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A subtração da alteridade a revela em suas especificidades existencial e essencial, respectivamente, pelo exame do esvaziamento no caso do karate-dô e pela redução fenomenológica. Este artigo se propõe a analisar a alteridade como um dos fundamentos da tradição existencial própria do karate-dô. Concomitantemente, explora aspectos do problema do alter ego e da empatia fenomenológica, tratados por Edmund Husserl e Edith Stein, de modo a acentuar as análises das vivências atuantes em determinados conteúdos produzidos por praticantes experientes de karate. Uma análise fenomenológica do esvaziamento introduz a questão da alteridade conforme se revela neste fenômeno em conteúdos investigados. A questão, conforme descortinada pela epoché, põe-se como análise fenomenológica da entropatia. Para concluir, são realizadas algumas distinções necessárias que precisam alguns limites da dissolução do outro num mesmo eu, sugerida em conteúdos examinados. Constata-se que a vivência de paroxismo intersubjetivo pontua um dos fenômenos fundamentais da dinâmica existencial do karate-dô.
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A reforma psiquiátrica visa a desconstruir a posição do “louco” na sociedade, colocando a doença entre parênteses para considerar um homem capaz de sentir, desejar e agir, desvinculado de um padrão de normalidade. Nessa perspectiva, decidimos traçar o perfil da demanda em saúde mental e investigar como vivem os usuários de psicotrópicos e/ou egressos de hospitais psiquiátricos residentes no bairro de Bom Pastor, Natal, a fim de melhor conhecer a experiência cotidiana desses sujeitos. Aplicamos um questionário semi-estruturado a 160 usuários, através do qual percebemos que o cotidiano dessas pessoas é estruturado a partir do diagnóstico recebido. Inúmeras atividades deixam de ser realizadas em função disso. A circulação dessas pessoas em seu bairro/cidade é bastante restrita, bem como poucas as atividades realizadas por elas, as quais estão sempre condicionadas à disponibilidade de familiares. Apesar dessa realidade, há o desejo por parte dos entrevistados de diversificar essas atividades e torná-las mais freqüentes.
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Esse estudo tece algumas considerações gerais sobre a cultura de imagens na qual vivemos atualmente e busca avaliar a medida em que somos afetados por suas formas e conteúdos na vida cotidiana. A seguir, como paradigma, apresenta um pequeno acervo de representações visuais do elemento judaico e do “ariano”, publicadas no Der Stürmer, um jornal dirigido às classes populares na Alemanha, fundado por Julius Streicher em 1923, na cidade de Nuremberg. A publicação, que veiculava a ideologia nazista nos anos anteriores e durante o regime como um órgão independente, era prolixa em imagens. Com essa apresentação, demonstra-se a forma como as ideologias podem ser iconizadas ou “embutidas” no tipo de retórica visual empregada. Alguns aspectos da dinâmica psíquica envolvida nesse discurso visual são observados, avaliados em sua dimensão histórico-social, e a possibilidade de aplicação de análises dessa natureza a outros contextos é levada à consideração do leitor.
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O artigo busca analisar as implicações das biociências e biotecnologias sobre a subjetividade. A questão que nos move é a colonização tecnológica da vida e da inscrição da subjetividade no registro genético. Sob a tensão da possibilidade da extinção da resistência do biológico ao domínio humano, encaminhamos uma discussão sobre o bio-poder contemporâneo diagnosticado pelo apagamento das fronteiras entre normal e patológico. Através de um exame do papel da medicina no governo de si, fazemos comparações entre as técnicas e finalidades envolvidas no cuidado com a saúde no âmbito moderno e contemporâneo. A conclusão principal é que a alteridade do biológico é deslocada, ao invés de dissolvida. Na modernidade ela esteve ligada às paixões, desejos e sexualidade incontrolável, enquanto agora, está relacionada ao caráter probabilístico dos diagnósticos genéticos, que envolvem sempre uma incerteza diante da qual se deve optar.
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Investigar aquilo que nos configura como sujeitos de poder e de saber no presente é abrir possibilidades de novas subjetivações. A noção-saber Recursos Humanos (RH), vastamente utilizada nas empresas, bem como, atualmente, nas demais organizações que empregam força de trabalho – como governos, ONGs etc. –, configura sujeitos empresarias que não apenas trabalham, mas vivem dentro de uma lógica da empresa. O presente ensaio, explorando essas questões ao lado das perspectivas foucaultianas da história e do discurso, faz a tentativa de uma conversão do olhar para novas formas de análise do RH, da empresa, das psicologias envolvidas, das subjetivações engendradas. O trabalho se insere em um projeto maior de uma arqueogenealogia da empresa.
