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This article presents a brief overview of the history of psychology in Brazil. It highlights how the Brazilian Association of Research and Postgraduate Studies in Psychology (ANPEPP - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia) has fulfilled its mission of fostering discussion on scientific policy and stimulating interchange among researchers. First, it provides a retrospect of ANPEPP meetings, considering both: 1) the thematic working groups, which have served to bring together researchers, and to inspire the emergence of thematic associations and journals; 2) the discussion forums, which have contributed in the critical review of scientific policy, and the mission of postgraduate studies. Second, it focuses on the history of psychology in Brazil, from colonial times to the recent national commitment to postgraduate studies. The paper argues that the plans and strategies led by national funding agencies have been successful and that their results are evidenced by the role played by Brazil in the international arena, both in scientific production and the training of its researchers. By sustaining current policies, it seems certain that, even with the oscillations in the national economy, postgraduate education will grow steadily in its advance of the psychological sciences; and will be working towards a better quality of life, social justice and ecological sustainability.
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O presente artigo propõe-se a discutir os encontros e desencontros entre a Psicologia e a Escola, problematizando a heterogeneidade de posições acerca do fracasso escolar. Foi realizada uma revisão de artigos científicos na base SciELO, utilizando o descritor "Psicologia Escolar". Foram selecionados 32 artigos publicados a partir de 2003, que tratavam de estudos no contexto brasileiro e que faziam uma discussão sobre a inserção da Psicologia na Escola. A leitura minuciosa e a análise dos artigos originaram três eixos de discussão: A inserção da Psicologia na Escola: ideologias em comum; Resistências e tensionamentos: o nascimento do desencontro entre a Psicologia e a Escola; e Perspectivas em pauta: uma abordagem que considera a constelação escolar. A discussão evidenciou que a Psicologia foi introduzida na Escola por meio de um modelo médico/clínico, responsabilizando o aluno pelo fracasso escolar. A superação desse modelo ocorreu na medida em que esse fenômeno passou a considerar outras implicações.
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This article briefly describes (a) how ANPEPP was started and its first few years of activities, (b) the planning, implementation, evaluation, and recommendations by participants in the first symposium that led to future symposia format, and (c) ANPEPP's evolving activities from 1988 to 2014, taking one of its working groups (grupos de trabalho [GTs]) as an example. The analysis suggests that ANPEPP is playing a vital role in promoting fruitful interactions among researchers, contributing to a broad research agenda, and building a rich database of psychological knowledge in Brazil.
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Este trabalho é uma tentativa de compreensão dos processos de subjetivação (e seus efeitos políticos) envolvidos nos modos de conhecimento dos saberes psi. Para tal, será levantado um conjunto de definições quanto à subjetividade e a seus modos de produção. Em seguida, serão analisadas as contribuições sobre o tema por parte da teoria ator-rede. Mais adiante, serão tomadas dessa teoria algumas diretrizes para possíveis estudos sobre modos de subjetivação engendrados pelos saberes e práticas psi. De modo mais específico, serão trabalhadas as formas com que as pesquisas psi engendram mundos e sujeitos por meio de políticas ontológicas específicas, gerando formas extorsivas ou recalcitrantes de articulação. É nesse aspecto que será feita a discussão dos modos políticos dessas formas de subjetivação.
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Contexto: As visões dos psiquiatras sobre a relação mente-cérebro (RMC) têm marcantes implicações para a clínica e a pesquisa, mas há carência de estudos sobre esse tema. Objetivos: Avaliar as opiniões dos psiquiatras sobre a RMC e se elas são suscetíveis ou não a mudanças. Métodos: Realizamos um levanta- mento sobre as visões que os psiquiatras possuem sobre a RMC imediatamente antes e após um debate sobre a RMC no Congresso Brasileiro de Psiquiatria de 2014. Resultados: Inicialmente, entre mais de 600 participantes, 53% endossaram a visão de que “a mente (o ‘Eu’) é um produto da atividade cerebral”, enquanto 47% discordaram. Além disso, 72% contestaram a visão de que “o universo é composto apenas de matéria”. Após o debate, 30% mudaram de uma visão materialista da mente para uma perspectiva não materialista, enquanto 17% mudaram na direção oposta. Conclusão: Os psiquiatras se interessam por debates sobre a RMC, não possuem uma visão monolítica sobre o tema e suas opiniões estão abertas a reflexões e mudanças, sugerindo a necessidade de mais estudos em profundidade e de debates rigorosos, mas não dogmáticos sobre o tema.
