A sua pesquisa
Resultados 103 recursos
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O objetivo deste trabalho é construir um relato histórico da emergência da Abordagem Centrada na Pessoa no Brasil (ACP), visando responder às seguintes perguntas: como esta abordagem chega ao Brasil; com quem chega; como se desenvolve; quais influências de âmbito nacional esta abordagem recebe. Estas questões se fazem pertinentes pela constatação que a ACP entra no Brasil em uma época atravessada por movimentos libertários, como a contracultura, movimentos de minoria, antipsiquiatria e as batalhas pela democracia no Brasil. A ACP é uma das primeiras vertentes da Psicologia Humanista e deve sua sistematização ao psicólogo norte-americano Carl Rogers, que aponta para uma perspectiva de homem e das relações humanas e valoriza a potência de desenvolvimento do ser humano. O presente trabalho utiliza o método historiográfico, que consiste em um processo de reconstrução da história.
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Este texto descreve a participação do Brasil na International Union of Psychological Science (IUPsyS). O Brasil, representado por Helena Antipoff e Emilio Mira y López, participou ativamente da reunião de fundação da nova associação, que ocorreu durante o XII Congresso de Psicologia, realizado em Estocolmo em 1951. São relatados alguns episódios ocorridos no período que vai dos anos 50 até o ano de 2012, quando o Brasil volta a afiliar-se à IUPsyS. São citados brasileiros que participaram desta história.
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Este trabalho consiste em uma investigação histórica acerca da importância do cuidado com a infância para o processo de constituição da Psicologia enquanto um campo científico e profissional autônomo no Brasil, durante as décadas de 1930 a 1960, período marcado tanto pela institucionalização do emergente saber psicológico, quanto por um renovado interesse pela questão da infância ("o futuro da nação"). Empregamos como recursos metodológicos revisão bibliográfica e pesquisa documental acerca de três instituições criadas no Rio de Janeiro, que se voltavam à aplicação do saber psicológico dirigido à infância nos campos educacional, jurídico e da saúde. Consideramos que a vinculação ao cuidado e assistência à infância foi um dos fatores mais relevantes que permitiram à Psicologia adquirir um "reconhecimento de utilidade", culminando com a regulamentação da profissão em 1962.
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Este trabajo presenta resultados de una investigación centrada en el papel femenino en la consolidación de la psicología en Brasil, especialmente en la primera mitad del siglo XX. El interés por esa investigación ha surgido partir de la constatación de la existencia de un gran número de mujeres entre los pioneros de la Psicología en Brasil, lo que, sin embargo, hasta hoy se conoce poco. A través de investigaciones documentales, análisis de la historiografía de la psicología en Brasil y de entrevistas con algunas de esas mujeres, fue posible observar la presencia femenina en las instituciones de mayor relevancia en aquella época en Río de Janeiro, como el Centro de Orientação Juvenil (COJ), el Instituto de Orientação e Seleção Profissional (ISOP) y la carrera de grado universitario de la PUC-RIO. En este sentido, señalamos la existencia de relaciones de género interviniendo en el espacio psicológico, analizándola a partir de los binomios razón/emoción, teoría/práctica, trabajo/amor.
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Religião na história da psicologia no Brasil: o caso do protestantismo
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O texto pretende apresentar uma história da Psicologia no Brasil relacionando-a às tramas de períodos históricos vividos pelo País, procurando mostrar, em cada um deles, como ocorreu o ensino e a difusão dos saberes psi. Nesse sentido, faz a opção por uma história local, ou história nativa, pois, como Certeau aponta, reconhece a particularidade do lugar de onde se fala, a partir de que posição - social ou geográfica - o pesquisador se pronuncia. O texto tem, pois, um caráter ensaístico, e é um subproduto de leituras e pesquisas sobre a história da Psicologia no Brasil. O texto parte do Brasil colônia e do ensino jesuítico, desenvolvido nos seminários e nos colégios e difundido principalmente através de pregações, explora as teses de Medicina no século XIX, ao mesmo tempo produto do ensino e difusão do conhecimento psicológico entre nós, detém-se nos manuais de Psicologia voltados para as Escolas Normais e ressalta a importância da Biblioteca de Educação no sentido de divulgar a Psicologia nos anos 30. Finalmente, discorre sobre as primeiras obras voltadas para o ensino de Psicologia nos recém-criados cursos nos anos 1950 a 1970 e sobre as formas de difusão do novo campo do saber em um momento já de institucionalização.
