva-se analisar as produções de Psicodrama em periódicos brasileiros. O método utilizado foi a revisão sistemática de literatura sobre 98 artigos, publicados em 1996-2014, organizados nas seguintes categorias: ano, tipo de produção, área de discussão, periódico e filiação institucional. Os resultados demonstram: intensificação de produções em 2011-2014, predominância de artigos teóricos, hegemonia de discussões clínicas, concentração de publicações em um periódico e ampla difusão de filiações nacionais e estrangeiras relacionadas aos autores que produziram artigos sobre o Psicodrama. Conclui-se que o Psicodrama tem circulado em meios de divulgação acadêmica no Brasil, ampliando a herança de Jacob Moreno concernente à interface entre conhecimento prático e conhecimento científico.
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O estudo examina as relações entre fenomenologia e psicologia experimental no início do século XX para definir origem, especificidade e abrangência do termo fenomenologia experimental. Inicia com a indicação de que o termo está associado a Carl Stumpf em Berlim. A seguir, acompanha as relações conturbadas entre Husserl e o Departamento de Psicologia da Universidade de Göttingen. Na sequencia constata a influência frutuosa da fenomenologia na psicologia experimental da Universidade de Würzburge na psicologia gestaltálticade Max Wertheimer. A fenomenologia experimental continuou pelos meados do século XX com repercussões na psicologia ecológica de James Gibson. Embora Husserl tenha se distanciado da psicologia experimental, a fenomenologia experimental prosseguiu sem seu aval, subsidiando na atualidade as ciências cognitivas e as neurociências.
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O artigo explora a relação entre Fenomenologia e Ciências Cognitivas a partir da literatura internacional denominada naturalização da fenomenologia. São discutidas as tendências de pesquisa na área. O estudo contrasta a pesquisa com métodos introspectivos da metodologia básica em Ciências Cognitivas e Fenomenologia Experimental. Nas tendências de naturalização da Fenomenologia, destaca-se a Fenomenologia front-loaded, caracterizada como um tipo de fenomenologia experimental, que utiliza a fenomenologia filosófica para informar e redefinir desenhos experimentais na pesquisa com processos psicológicos básicos. A prerrogativa do modelo front-loaded é o fomento de variações experienciais em seres humanos, por meio de ilusões perceptivas e desempenho cognitivo, sob condições de controle experimental. Ao final, são discutidos os limites da relação entre Fenomenologia e Ciências Cognitivas, apontando a distinção necessária entre Fenomenologia como ciência de fundação e Fenomenologia como pré-ciência experimental aberta ao diálogo interdisciplinar.
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O artigo analisa a natureza cognitiva e fenomenológica da consciência, iniciando pelas condições fenomenais e concluindo pelas atividades proposicionais cognitivas. Seu objetivo é apontar limites e potenciais do método fenomenológico. Assim, examinam-se os conceitos de fluxo de vivência, modelo intencional de fluxo, e veracidade da autoevidência para especificar o problema do método. Argumenta-se que a atividade reflexiva é limitada, não sendo capaz de abarcar o conjunto flutuante de significados e vivências em suas margens no fluxo. Lida-se com os limites atentando-se para os dois movimentos reflexivos: 1) o progressivo que conduz à descrição pontual e exaustiva dos elementos estáticos e noemáticos da experiência; e 2) o regressivo que explora as origens, expectativas, potencialidades e falhas da atividade intencional. Conclui-se que o método fenomenológico, apesar dos limites, é recurso valioso para orientar o pesquisador em como pensar (condição noética, genética, egoica, regressiva) o próprio pensamento (condição noemática, estática, conteudística, progressiva).
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Tese dividida em quatro estudos, cujo eixo central é o entendimento de que toda Psicologia é local e expressa em seu respectivo contexto de desenvolvimento uma hibridização que depende dos seus processos históricos de recepção e circulação. Aplicou-se esse entendimento ao argumento de que a Psicologia Humanista de Carl Rogers, em seu desenvolvimento nos EUA e no Brasil, foi sensível a esses processos, havendo especificidades que os distinguem em cada localidade. A perspectiva que se escolheu para investigar tal argumento ocorreu mediante as relações da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) com a Fenomenologia. Ressalta-se que todos os estudos são independentes, entretanto cada qual versa historicamente essa perspectiva ao seu modo. O primeiro estudo tem um cunho teórico sobre a noção de recepção e circulação e suas implicações para pesquisas históricas em Psicologia. O segundo estudo se inspira na abordagem historiográfica de Josef Broek para analisar as diversas relações que Rogers estabeleceu com a Fenomenologia. Para isso, o estudo 2 se divide em duas análises: a primeira levanta o número de filósofos citados e referenciados por Rogers ao longo de suas obras; a segunda examina sete momentos relacionais de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia pela Psicologia estadunidense, nas décadas de 1940- 1960. Rogers, efetivamente, somente citou e referenciou 1 fenomenólogo, Martin Heidegger. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, que ele viu com ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e de estudos da personalidade. O terceiro estudo, novamente inspirado pela historiografia de Broek, divide os momentos de recepção da Psicologia Humanista de Rogers no Brasil, de 1945 a 1990, analisa as obras rogerianas traduzidas para o português brasileiro, nos anos de 1970-2000, e realiza um levantamento bibliográfico para entender o tipo de ACP que circula em periódicos brasileiros, de 2002 até 2014. Os resultados do estudo 3 apontam que: a ACP de orientação fenomenológica se estabeleceu em um período de crise, no final da década de 1980; atualmente, há uma escassez de produção de artigos sobre Rogers; existe uma hegemonia de produções teóricas e clínicas; a ACP brasileira se distingue da ACP de Roger por concretizar uma relação com a filosofia fenomenológica europeia em suas discussões teóricas. O quarto estudo reflete, a recepção e circulação da noção rogeriana de consciência na ACP brasileira de linhagem fenomenológica. Aponta-se para o cenário brasileiro, onde existe uma tensão epistemológica em aproximar da Psicologia Humanista de Rogers a Fenomenologia, pois a ideia rogeriana de consciência procede de uma base pragmatista-funcionalista que difere do esteio fenomenológico; entretanto, historicamente, é possível entender essa relação em termos de um desenvolvimento local. No transcurso dos estudos, concluiu-se que há uma série de potencialidades teórico-conceituais na aproximação da ACP com a Fenomenologia. A atitude historiográfica sobre essa relação possui, em seu cerne, um aspecto compreensivo as dimensões locais que afetam historicamente a Psicologia Humanista de Rogers e a ACP brasileira.
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