A sua pesquisa
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O artigo visa reunir comentários sobre a memória, de modo a contemplar discussões que se desenrolam nesta esfera. Embora diferentes caracterizações sejam indicadas em debates específicos, supõe-se que estes fatores contrastantes apenas reeditem antigas dicotomias. Deste modo, serão apresentadas a seguir considerações acerca da memória enquanto processo básico individual e, depois, enquanto processo de construção social. Esta distinção parece apontar para a necessidade de se retomar o debate sobre memória episódica e memória autobiográfica ou cotidiana. Acredita-se que, no que tange à Psicologia Social, a questão ora tratada também implique em que sejam estabelecidas diferenças entre as vertentes psicológica e sociológica. O artigo, ao apresentar uma postura mais inclusiva na reflexão sobre posições contrastantes, ao enfatizar encontros e diálofos entre diferentes propostas, defende que não há, necessariamente, apenas uma perspectiva correta, mas diferentes formas de se compreender um mesmo problema.
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O trabalho descreve o desenvolvimento da fenomenologia na Bélgica e Holanda delineando os principais centros de investigação, seus importantes intelectuais atuantes e as temáticas ali pesquisadas. No que diz respeito à Bélgica, descreve a fundação do Husserl-Archief em Lovaina, suas edições críticas da obra husserliana, apontando diretores e especialistas responsáveis pelo trabalho. Relata a atividade do Centre de Recherches phénoménologiques, junto à Facultés Universitaires Saint Louis de Bruxelas. Quanto à Holanda, o ponto de partida para os estudos fenomenológicos foram as conferências proferidas em 1928 por Edmund Husserl sobre a psicologia fenomenológica. Além do debate entre psicologia e fenomenologia - um dos grandes pólos de interesse da Escola de Utrecht - a segunda ocupa, naquela região, um papel de destaque em diversas áreas do saber como, por exemplo, na pedagogia.
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Essa pesquisa apresenta um levantamento bibliográfico de fontes de difusão das idéias psicológicas em Minas Gerais entre 1830 e 1930. As palavras-chave utilizadas foram: psicologia, psychologia, moral, moraes, moralidade, hygiene, higiene, aluno, estudante, alumnos, professor, mestre, educador, manual, programas, programmas, inteligência, instrução, educação e escola. Bibliotecas pesquisadas: Arquivo Público Mineiro, Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Sistema de Bibliotecas da UFMG e suas Coleções especiais, Biblioteca da UFSJ e suas obras raras, Biblioteca Municipal de São João Del Rey e Sistema de Bibliotecas da PUC-MG. Os 244 títulos localizados foram analisados por idioma, acervos e datas. O acervo com o maior número de títulos foi a Biblioteca Pública, com 53,79% da pesquisa bibliográfica. Os idiomas encontrados foram o francês, português, espanhol e inglês. O número de publicações aumenta a partir de 1920, o que pode ser explicado pelas reformas de ensino então realizadas e pelo próprio desenvolvimento cultural do país.
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Apresenta-se tradução para o português - e original latino conforme edição crítica - de texto de Tomás de Aquino sobre a composição dos elementos. O interesse daquele texto medieval para a história da psicologia é que coloca as bases teóricas sobre as quais será concebida a estrutura mais complexa do ser humano, segundo seu autor. Os elementos materiais simples existem no todo de um corpo composto a partir deles. Neste mesmo caminho será compreendida, em outros textos, a composição constitutiva dos seres vivos – num segundo estágio de complexidade - e a composição do ser humano onde o espírito se manifesta mais claramente, num terceiro estágio. Os elementos simples encontram-se no composto não em sua plena atualidade como quando isolados, mas virtualmente, ou seja, trazendo sua virtude para um todo maior que os integra. Comentários hermenêuticos explicitam sua importância para uma psicologia segundo a concepção de Tomás de Aquino.
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Relações profundas entre o ser humano e Deus são lidas aqui em chave filosófica, enfocando a experiência da presença da Alteridade pessoal. A mística é tomada, por um lado, como investigação epistemológica (Pode-se falar de “experiência”? Um tal “experienciar” é conhecimento? Com que linguagem é possível exprimi-la? Que tipo de “presença” é aquela que se manifesta?). Por outro lado, é tomada como análise fenomenológica, evidenciando as vivências subjacentes àquela experiência, indicando o movimento intencional da consciência, no rigor do método essencial, legitimando uma fundamentação filosófico-ontológica da alteridade pessoal. É proposta uma leitura da questão filosófico-antropológica do sujeito como re-atualização da “vida interior” que Agostinho expressa como “Intima scientia est qua nos vivere scimus" e "In interiore homine habitat veritas”. A investigação agostiniana é confrontada com testemunhos de experiência mística carmelita e com análises filosófico-fenomenológicas de Edith Stein sobre empatia e alma. Explora-se o estatuto epistemológico da linguagem religiosa e mística.