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Procura instigar o debate sobre os determinantes sócio-históricos que condicionam a construção de políticas públicas de saúde mental aplicáveis ao contexto familiar brasileiro. As atuais políticas têm privilegiado a família como lugar estratégico de ações voltadas para a transformação social, com intervenção de vários atores, entre eles, psicólogos. Ao recuperar alguns pontos do ideário de higiene mental percebeu-se que esse discurso não é novidade na história da saúde brasileira. Embora os tempos, as famílias e os profissionais sejam outros, compreendeu-se que a busca de solução para a 'crise' da sociedade continua sendo atribuída ao indivíduo particular. A família, como expressão desse indivíduo, tem sido chamada para assumir responsabilidades que levem a sociedade na direção da 'ordem' e do 'progresso' da nação.
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Jean Piaget foi um pesquisador que contribuiu para o desenvolvimento da ciência psicológica. Este artigo propõe a análise de uma contribuição deste pensador para o desenvolvimento metodológico na pesquisa epistemológica em Psicologia, através do método histórico-crítico. Este se circunscreve em uma discussão que centra atenção nos elementos que constituem a referência objetiva de um conhecimento científico para compreender e retraçar sua evolução em um caráter interno, ao interior da própria ciência em questão, e externo, que vincula a ciência enfocada a um contexto sócio-histórico. Descreve o método em suas: condições de uso, gênese e lógica de aplicação. Apresenta um exemplo e, finalmente, aponta as possibilidades e limites do método histórico-crítico.
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O presente artigo analisa as polaridades que dificultam o diálogo entre os psicólogos e o estudo da Psicologia e argumenta que as tensões decorrentes estão mais associadas às ações utilizadas para lidar com o problema do que às questões teóricas propriamente. Essas tensões procedem de relações complexas que não podem ser reduzidas aos respectivos polos e que devem ser examinadas em diferentes níveis de análise. O argumento é ilustrado com relação ao individual e ao coletivo no contexto da Psicologia organizacional. Conclui-se que o encaminhamento dos dilemas e das tensões no campo com repercussões importantes na formação e na prática profissional requer superação dos nossos aprisionamentos teórico-metodológicos, convivência com a pluralidade teórico-metodológica e integração crítica e construtiva das muitas perspectivas que elucidam a natureza e a manifestação de um fenômeno.
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Trata-se de uma análise fenomenológica da conversa interna em duas condições: (a) desempenho de tarefa em voz alta contextualizada por parâmetros psicométricos, (b) experiência consciente da vida cotidiana. Participaram do estudo 23 estudantes universitários, com idade variando entre 17 e 28 anos. Três instrumentos foram utilizados: Teste Matrizes Progressivas de Raven, Questionário de Ruminação e Reflexividade, Entrevista Fenomenológica. Na análise destacou-se: a tríade estrutural de uma voz (eu) que fala a uma terceira parte (você) sobre um objeto (mim) conforme o modelo Peirce-Mead de Nobert Wiley, a intencionalidade bidimensional entre a tarefa e o self, as interferências da ruminação no desempenho do teste de Raven. As entrevistas fenomenológicas descreveram quando, para que, e como ocorre a conversa interna, e quando é inoportuna (pensamento circular) e oportuna (pensamento produtivo). A análise diferenciou a função de dados de terceira e de primeira pessoa na elucidação de um fenômeno cognitivo.
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A presente pesquisa tem como objetivo investigar as relações entre a Psicologia e a educação inclusiva no Brasil a partir do periódico Psicologia: Ciência e Profissão. Desde sua criação, em 1979, esse periódico foi apresentado como uma publicação científica e profissional que visava a representar o pensamento nacional em Psicologia. Com isso, pode-se considerar que também expressa de maneira representativa as concepções teóricas e as práticas dos profissionais da área ao longo do tempo. Para a seleção dos artigos referentes à área de interesse da pesquisa, foram considerados título, resumo e palavras-chave dos artigos publicados em todos os números do periódico. Os artigos selecionados foram analisados segundo as seguintes categorias: autoria, tipo de artigo, referencial adotado e tendências temáticas. Os resultados revelaram que os artigos se dividem quase igualmente entre teóricos e práticos, que seus autores são em maioria afiliados a instituições públicas e que a Psicologia social é o principal referencial adotado. Concluise que, embora seja pequeno, o número de artigos sobre as relações entre Psicologia e educação inclusiva ao longo da história do periódico, esse número vem se tornando mais expressivo nos últimos anos, e que, para uma visão mais realista do tema, é necessário recorrer a fontes complementares.
