A sua pesquisa

Tipo de recurso
  • Uma biografia científica é geralmente escrita com o objetivo de interpretar tanto o caráter mutante da prática científica quanto as características individuais dos cientistas. Pela identificação dos interesses pessoais de cientistas pode ocorrer uma mudança no modo como a ciência é entendida. O objetivo do presente trabalho é analisar o desenvolvimento da ciência e da psicologia no Brasil tendo a biografia científica de Carolina Bori como ponto de partida. Escrever sobre Carolina Martuscelli Bori é escrever sobre uma pesquisadora que teve um grande impacto sobre o desenvolvimento científico no Brasil. Pode-se dizer que mesmo depois de sua morte a memória de Carolina Bori influencia pesquisas, planejamento de cursos, debates sobre ciência, etc. Exemplos disso incluem os pelo menos 11 artigos sobre ela, escritos entre 2004 e 2012. Além disso, ela já havia sido homenageada com uma edição especial da revista Psicologia USP. Para atingir este objetivo, foi necessário reunir informações sobre ela disponíveis nesses materiais, em depoimentos de uma sobrinha dela, uma funcionária da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, e de 15 pesquisadores de diferentes áreas que trabalharam com ela. Utilizou-se, também, cartas pessoais que ela trocou com o psicólogo estadunidense Fred S. Keller (1899-1996), que se tornou um mestre e amigo pessoal, bem como nos artigos assinados por ela. Carolina Martuscelli nasceu em São Paulo em 4 de janeiro 1924 e era a filha mais velha de suafamília, entre outros quatro filhos. Seu pai era italiano e sua mãe era brasileira. Frequentou uma escola alemã desde os seis anos de idade e formou-se como professora. Como pedagoga, estudou motivação do ponto de vista Gestalt sob orientação de Tamara Dembo durante seu mestrado nos Estados Unidos, e com Annita Cabral durante seu doutorado, no Brasil. No início de 1950, Carolina se casou com um italiano, cujo nome de família ela assumiu e com quem teve um filho. Eles se divorciaram alguns anos após o nascimento de seu filho, mas ela manteve o nome de casada. Depois de um problema pessoal com a chefe da cadeira onde trabalhava, Carolina Bori foi afastada da universidade. Na ocasião, Bori foi convidada para coordenar o departamento de psicologia do curso de pedagogia em Rio Claro. Durante esse tempo, ela foi aluna de Fred S. Keller, e, juntos, escreveram os primeiros trabalhos em um campo que desenvolveram no Brasil e que alguns psicólogos ofereceram resistência. Em 1962, ela foi convidada para criar e coordenar o departamento de psicologia da Universidade de Brasília, na capital brasileira recém-fundada. O curso, com base na experimentação e técnicas comportamentais, começou em 1964, mas em 1965 o governo militar invadiu a universidade e o departamento foi extinto. Com isso, Bori voltou à USP e se tornou a principal pesquisadora no campo da Instrução Programada e PSI no país. Em 1969, ela se submeteu ao concurso de livre-docência, no entanto, devido a rivalidades políticas,seu certificado foi negado. Ela também orientou teses de mestrado e doutorado, dirigiu sociedades científicas que lutaram por melhores condições de ensino e pesquisa no país, contribuiu para o reconhecimento legal da Psicologia no Brasil e foi fundamental para a criação do sistema de ciência e tecnologia brasileira. A partir da biografia científica de Bori pode-se observar uma série de características da ciência e da psicologia no Brasil e como algumas preocupações pessoais e problemas podem levar ao desenvolvimento do campo.