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Partindo da constatação de que, no âmbito universitário, o estudo da história da filosofia é o caminho comumente privilegiado na aproximação aos temas e problemáticas filosóficas, o artigo tece algumas considerações em torno das conseqüências desta verificação para a própria filosofia. Ao mesmo tempo em que critica a significação hegeliana da história da filosofia, expõe e defende um procedimento metodológico que, ao retirar do discurso filosófico a função de lei ordenadora dos demais discursos, faz do seu estudo algo intenso e vivo — e não meramente objeto de fidelidade e probidade filológicas. Para tal fim, utiliza-se do conceito de pedagogia do conceito, referido ao percurso do filósofo Gilles Deleuze.
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A noção de indivíduo é historicamente constituída. O objetivo deste estudo é mostrar quais foram as condições históricas que possibilitaram o surgimento do indivíduo e sua tomada como valor mais precioso na sociedade moderna, e como a invenção do indivíduo ocupa um lugar relevante na história do surgimento da psicologia. Atravessaremos a Antigüidade, a constituição dos Estados Modernos e a proliferação das técnicas disciplinares para construir uma história da noção de indivíduo. A experiência de individualização a que chegamos marca toda a prática psicológica, a qual oscila entre a busca de autonomia e de controle dos seus sujeitos. Sem essa dicotomia moderna – indivíduo autônomo x controlado – talvez nem houvesse psicologia, pois uma vez que o indivíduo fosse pensado unicamente como autônomo não poderíamos tomá-lo como objeto de estudo; ao passo que se houvesse apenas determinações, cairíamos no fatalismo e não seria necessária nenhuma intervenção psicológica.
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Em meio às atas e documentos do início das atividades da psicologia dos arquivos do Hospital São Pedro de Porto Alegre, foram encontrados os rascunhos de uma entrevista com a primeira psicóloga que começou a trabalhar no hospital, em 1949. Em pleno predomínio do modelo da psiquiatria clássica adotada no hospital, inseriu e sustentou atividades que se desviavam de um projeto de psicologia psiquiátrica ao qual havia sido destinada inicialmente. Estes fragmentos conferem à psicologia um início polissêmico que nos leva a pensar a potência da psicologia no presente em buscar novas entradas e saídas dentro do hospital psiquiátrico, tomando a Oficina de Criatividade como um espaço no interior do manicômio capaz de produzir novas práticas e saberes que se deslocam do esperado.
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Neste artigo faz-se uma interpretação da história do Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, abarcando o período de 1969 a 2002. Esta interpretação tem como eixo as continuidades e rupturas na constituição do projeto clínico-pedagógico do SAP, tendo em vista sua inserção na universidade pública paulistana. Este eixo, por sua vez, é atravessado pelas possibilidades e vicissitudes das políticas públicas de saúde e educação, especialmente na esfera da saúde mental e do ensino superior. Por esta razão, a reforma psiquiátrica e a reforma universitária são também tematizadas em suas conexões com a história do SAP.
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O artigo descreve vicissitudes históricas do Psicodrama no Brasil, tomando como marcos cronológico-institucionais o V Congresso Internacional de Psicodrama e Sociodrama (1970) e a promoção, em 2001, pela prefeitura da cidade de São Paulo, do evento “Ética e Cidadania”. O principal objetivo do texto é analisar os nexos entre Psicodrama e poder, em consonância com a proposta da Análise Institucional.
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No Brasil, a partir dos anos 70, percebemos uma crescente mobilização por parte dos trabalhadores em saúde mental e de familiares de usuários de serviços psiquiátricos em prol de modificações na assistência aos que passam pela experiência da loucura. O projeto de lei 3.647/89 do Deputado Paulo Delgado propunha a saída dos internados dos hospitais psiquiátricos, promovendo a extinção progressiva dos manicômios. Em 2001, foi aprovado um substitutivo a este projeto, a lei 10.216, dispondo sobre os direitos de portadores de transtornos mentais. Mesmo não contemplando integralmente o projeto inicial, esta lei e outras políticas públicas em saúde mental têm avançado na implementação de serviços substitutivos ao internamento asilar, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). As atividades, o convívio com os internos e demais serviços substitutivos levaram à implementação de residências para egressos de hospitais psiquiátricos antes mesmo da aprovação da lei em âmbito nacional e da Portaria Ministerial nº 106/00, que regulamenta os Serviços Residenciais Terapêuticos. Em Campinas/SP, por exemplo, a primeira residência para pacientes psiquiátricos foi inaugurada em 1991. O processo de Reforma Psiquiátrica brasileiro visa a desinstitucionalizar a loucura, ou seja, a extinguir a lógica manicomial vigente, mesmo fora dos muros asilares. Nesse sentido, não basta acabar com os manicômios; é importante trabalhar no sentido de permitir que os loucos transitem e utilizem espaços outrora a eles proibidos: parques, ruas, lojas, etc, ou seja, desmanchar todo e qualquer preconceito e isolamento em relação aos que passam pela experiência da loucura, desmontando também os “manicômios invisíveis”.