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This paper aims to introduce the laboratory of experimental psychology as a truth-spot, as well as to investigate the social networks formed at the laboratory, in the initial implementation of the psychology degree at the Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). We interviewed five professors from UFMG in consideration of two principles: a) that a laboratory is a generator of facts/truths and b) that a laboratory is a support structure for the formation of academic communities. These interviews revealed the social supports provided by the laboratory for the psychology degree at UFMG. We interpreted the interviews by means of historical information from the national context at the time, relating both to the establishment of the psychology degree and to discussions on higher education. We found that the laboratory of experimental psychology played an important role in the formation of the university’s psychology department, in the establishment of a degree in that discipline, and in raising the status of psychology as a profession.
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We introduce the history of behavior analysis in Brazil at the beginning of the 1960s. The behavior analysis laboratory was selected as the focus of this investigation. The time frame of our historical account begins with the visit of Fred Keller to Brazil as a visiting professor at the Universidade de São Paulo. During this period, the first behavior analysis laboratory in Brazil was created, and the first Brazilians were trained in the behavior analysis perspective. We will talk about (a) the zeitgeist of Brazilian higher education, in general, and of psychology, in particular, at the beginning of the 1960s; (b) the background of Keller's arrival in 1961; (c) the reception of the behavior analysis laboratory as a pedagogical tool; and (d) the first steps in the spread of behavior analysis throughout Brazil by means of the work of the didactic behavior analysis laboratory. Our account highlights certain aspects of the beginnings of behavior analysis as a field of scientific study in Brazil. Furthermore, we can observe the importance of the behavior analysis laboratory and its instruments in helping promote this field in Brazil. We especially note that the laboratory was a pedagogical tool in the Brazilian movement to improve Brazil's research community.
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Este artigo tem a finalidade de expor o percurso histórico da Psicologia no Brasil na perspectiva da tridimensionalidade do tempo, entendendo que a apreensão de sua concreticidade implica a compreensão do passado, que estrutura o presente e se projeta para o futuro. A compreensão da historicidade da Psicologia no Brasil como construção social, neste texto, tem como foco a análise das contradições que estiveram presentes nos diversos períodos, como condição para a compreensão das possibilidades de superação que permitiram saltos de qualidade no desenvolvimento da Psicologia, quer como conhecimento, quer como prática. Serão apresentadas, para cada período da história da Psicologia no Brasil, uma breve descrição de suas características e a análise de algumas produções, sejam elas teóricas, sejam práticas, que revelam suas contradições, sobretudo o confronto das concepções coexistentes em um mesmo tempo histórico, que demonstram o processo constitutivo dos saberes psicológicos e da Psicologia no Brasil a partir de distintos posicionamentos sociopolíticos e epistemológicos. Busca-se contribuir para a compreensão da constituição da Psicologia no Brasil a partir da dinâmica engendrada pelas e nas contradições históricas dessa área do saber, entendida como construção eminentemente social.
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O objetivo desta pesquisa foi o de abordar o tema "trauma e memória" na literatura de autores judeus da Psicologia, que viveram na Europa no período da Segunda Guerra Mundial/Holocausto; e analisar possíveis repercussões do trauma em suas vidas e teorias. O trauma psicológico é relacionado à vida de todo ser humano e tem merecido maior atenção de diversas disciplinas. Violência, catástrofes e más condições de vida afetam a vida de muitos direta e indiretamente. Os autores escolhidos foram Kurt Lewin, Viktor Frankl e Bruno Bettelheim. Utilizou-se o método historiográfico, especificamente da área de história da psicologia. Os resultados apontaram que a situação traumática vivida modificou a maneira desses autores se posicionarem na teoria elaborada e na vida. Nos relatos encontram-se recursos pessoais, de teor psicológico e cultural, utilizados para vivenciar ou superar o trauma. Em suma, existe uma significativa relação dos estudos por eles realizados com a vivência do trauma.