  • Neste trabalho utilizamos os sermões do século XVII, de autoria do jesuíta Antônio Vieira (1608-1697), como de fonte de investigação. Nosso objetivo foi indicar saberes psicológicos nestes documentos. Inicialmente, pressupomos que o autor se apropriou da psicologia filosófica aristotélica da época. Analisamos 208 sermões onde foram catalogados e categorizados excerto com ideias ou termos do léxico aristotélico-tomista (tais como memória, imaginação, sentidos internos, sentidos externos, potências da alma, percepção, paixões, abetos, apetites, reminiscência, razão, alma racional, alma sensitiva, alma vegetativa, espírito, vontade, livre arbítrio, etc.). Observamos que os sermões se utilizam da denominada scientia de anima (ciência da alma) do Curso Conimbricense (manual escolar para ensino de filosofia baseado em comentários às obras aristotélicas). A scientia de anima (ciência da alma) é uma área de conhecimento constituída nos séculos XVI e XVII e que produz um modelo psicológico e antropológico (indicando teoria da percepção, das emoções e da cognição). Indicamos também a utilização da retórica como uma teoria dos abetos e instrumento para intervir e organizar a interioridade humana. Observamos também a influência dos Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola, que são a base de uma teoria da imaginação e da reminiscência e de autorreflexão. Assim, os sermões são uma fonte de estudo que indica da presença de uma "psicologia" nos séculos XVII e XVII.

  • A cultura ocidental concebeu a interioridade do ser humano de vários modos segundo o clima cultural e o período histórico. No período colonial, a oratória religiosa oferece uma rica matriz para o estudo de saberes psicológicos veiculados na época. A cultura do século XVII, rotulada como barroco é uma cultura de persuasão, sendo a pregação religiosa o meio de comunicação de massa privilegiado. O objetivo desta dissertação é geral realizar uma reconstrução histórica dos saberes psicológicos contidos nos sermões do jesuíta Antônio Vieira (1608-1697). Procuramos descrever e analisar os conceitos de imaginação e memória e outros conceitos a eles relacionados. Utilizamos como fonte primária a obra de sermões publicada pelo jesuíta em edição moderna. A partir de elementos teóricos retirados seja da História Cultura, seja da História da psicologia, buscamos identificar o contexto de produção e as apropriações feitas pelos sujeitos dos conceitos evidenciados. A leitura dos sermões foi feita a partir da hipótese da unidade teológico-retórico-política de sua matriz sacramental proposta por Alcir Pécora. Os sermões estão embebidos em uma matriz epistêmica de orientação aristotélico-tomista. Trata-se de uma psicologia filosófica que remonta ao mundo helênico, porém no século XVII é perpassada pelo humanismo e cristianismo. Nesta concepção há tanto uma visão de homem (uma antropologia filosófica cristã), como um modelo de funcionamento do que poderíamos chamar de psiquismo, identificado com o termo alma. Segundo o pressuposto da época, potências internas e externas, paixões, apetites, vontade, intelecto e espírito são os elementos que compõem a alma. Imaginação e memória tem influência preponderante nesta dinâmica e no processo persuasivo.

  • Os elos entre Direito e Psicologia são antigos, embora sua estruturação em moldes científicos tenha se dado apenas a partir do século XIX, na interface dos estudos dos saberes psicológicos com as doutrinas da lei criminal. Desse liame pontual, a conexão interdisciplinar se desenvolveu em vários outros ramos, sendo hoje vasto o campo de pesquisa. O presente trabalho visa abordar as relações entre os saberes psicológicos suscitados em material produzido na Faculdade de Direito de São Paulo no período crítico do nascimento da psicologia científica no Brasil e sua relação com os conceitos de Direito Natural vigentes à época. A escolha do Direito Natural, é em virtude deste ser mais adequado à análise psicológica, interessando ao estudo o embasamento filosófico/psicológico do Direito e não as leis em específico. O período estudado coincide com a Primeira República no Brasil. Neste momento há alterações significantes no contexto educacional, onde várias reformas promovem a transição do ensino clássico para uma matriz pragmático-científica; e no contexto dos saberes psicológicos, tendo em vista que a psicologia filosófica está em momento de transição de pensamentos da escola sensualista francesa, do empirismo e do ecletismo espiritualista para uma tradição positivista. No contexto jurídico se apresenta a Constituição de 1891, promulgada pela constituinte após breve governo de exceção dos militares, sendo este um período de instabilidade