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O artigo apresenta uma entrevista realizada com uma paciente do Instituto Municipal Philippe Pinel a partir da experiência de desinstitucionalização de pacientes de longa permanência nesta instituição. Traz um pequeno histórico da História Oral, apresentando-a como uma metodologia de pesquisa primordial de resgate de narrativas esquecidas dos pacientes há muito institucionalizados. Neste âmbito, a História Oral promove a valorização dos relatos daqueles que vivenciam o processo de mortificação promovido pelo manicômio. Conclui utilizando noções trazidas por Bourdieu, Basaglia e Foucault, de modo a potencializar as narrativas fragmentadas, a encontrar na instituição o poder de mortificar e, sobretudo, a reconhecer a resistência que encontramos à cronificação, por parte do pacientes “institucionalizados”.
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O texto descreve a trajetória de Jean Piaget e sua contribuição em três importantes institutos de estudo da psicologia. São eles: o Instituto Jean-Jacques Rousseau (IJJR), Bureau Internacional de Educação (BIE), e o Centro Internacional de Epistemologia Genética (CIEG). No primeiro, as pesquisas de Piaget contribuíram para o conhecimento dos estágios do pensamento da criança, além de ter sido o responsável pela transformação de instituto em uma instituição puramente científica e, atuando como diretor, ter separado a psicologia da pedagogia. No segundo, Piaget mostra-se como um pesquisador engajado politicamente. O CIEG, por fim, foi uma criação do próprio Piaget, sendo um lugar de intercâmbio de informações de especialistas de diversas áreas visando o aprofundamento em pesquisas e estudos. É neste instituto que Piaget conclui, finalmente, sua teoria. O texto também aborda as mudanças ocorridas em cada um desses institutos, em relação tanto à estrutura quanto aos objetivos principais, ao longo dos anos.
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As pesquisas sobre a história das práticas psi no Brasil, quando fazem menção à Análise Institucional (AI), primam por incorporar a trajetória desse paradigma ao processo de difusão da psicanálise. O presente trabalho é parte de uma investigação dedicada a elaborar uma história diferente. Com tal intuito, privilegiamos o estudo de momentos e núcleos organizacionais em que hipotetizamos ter a AI produzido efeitos diferenciais na formação e modos de intervenção dos agentes. Dentre esses núcleos, destaca-se o Setor de Psicologia Social da UFMG, que, desde os anos 1960, incorporou a AI francesa como um de seus referenciais, e recebeu, em 1972, a visita de Georges Lapassade, um dos criadores do paradigma. Tomando a visita de Lapassade como analisador, buscamos uma apreensão analítico-crítica do funcionamento do Setor. Para tanto, além de apelar à tradicional documentação escrita, colhemos histórias orais de vida de seus antigos participantes.
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A análise do surgimento do Hospital Henrique Roxo, no interior do norte fluminense, em 1942, se constitui no objetivo fundamental deste estudo, que resulta de uma investigação de campo realizada em cumprimento às demandas de pesquisa em psicologia da Universidade Estácio de Sá, situada em Campos, justamente o local onde o referido sanatório se tornou uma referência no contexto da saúde mental.
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O artigo apresenta uma análise dos laudos psicológicos constantes de ações judiciais das Varas de Família da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, no intuito de identificar tendências do pensamento psicológico que contribuem para a constituição dos direitos da infância. São enfatizados temas relativos à participação dos psicólogos na definição dos direitos da infância no Judiciário.
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Este trabalho constitui um ensaio provisório e exploratório, e uma primeira tentativa de sistematização panorâmica de leituras e questões de um programa mais longo de estudo, acerca da formação histórica e cultural das teorias da subjetividade, e que inclui as formulações freudianas e junguianas do inconsciente, as tradições marxiana e marxista, e os movimentos teóricos posteriores de esquerda. O estudo se inicia pela caracterização histórica e cultural das principais vertentes do movimento romântico nos séculos XVIII e XIX, indicando os antecedentes das formulações de inconsciente que desaguariam mais tarde em Freud e Jung, bem como as vertentes formadoras do pensamento marxiano. Em seguida, descreve as contribuições marxianas à abordagem da subjetividade, bem como seus limites e dificuldades. Finalmente, aponta como estas questões se desdobraram nos debates posteriores, nos principais desenvolvimentos históricos e teóricos de esquerda que abordaram a subjetividades no século XX.
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