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This paper aims at investigating the presence of psychological literature in Konrad Lorenz’s work as a preliminary instrument to investigate how Lorenz’s ideas are related to Psychology. The bibliography of fourteen books written by Konrad Lorenz (including three volumes containing 26 selected papers) have been analyzed. A total of 245 references related to Psychology and related sciences have been selected. These references were organized in five groups: a) The pioneers of Ethology; b) Animal and Comparative Psychology; c) General Psychology (Associationism, Structuralism, Functionalism, Russian Reflexology and Classic Conditioning, Perceptual and Gestalt Psychology, Psychoanalysis, Behaviorism, Social and Developmental Psychology, Cognition, Emotion and Motivation); d) Epistemology; e) Psychiatry and Neurosciences. These data show that the History of Ethology and, particularly, Lorenz’s ideas, show an extremely important relation with Psychology, justifying the inclusion of Konrad Lorenz also in the History of Psychology.
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O artigo localiza e esclarece o conceito de discriminacionismo afetivo, termo utilizado por Waclaw Radecki, personagem da história da psicologia no Brasil, para identificar o que denominou ser o seu sistema psicológico. Radecki está associado ao Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas em Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro dos anos 20 do século passado. Citado em várias publicações, o discriminacionismo afetivo tornou-se objeto de mitificação, pelo fato de não ter sido até então elucidado.
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O objetivo deste texto é mostrar a importância do trabalho de Gustav Fechner à luz da problemática do sujeito do conhecimento introduzida pela filosofia moderna. Questão do conhecimento iniciada em Descartes, buscando no Sujeito o ponto de partida de toda verdade demonstrável, e que gerará como contraparte o estudo dos riscos das ilusões a serem produzidas neste Sujeito. Esta tarefa caberá a psicologia, que desde o século XVIII tentará se estabelecer como parceira desta tarefa gnosiológica. Tarefa que será condenada pelos próprios filósofos como Imannuel Kant, decretando a a-cientificidade deste saber. Aqui será vista a importância do trabalho de Fechner: como através de seu trabalho empírico e de sua famosa equação, ele dará subsídio para uma psicologia verdadeiramente científica a ser constituída no final do século XIX.
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O conhecimento do índio brasileiro, adquirido pelos missionários jesuítas através da convivência quotidiana, norteada pelo objetivo da evangelização, transmitido e difundido através da correspondência epistolar foi, sucessivamente, organizado em tratados e informes. Nesses documentos o conhecimento do outro, adquirido pela experiência direta, é filtrado pelo crivo da visão antropológica da teologia católica e da filosofia da época (especialmente, da visão elaborada pelos teólogos e pelos filósofos aristotélico-tomistas da Companhia de Coimbra e em Roma). As proposições acerca do índio brasileiro, inspiradas nestes referenciais teóricos, comparadas com os resultados concretos da ação evangelizadora, não definem um modelo unívoco. Com efeito, contradições, dúvidas, revisões estão presentes na representação que o pensamento jesuíta constrói acerca do índio e do mundo social deste. No presente trabalho, serão analisados os documentos mais importantes produzidos pelos religiosos, significativos para a descrição da 'realidade' do índio brasileiro, assim como esta aparece aos olhos dos europeus.
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O sofrimento físico de santo Inácio de Loyola (1491-1556), bem como seus serviços médicos são imagens de efeito edificante em seu relato biográfico. Examinar usos do mesmo lugar retórico na produção escrita de expoentes da antiga Companhia de Jesus presentes nas missões brasileiras, como José de Anchieta (1534-1597) e Antônio Vieira (1608-1696), permite compreender o significado dos males do corpo para um jesuíta no início da Idade Moderna e auxilia a repensar os desdobramentos da interdição inaciana de se ensinar medicina nas escolas da Companhia. Conclui-se que a arte médica não somente é praticada, como fornece um repertório de comparações que dão inteligibilidade e sustentação metódica para procedimentos centrais da ação missionária, desde a organização cotidiana da evangelização até a pregação entendida como medicina da alma.