político-jurídica. Foram encontradas como objeto três teses. Duas são de José de Alcântara de Machado D'Oliveira, sendo estas "A embriaguez e a responsabilidade civil" e "Ensaio Médico-Legal sobre o hypnotismo" e a outra de Candido Motta, denominada "Classificação dos criminosos". Os métodos utilizados na análise dos dados foram a Historiografia da Psicologia Científica e a análise conceitual dos documentos através dométodo da História Cultural. Os dados atuais permitem dizer que há apropriação dos principais conceitos de filosofia positivista da época, inclusive a eugenia spenceriana/lombrosiana no caso de Candido Motta, cuja tese visa ser uma manual de consulta na classificação do criminoso. Jose D'Oliveira busca lançar nova luz sobre um problema recorrente da época e relevante ainda hoje - a embriaguez e a responsabilidade civil - e sobre o hipnotismo, com um viés igualmente científico-positivista. As concepções de Direito Natural se apresentam em momento de transição entre uma visão majoritariamente tomista, em que o Direito Natural está em conexão com o divino, para uma concepção antropológico-científica, onde este deriva da vivência dos povos. É possível discutir, com base nos dados coletados e analisados, que há consonância entre as concepções de Direito Natural e os saberes psicológicos utilizados pelos autores. Predomina a transição para modelos positivistas, visando incorporar as descobertas das ciências naturais. Os modelos baseados em concepções mais humanísticas, religiosas e filosóficas, segundo o positivismo de Comte, estariam no estado 'metafísico' da humanidade, sendo necessária adoção das teorias condizentes com o terceiro e último estado, o 'científico'. As concepções que eram predominantemente metafísicas começam a se estruturar como organicistas neste momento, antes de se configurarem como psicologizantes em momento posterior.

  • A obra teórica e prática de Helena Antipoff, psicóloga e educadora russa, radicada no Brasil, tem sido objeto de estudos de muitos pesquisadores que se interessam pela história da psicologia e da educação. Neste trabalho foi analisada a participação de Helena Antipoff na construção de um sistema de ensino paralelo no Brasil: a educação especial. Nesta análise concentram-se os esforços para compreender a quem era destinada essa educação especial, quem era aquele indivíduo que Antipoff denominava excepcional. A metodologia empregada foi a da história das ciências, buscando entender, sem incorrer no erro do presentismo, a construção do conceito de excepcional, que veio a substituir os termos retardado e anormal, considerados por Antipoff como pejorativos. O excepcional seria aquela pessoa que apresentasse diferenças físicas, sociais ou de desenvolvimento cognitivo, com resultados escolares acima ou abaixo da média de seu grupo, incluindo-se aí os indivíduos infra e os super dotados intelectualmente. Helena Antipoff vai apresentar suas considerações sobre a excepcionalidade mesclando aspectos de sua formação na Suíça, França e Rússia. Sua contribuição constitui uma síntese entre o funcionalismo europeu de Edouard Claparède, que forneceu algumas das bases do movimento da Escola Nova, com a perspectiva sociocultural em psicologia e educação, ao desenvolver ações de diagnóstico e atendimento escolar ao excepcional próximos da proposta de Lev S. Vygotski em sua obra sobre defectologia. Antipoff apontou que a excepcionalidade era fruto mais da condição sociocultural que uma herança genética e apostou na criação e aplicação de métodos psicopedagógicos mais adequados como forma de educar os excepcionais. Entre suas contribuições encontramos o conceito de inteligência civilizada, sua maior contribuição ao estudo da inteligência humana, e uma interpretação sócio-histórica da mesma, pois ela não considerava que os resultados dos testes mediam a inteligência inata, mas apenas o grau de contato do indivíduo com as ferramentas culturais e simbólicas de seu meio. A outra contribuição, além dos conceitos de excepcional e de inteligência civilizada, foi à crítica a homogeneização das classes escolares através da aplicação dos testes de inteligência. Entre os anos de 1930 e 1935 Antipoff executou ações de homogeneização das classes escolares de 1° ano em Belo Horizonte MG, mas, percebendo a limitação dos resultados apresentados pelos testes e a pouca eficácia pedagógica dessa ação, passa a ser crítica desse processo quando empregado isoladamente. O diagnóstico de excepcionalidade deveria ser realizado levando em conta a experimentação natural, método de observação sistemática desenvolvido pelo psicólogo russo A. Lazursky, os testes de inteligência e avaliação do caráter e da personalidade da criança. Helena