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Comemorando os quarenta anos do artigo Should the History of Science Be Rated X? de Stephen Brush, propõe-se uma reflexão a respeito da relação entre o ensino da história da psicologia, a historiografia e a formação dos psicólogos. Em primeiro lugar, sintetiza-se a argumentação de Brush em torno à história da ciência e seu ensino. Depois, descreve-se a apropriação desde a história da psicologia e seu ensino de certas problemáticas citadas pelo autor, detalhando a questão da raiz geracional do conhecimento histórico e a necessidade da ampliação do gênero e tarefa histórica. Finalmente, menciona-se a questão da tensão entre a vertente curricular e acadêmica da história. Conclui-se que a adoção de uma moderada atitude crítica e de um marco historiográfico sociológico por parte dos docentes conseguiria evitar um ensino da história parcial e enviesado.
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A Psicologia francesa do final do século XIX, recentemente separada da Filosofia, utilizava como um de seus principais métodos o estudo dos estados alterados de consciência e das doenças mentais no intuito de compreender melhor o funcionamento normal da mente humana. Dentre os pioneiros desta Psicologia, destacou-se Pierre Janet. Seu estudo sobre as alterações mentais, principalmente o hipnotismo e a histeria, deram origem às suas concepções sobre força e fraqueza psicológica, dissociação e atividade subconsciente, ideias estas que abriram margem para um novo entendimento da atividade mental fora da consciência, contribuíram para o desenvolvimento da psiquiatria dinâmica e, principalmente, apresentaram à sua época um caráter conciliador entre as novas tendências da psicologia e a antiga psicologia. Contudo, embora tenha sido um autor relevante, seus trabalhos são pouco conhecidos na atualidade e, em língua portuguesa, a bibliografia sobre ele é escassa. Nosso objetivo foi, portanto: (i) analisar o surgimento do conceito de dissociação na obra inicial de Pierre Janet, assim como as suas principais acepções; (ii) apresentar como Janet chegou à formulação deste conceito e como esse se desenvolveu ao longo de sua obra; (iii) explicar o mecanismo da dissociação segundo o autor; (iv) esclarecer o que ocorre com os elementos dissociados da consciência; (v) apresentar a relação da dissociação com outros conceitos fundamentais da obra de Janet, tais como vontade, fraqueza de síntese e automatismo e; (vi) expor as explicações de Janet para a histeria, hipnotismo e duplas personalidades com base na sua teoria da dissociação. Para tanto, realizamos uma leitura analítica da segunda fase de suas obras, que vai desde 1885 a 1894 (contendo 3 livros e 17 artigos), na qual este autor se dedicou a estudar profundamente este tema, buscando estabelecer a definição dos principais conceitos desta fase de suas obras, com ênfase na dissociação, e também as relações existentes entre eles. Como resultados obtivemos que conceito dissociação apareceu pela primeira vez nas obras de Janet em 1887 no artigo L'anesthésie systématisée et la dissociation des phénomènes psychologiques. Nele Janet coloca que a dissociação ocorre quando um item, seja uma memória, uma sensação ou um movimento, não se liga à ideia de eu do sujeito, sendo, portanto, removido da consciência normal. Porém, a partir de 1889, da obra L’automatisme psychologique, não vemos mais aparecer o termo dissociação, mas sim um novo termo, o termo desagregação (désagrégation), o qual acreditamos ser, contudo, seu sinônimo. O mecanismo da dissociação é apresentado por Janet, principalmente, quando ele explica a formação dos sintomas histéricos. Para ele estes sintomas histéricos, ou seja, as anestesias, as abulias, as amnésias e os problemas do movimento são todos causados por uma fraqueza de síntese psicológica que leva, por sua vez à desagregação psicológica. Nestes quadros, devido à fraqueza de síntese, certos grupos de sensações, memórias, emoções ou informações sobre o ambiente deixam de ser sintetizados à ideia de eu (fator fundamental, segundo Janet, para que um fenômeno possa fazer parte da consciência) e, portanto, permanecem dissociados da consciência normal, gerando, respectivamente: as anestesias, as amnésias, as modificações do caráter e as abulias. Estes elementos não sintetizados continuam, contudo, a existir podendo “ficar isolados e desaparecer ou podem se associar com outros fatos igualmente separados de toda a consciência e formar uma segunda personalidade” (Janet, 1887 p.402). A ação destes cada um deles sobre a consciência da histérica, por sua vez, é a raiz do que Janet chamou de acidentes histéricos dentre os quais estão incluídos as contraturas, a catalepsia parcial, o sonambulismo, os ataques, alguns delírios e os atos subconscientes. É possível concluir que a dissociação é de fundamental importância para a compreensão da histeria sob o ponto de vista de Janet e que é também um conceito chave da fase inicial de suas obras.
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