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Estudo teórico que começa no campo da história das idéias psicológicas. Investiga como Tomás de Aquino constrói seu pensamento no que diz respeito ao que hoje chamaríamos de psicologia. A leitura que foi feita de seus textos buscou o sentido de suas afirmações, e de suas construções, mais do que suas fórmulas. Foram encontradas três raízes para essa construção do pensamento psicológico: uma abertura para outras fontes de significado além da razão instrumental, o envolvimento com o movimento da inquietação humana, e a confiança na linguagem comum, expressiva do experimento semântico coletivo da humanidade. Esse pensamento psicológico deve clarear nosso modo de falar sobre a alma, examinar como as operações da alma se apresentam na trama da ação humana, e mostrar o sentido dos símbolos históricos do caminhar humano.
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O artigo aborda algumas das idéias de Henri Berr; trata de sua proposta em história, especialmente no que ela se opõe à filosofia da história e à história alemãs; e examina como esta concepção de história à la francesa introduz a psicologia nas pesquisas em história e inaugura a psicologia histórica.
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Ales Bello considera a hilética fenomenológica em relação às análises do pré-categorial em culturas “outras”. A arqueologia fenomenológica nos guia na produção hilética, chegando ao encontro hilética / noética. Na corporeidade a dimensão hilética é primária exprimindo a necessidade de verdade do logos arcaico. Husserl o distingue do ocidental notando que a necessidade de verdade da razão ingênua é a mesma, que a força impulsiva “a-lógica” da resposta hilética de modo algum é improdutiva do ponto de vista lógico. Chega-se à esfera hilética onde os instrumentos “racionais” emudecem e onde se permite que falem objetos e estados de ânimo suscitados. Esta passividade do ego é evidente na experiência mística, que une a todos sob um mesmo Erleben - o da sacralidade - incluindo o estranho sem diferenciações. Na empatia há uma abertura que não elude as diferenças mas as contêm, como dimensão do mundo-da-vida ao qual a hilética está ligada.
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O artigo objetiva refletir sobre a relação entre narração e memória como possibilidade metodológica na constituição da história da Psicologia no Brasil. Tomando como ponto de partida a dissertação de mestrado que reconstituiu uma parte da história e da memória do Curso de Psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes (1969 a 1982), instituição que não preservara sua memória oficialmente, busca transmitir as idéias e as contribuições que a autora utilizou como pontos de apoio e o caminho (método) que trilhou para realizar o trabalho. Conclui-se que os fios para iniciar a tecedura da história, podem ser buscados na memória dos que a fizeram, lembrando que a narrativa final não é verdade definitiva e absoluta, mas é algo relativo à versão de cada narrador. Trata-se de uma narrativa articulada por muitas vozes que falam ou que também silenciam e que geram outras vozes capazes de prolongar a voz original.
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Este trabalho de cunho teórico discute algumas questões metodológicas que surgem com o uso da memória em pesquisas que relacionam identidade e história da Psicologia. Esta investigação fundamentou-se em uma perspectiva de identidade que a compreende como um movimento constante de transformação no tempo Este movimento é concebido como uma composição onde estão presentes elementos de continuidade e de mudança. Para a apreensão desta continuidade, e manutenção de biografia, a memória é fundamental. Quando o historiador reconstrói o processo de formação da identidade, usando a memória de cada participante do processo histórico, reconstitui simultaneamente o percurso da Psicologia. Ao reconstruir o processo identitário pessoal, não só revela a realidade subjetiva de cada um, mas também o contexto do grupo de referência que lhe dá suporte e principalmente a vinculação ao seu "fazer psicológico" e às transformações que possibilita o "fazer psicológico coletivo".
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Este artigo visa dar voz aos praticantes da umbanda. O seu principal objetivo é salvaguardar a memória da comunidade negra na região de Ribeirão Preto, através do registro documental de aspectos da sua tradição, vivências sociais e cultura religiosa. Mais do que fatos, documenta-se o imaginário umbandista, revelador do modo de ser profundo destes remanescentes. Mães de Santo foram as principais colaboradoras, mas houve a participação de toda a comunidade. Recorreu-se a: gravações em áudio e vídeo de festas e rituais, narrativas sobre as memórias e histórias dos colaboradores e suas explicações, fotografias, anotações em caderno de campo, observação participante e entrevistas livres. Os resultados apontam para a necessidade de prestar mais atenção às raízes bantos da cultura brasileira e recomendam que se promovam aproximações entre a “cultura psicológica popular” e a psicologia acadêmica.
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