Antipoff apresentou como alternativa para a educação das crianças excepcionais a ortopedia mental, que era uma metodologia baseada nas propostas de Alice Descoeudres, Maria Montessori, Édouard Claparède e Alfred Binet. De Binet Antipoff tomou emprestado o termo ortopedia mental, utilizado por ele para descrever um conjunto de técnicas de estimulação das funções mentais como memória, atenção, percepção, entre outros. Antipoff acrescentou aos princípios de Binet as idéias de Descoeudres sobre educação ativa e o material dourado utilizado por Montessori nas case dei bambini. Pode-se observar que muitas das ações empreendidas por Helena Antipoff foram pioneiras na educação dos excepcionais no Brasil, inclusive criando instituições, até os anos de 1930 inexistentes para a educação das mesmas, como a Sociedade Pestalozzi e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE. Este trabalho possibilitou descobrir grande atualidade no pensamento antipoffiano. Apresenta-se ao final como o conceito de excepcional e as formas de diagnóstico e de educação destes, presentes na obra antipoffiana, se aproximam aos das atuais propostas de educação inclusiva.

  • A presente tese inicia-se por uma encruzilhada e um segredo: na encruzilhada está a psicologia, entre os apelos instrumentais, antropológicos e neurocientíficos; já o segredo refere-se à quase desconhecida leitura de Kierkegaard por Foucault. Os dois filósofos se inscrevem na esteira da experimentação filosófica, caminho oposto ao da metafísica. Experimentação, aqui, não diz respeito a qualquer empirismo; inspira-se nos exercícios espirituais da Antiguidade grega e romana, e nas práticas da ironia, do cuidado de si e da parresía filosófica. As aproximações possíveis entre o pensamento de Kierkegaard e o de Foucault por esse viés da filosofia antiga, visam a contribuir para uma compreensão da psicologia e de suas práticas que permita o enfrentamento dos dilemas acima referidos, ou seja, os instrumentais, antropológicos e neurocientíficos. O percurso do trabalho tem como ponto de partida as suspeitas direcionadas à psicologia, desde o questionamento colocado por Canguilhem há mais de cinqüenta anos acerca das intenções pouco claras da disciplina, passando pelas críticas aos processos de subjetivação psicologizantes, até chegar ao grave enquadramento contemporâneo que busca convencer os sujeitos de que são, em última análise, nada mais do que cérebros. Os processos de subjetivação engendrados pelas práticas psi se vêem, pois, colocados hoje frente a impasses de difícil solução. Tantas são as suspeitas e temores quanto aos efeitos psi, que os próprios profissionais da área têm, em muitos casos, assumido a posição de que a psicologia se tornou inviável e deve desaparecer. As referências objetivantes ou antropológicas, quando priorizadas pela psicologia, de fato não deixam saídas, tornando urgente o encontro com outros referenciais que possibilitem respirar novos ares. O pensamento de Kierkegaard e o de Foucault surgem como intercessores em face desse horizonte sombrio. Os dois filósofos se dedicaram a tornar o homem atento a si e ao mundo, priorizando saídas singulares e criativas em lugar da reprodução dos modos de ser hegemônicos que ameaçam igualar tudo e todos. Desnaturalizadores do presente e avessos às grandes especulações teóricas sobre a vida, escreveram obras que é preciso experienciar, mais do que simplesmente ler, a fim de captar-lhes a atmosfera e com elas operar. A partir dessa atitude, a psicologia experimental ou interpretativa pode dar lugar a uma psicologia experimentante, que acompanha o cotidiano ao invés de se colocar como uma curiosidade sem paixão. Tal psicologia segue de maneira interessada os movimentos da existência e a apropriação pessoal da verdade, que deixa de ser transcendente, metafísica ou sonhada, e aparece encarnada nas lutas, receios, enganos, ações e tensões do dia-a-dia dos sujeitos de carne, osso e espírito. É na tensão constituinte-constituído que o sujeito se forja, seja ele lançado por Deus, como pensa Kierkegaard, seja, como propõe Foucault, mergulhado nos esquemas e objetivações que toma como naturais: a tarefa do sujeito é tornar-se si mesmo, participando de forma mais livre da própria constituição, exercendo de maneira refletida e ética a liberdade e transparecendo a si mesmo, ao invés de tomar como suas as determinações que lhe são oferecidas. A presente tese visa, portanto, a estabelecer o diálogo entre Foucault e Kierkegaard, pelo viés da filosofia antiga, buscando inspiração para promover, no tempo presente, processos de subjetivação outros que os modos desesperados de ser, e práticas psicológicas mais experimentantes e menos disciplinadoras.

  • Esta tese relata o meu encontro com um grupo de idosos em um projeto denominado Conversas & Memórias, e a experiência comunitária ali produzida. O objetivo central foi analisar de que forma os dispositivos utilizados na intervenção ajudaram na construção dessa experiência. Partindo de um campo de problematização que coloca em questão as possibilidades de vivermos juntos, busquei responder às seguintes perguntas: de que forma a vida coletiva nos contagia e nos constitui? que apostas podemos arriscar que nos permitam afirmar a possibilidade de construirmos experiências comunitárias no mundo de hoje? quais práticas de cuidado de si e de cuidado do outro podemos encontrar (ou inventar) em nossa cultura? como essas práticas podem produzir, como efeito, experiências de vida comunitária? como podemos viver juntos? Foi em torno dessas questões que desenvolvi o trabalho em dois campos distintos, visando à construção, por um lado, de um solo teórico-conceitual, e, por outro, de um plano prático-experimental. Na primeira parte desta tese, apresento os conceitos e intercessores que fundamentam as ideias aqui defendidas. Começo discutindo o processo de subjetivação, em um diálogo com o pensamento de Gilles Deleuze, Gilbert Simondon e Baruch Espinosa, e termino apresentando as apostas de Gilles Deleuze e Felix Guattari, Antonio Negri e Michael Hardt, Maurice Blanchot, Giorgio Agamben e Jean-Luc Nancy em uma comunidade por vir. Em seguida, apresento minhas próprias apostas, fundamentadas no diálogo de Michel Foucault com a filosofia antiga sobre as práticas de si e a construção de um novo ethos, desenhado por uma estética da existência. Descrevo, em outro capítulo, o método da pesquisa, partindo de uma discussão sobre a cartografia e as possibilidades que ela ofereceu para que eu pudesse acompanhar processos e habitar o território da pesquisa; discuto, ainda, o conceito de dispositivo e os efeitos que são produzidos ao desembaraçarem-se suas linhas; por fim, descrevo o material que utilizei nas análises da experiência do projeto. Na segunda parte da tese, arrisco-me em um campo prático-experimental, dando movimento aos conceitos discutidos anteriormente e incorporando-os à discussão dos quatro dispositivos que examino aqui. No primeiro, a Roda de Conversação e os efeitos, como o exercício ético e político, que essa prática anuncia. No segundo dispositivo, os Agenciamentos, apresento as poesias, músicas, crônicas, passeios que foram utilizados como disparadores das conversas, analisando os diálogos e as virtualidades produzidos por eles. No dispositivo três, a Experiência Narrativa, descrevo o processo de publicação de um livro com as histórias de alguns participantes do projeto. No quarto dispositivo, a Imagem Revelada, descrevo os efeitos provocados pelas imagens publicadas em um livro de fotografias. O último capítulo retoma a pergunta inicial - como viver junto? -, e oferece algumas pistas sobre as possibilidades de construirmos uma outra forma de sociabilidade nos dias de hoje.

Última atualização da base de dados: 02/09/2025 00:00 (UTC)